“O chicote muda de mão”. Emerge-se outro Fluminense




A torcida do Fluminense no Maraca arrepia! (Foto: Vinicius Toledo /Explosão Tricolor)

Estimados leitores. Inicialmente quero agradecer o carinho dispensado por vocês que, durante a “matinê infantil da FluFest”, me enviaram inúmeras mensagens pelo WhatsApp, facebook e facetime, com os mais variados elogios, sugestões e pedido de aprofundamento sobre os temas de maior repercussão, que assolaram e ainda perpassarão a todo vapor, frente ao Fluminense nesse decisivo semestre.

A bem da verdade, não tinha a menor noção do impacto que as colunas aqui elaboradas – tanto por mim, quanto pelos demais escritores do Explosão Tricolor – desencadeiam no universo dos leitores, especialmente dos que são torcedores e sócios do Fluminense.

Fico mais feliz ainda em relação àqueles que divergem de alguns pontos que abordo, mas conseguindo compreender o que me levou ao posicionamento diametralmente oposto ao abordado e defendido pelo leitor. Sinal de que a informação está chegando como ela deve chegar. Clara, transparente, imparcial, crítica quando necessária, racionalmente voltada para a questão em concreto, sem conteúdo passional ou político, no momento da abordagem do tema. Compromisso total com a verdade, que sempre assumi com vocês, desde a primeira coluna. 

 A torcida do Fluminense no Maraca arrepia! (Foto: Vinicius Toledo /Explosão Tricolor)
A torcida do Fluminense terá que jogar junto! (Foto: Vinicius Toledo /Explosão Tricolor)

Só tenho a agradecer ao Vinicius Toledo que, desde o meu ingresso como colunista do site, sempre me deixou com a liberdade para abordar tudo aquilo o que fosse do interesse dos torcedores do Fluminense e do próprio Fluminense, sem falácias, sem achismo, com dados e provas concretas, pouco importando se vamos agradar situação, oposição, indecisão, “o pessoal da roleta” ou os sócios do Fluminense que não são torcedores do Fluminense.

Talvez seja por isso que o site tenha alavancado de forma surpreendente no ranking nacional, fazendo o mais simples, ao nosso sentir: pesquisar, apurar, averiguar, materializar e informar o que, de fato, existe, acontece e paira sobre o Fluminense, seja pelo lado positivo, seja pelo lado negativo, em concreto, gostemos ou não. Verdade e transparência.

E me surpreende ainda mais o quanto que o pessoal se interessa pelos “aspectos jurídicos e legais” extracampo do nosso Fluminense, mesmo sendo profissionais de outras áreas que não o direito, o que fortalece, esclarece e engrandece ainda mais os debates e a troca de conhecimentos entre nós tricolores, pois, infelizmente, na imprensa virtual de um modo geral, não se vê abordagem de conteúdo técnico, científico e esportivo, como se deveria ter.

Ultrapassadas essas rápidas digressões, num ato meio que esquizofrênico da minha parte, se levado em conta a minha última coluna, já em tom de preocupação e irritação com os discursos não convincentes da diretoria, eis que Santa Claus realmente existe e chegou às Laranjeiras, antecipadamente.

O atacante W. Silva, que acabou com o jogo no segundo tempo da nossa fácil, previsível e controlada vitória sobre o fraco time do Ypiranga, indene de dúvidas, já dá sinais do que virá daqui para frente. Uma excelente contratação, de um jogador que não tínhamos no elenco: habilidoso, rápido, ágil, driblador, bom passador e finalizador.

Samuel, Osvaldo, Richarlison, Maranhão, Dudu, entre eles, talvez disputarão vaga para quem vai ser segundo reserva, pois arrisco dizer que o Alexis Rojas, no mínimo, será a primeira opção de banco, verdadeira sombra do W. Silva, cujo nível técnico, tático e individual é muito acima daqueles mencionados jogadores. Num jogo o garoto, o nosso garoto de Xerém, já deu amostrar do que vai fazer daqui para frente. Titular fácil no ataque.

O Levir não pode – assim creio, penso e torcerei para não fazê-lo – se render a “pressões externas” para escalar jogadores X, Y ou Z, para agradar empresário A, B ou C, tampouco para tentar justificar a bola fora da diretoria em ter gasto 10 milhões por 50% de direito econômicos de um jogador, jovem promessa, que ainda não está pronto para figurar entre os titulares. Mais justo colocar o garoto para fazer uns jogos pelo Sub-20, treinar finalização, passe, drible, posicionamento tático, pois há tempo para fazê-lo.

Mesmo sem fazer uma grande partida, Henrique Ceifador impôs respeito no ataque, deixou um zagueiro preso com ele, coisa que nenhum centroavante nosso vinha conseguindo fazer. Scarpa retornou bem, controlou o meio campo, junto com Cícero que, embora irregular demais, rende mais jogando à frente do que como Volante. Então não o escalem mais como Volante, ora. 

Ceifador impôs presença na área adversária (Foto: Fluminense FC)
Ceifador impôs presença na área adversária (Foto: Fluminense FC)

Ainda para o meio de campo, teremos Claudio Aquino, Marquinho e Danilinho. Embora eu me posicione considerando-os como incógnitas do ponto de vista custo benefício, não tenho dúvidas de que, tecnicamente e taticamente, agregarão muito mais valor ao nosso time, se levado em conta “às opções” de banco de todo o sempre.

Ou seja, estimados, veremos à partir de agora, com as contratações que, ao meu ver, foram surpreendentes do ponto de vista “observação de mercado exterior”, financeiro e técnico (são todos jogadores de bom nível, rodados e experientes) um novo Fluminense, completamente diferente do que estamos vendo desde a conquista da Primeira Liga. Não olvidem que o Levir “é mágico”, ressuscitador de jogadores.

Assim como o chicote muda de mão, prezados, o Fluminense deu um grande salto para sair da mesmice, ainda mais com Edson Passos para ser o caldeirão, agora com um time decente e competitivo.

Marcos Junior e Cícero que se cuidem, pois se o Levir ressuscitar Danilinho e Aquino… bom para o Fluminense, bom para a nossa sofrida torcida que, sem patrocínio master, com um número muito aquém de sócios torcedores em relação a outros clubes que nem poderiam estar na nossa frente, ainda assim, pode sonhar com dias melhores.

O que pensar sobre o segundo turno? Sinceramente, não sei mesmo. Mas uma coisa é certa: brigaremos na parte de cima da tabela sim. Se vamos chegar ao G-4 ou não no final do campeonato, difícil prever. Mas se analisarmos o novo Campeonato Brasileiro que se iniciará no segundo turno, agora pós-fechamento das janelas de transferência, com poucas contratações de nível realizadas por alguns clubes, e outras inexistentes envolvendo perda de atletas, sem reposição, emerge-se, de fato, um novo Fluminense.

Que não se realize mais vendas de mando de campo. Se seja feito o distrato das que, porventura tiverem sido realizadas, até mesmo pagando a rescisão, pois dependendo de quem for batido em Edson Passos, valerá e muito à pena.

Rápida Triangulação:

– Quando o Edson joga com o Douglas, e isto é estatístico, o meio de campo flui melhor, o sistema defensivo fica mais equilibrado, os laterais passam menos sufoco. Quando esses dois não jogam juntos, seja para colocar o Pierre com um deles, seja para colocar o Cícero de Volante ao lado de um deles ou com o próprio Pierre, a coisa sempre desanda. Qual o problema de dar uma sequencia para o Edson e Douglas juntos, formando uma segunda linha de meio campo com Gustavo Scarpa e Marcos Júnior, por exemplo, colocando o Cícero no banco, em alguns jogos? Algo a pensar, como já disse, ainda mais agora com o W. Silva podendo forma dupla de ataque com o Ceifador.

– Considero o Jonathan um baita lateral direito. Acho um grande erro da diretoria em não chegar para conversar com o cara de imediato e buscar uma renovação, nem que seja até dezembro de 2017. W Silva lateral direito, na verdade, deveria ser o lateral esquerdo. W Matheus, ao meu ver, ainda não disse e sequer demonstrou a que veio. Está num nível um pouco melhor do que o Giovanni. Não duvido nada se o Marquinho tomar a vaga na lateral esquerda, pois tem muito mais recurso.

– Farinha pouca meu pirão primeiro. A briga com a FERJ foi importante e relevante enquanto durou. À partir do momento em que os interesses do Fluminense foram atendidos, a começar pelo recebimento de uma bolada financeira de quota de TV por um campeonato que nem a Rubenliga, com desistência reciproca de processos que só gerariam mais gastos ao Fluminense, bola dentro da Diretoria. Se para por fim ao litígio foi liberado ao Flu elevadas cifras nos moldes em que se entendia como justo, não haveria razão para não fazê-lo. Entendam uma coisa de uma vez por todas, pessoal: nenhuma aproximação com o Flamengo foi benéfica ao Fluminense desde o surgimento do filho mal criado, por nós gerado. Enquanto interessava, o Bandeira de Melo dava as caras. Depois, quando foi convidado para participar da “delegação da seleção via convite da CBF”, não pensou duas vezes, foi correndo. Não devemos comprar briga dos outros, e sim somente a nossa, dos nossos interesses. Sou absolutamente contrário a gestão compartilhada do Maracanã com o clube da Gávea, malgrado adore de montão o estádio. Se isso acontecer, arrisco dizer, quem vai pagar a conta somos nós, provavelmente com o combalido sócio torcedor, para compensar as promoções de uma leta de Nescau por jogo, para o “mengão” expor a sua “maior torcida no mundo”, na “casa cheia” do Maraca. Vamos de Edson Passos em 2017, a custo zero, com exclusividade, sem empréstimo algum a qualquer rival que seja. Que seja utilizado como nosso mando de campo em todas as competições que disputarmos. E ver se saiu do papel o nosso Estádio na Barra, ou se aproveitam o que já existe nas Laranjeiras. Fazer o que é nosso, pois daqui a pouco inventam um Pan Americano qualquer e o Maracanã fecha novamente. Fora isso, qualquer coisa é caminhar na contramão do progresso do nosso clube.

Marcos Túlio / Explosão Tricolor

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