
Fluminense 2×1 Flamengo – Brasileirão 2025
Ganhar Fla x Flu é normal
(por Lindinor Larangeira)
Foi uma noite especial. No campo e na arquibancada. Dentro das quatro linhas, um primeiro tempo impecável dos comandados de Luis Zubeldía, que poderiam ter decidido a partida, tal a superioridade tática, técnica, física e mental. Dois a zero foi barato. O Fluminense Football Club teve, pelo menos, mais três chances claras de gol.
No clássico mais encantador e charmoso do futebol mundial, quem também deu show foi a nossa torcida, calando os espectadores de teatro. Não que a gente não goste de teatro. Mas ontem, fomos no Maraca ver o Fluminense. E como em um espetáculo de roteiro conhecido, “ganhar Fla x Flu é normal”.
Não gosto desse negócio de “soube sofrer”
Veio o segundo tempo, e obviamente, o time do Leblon iria pressionar. Mas sem Arrascaeta, um dos raros camisas 10 do futebol brasileiro, o time deles é tão criativo, quanto o nosso sem Lucho Acosta.
Inexplicavelmente, o Fluminense recuou demais e aceitou a pressão desordenada do adversário. Alguns diriam: “o time soube sofrer”.
Como não sou corintiano, que gosta e sabe sofrer, não concordo com essa tática de abdicar do jogo. Passar 45 minutos, mais os longos 8 de acréscimos, tendo criado apenas uma chance de gol, e permitindo ao rival levantar toda hora a bola na nossa área, não pode ser uma boa estratégia.

Everaldo e Renê: os piores
E em uma dos inúmeros cruzamentos na nossa área, após o único milagre de São Fábio na partida, Renê conseguiu errar duas vezes no mesmo lance e colocar o Flamengo no jogo. O limitado lateral, quase entregou a paçoca no final da partida, em que até vinha tendo uma atuação honesta. Mas depois da lambança, quase virou o vilão do jogo.
Sobre Everaldo, o cara se esforça, briga, porém, tem uma profunda incompatibilidade com a bola. Contratação absolutamente inexplicável.
Maestro, Monstro e outros destaques
Não só pelo golaço, Lucho Acosta encheu as medidas em seu primeiro Fla x Flu. O baixinho foi um verdadeiro maestro. Comandou o meio-campo tricolor, que ainda teve ótimas atuações de Hércules e Martinelli. Samuel Xavier também esteve muito bem. Se Wesley, Paulo Henrique e outros são convocados, por que não o Samuquinha, Carleto?
Freytes fez um partidaço. Seguro no combate direto e no jogo aéreo. Thiago Silva comandou o sistema defensivo com a classe de sempre, de um verdadeiro Monstro. Outro que como Fábio e SX2, apesar da idade, deveria ter chances na seleção.
Canobbio e Serna foram decisivos na estratégia de Zubeldía, fechando a linha de cinco, na fase defensiva, e pressionando a zaga rubro-negra, forçando o erro, que proporcionou o segundo gol, de um KS90 muito ligado.
Nesta quinta-feira, 20 de novembro, Dia das Consciência Negra, o Rio amanheceu em completa normalidade. Ganhar do pessoal do remo é normal.
PS1: O craque Bruno apostador, uma espécie de Dick Vigarista do futebol, não teve boa atuação, porque não conseguiu ludibriar a arbitragem.
PS2: Como nossa torcida também vai ao teatro, recomendo os musicais “Mudança de Hábito” e “Paralamas, o Musical”. Também o espetacular monólogo “Não me entrego não”.
PS3: E no cinema, não deixem de ver “O Agente Secreto”, um dos melhores filmes do ano.
PS4: Voltando ao futebol, se mantiver o nível do primeiro tempo, o bi da Copa do Brasil é uma grande possibilidade.
PS5: Serna fez mais um gol de centroavante. Por que nunca foi testado como falso 9?
