O que esperar?




Que surra! Há muito tempo não via o Fluminense ser tão humilhado em campo. Linhas distantes umas das outras, falta de pontaria nas poucas chances que tivemos e uma zaga que, de elogiada, voltou a ser criticada. Quando Dudu, Gabriel Jesus e Cia Ltda pegavam a bola, era um “Deus nos acuda” danado! Em todo corre-corre a pelota só sobrava nos pés dos jogadores do Palmeiras. Não fomos goleados por sorte.

No entanto, agora é literalmente bola pra frente (pra trás foi complicado no último jogo). Mas, como sempre, uma pergunta deve ser feita: o que esperar do Fluminense? Talvez essa seja a maior dúvida que está no coração e na mente de cada tricolor.

Para responder ao questionamento, devem ser pontuadas algumas situações que, por óbvio, podem ter influência sobre o resultado que o Fluzão conseguirá em campo. Antes, porém, deixo claro que sempre advoguei a tese de que o Fluminense não aspirava a nada neste Brasileirão. É time de meio de tabela. Confesso que me empolguei com a campanha de quatro jogos sem derrota e até escrevi no último texto sobre a possibilidade de o time lutar por uma vaga no G-4. Voltei à realidade.

A primeira e mais crucial questão é saber se o Fluminense vai jogar ao lado de sua torcida ou se a diretoria vai vender mais jogos. Ao que parece, Peter e sua trupe venderam outros três jogos neste campeonato brasileiro, contra Atlético, Flamengo e São Paulo. O primeiro deles o clube já desistiu do negócio. Os demais ainda não estão confirmados. De toda forma, segundo o próprio Presidente, o jogo contra o Atlético deverá ser substituído por outro. Ou seja, teremos três mandos de campo subtraídos da torcida.

Longe de mim dizer que o clube pode dispensar essa renda. Não se trata disso. Trata-se de colocar na balança o que é melhor para o Fluminense e para a torcida. E essa resposta é fácil: o clube deve estar em primeiro lugar. Simples assim! O dirigente de um clube não pode, em momento algum, abrir mão desses interesses. Primeiro porque o time só existe por causa e pela torcida. Essa é a essência do futebol. Depois porque o verdadeiro proprietário do time de futebol, que é seu torcedor, tem o direito de saber qual valor dessas negociações. E isso ninguém informa de maneira clara, apenas citam flashs sem divulgação do contrato. É a velha e boa transparência pela qual sempre brigarei neste espaço. A torcida merece. Sem ela (a torcida), não podemos almejar nada em nenhum dos campeonatos que disputamos. Dinheiro pode vir de outras fontes em um time com a grandeza do Fluzão.

Além disso, outra questão que vai influenciar diretamente no rendimento do time é a disposição dos jogadores. Há muito venho percebendo que eles jogam quando querem. Cícero parece ser movido pelo grito da galera; só joga bem em Edson Passos. Marcos Jr, apesar de bom jogador, perde fácil a concentração com a irritação natural que se mantém em campo. Quando está centrado, é um grande atacante; quando não está, é rezar pra não ser expulso. Os nossos laterais só correm quando querem. E o Gustavo Scarpa? Quando se lembra da Europa, esquece de jogar bola.

Ou seja, temos um time que não é bem preparado psicologicamente e está sempre movido ao sabor do momento. Jogam quando “estão a fim”. E, geralmente, essa vontade é vista na Baixada. Assim, o ciclo é completo: precisamos do torcedor para que os jogadores “animem” em campo. Em resumo: NÃO PODEMOS VENDER MANDO DE CAMPO.

Mas, voltando à pergunta: o que esperar do Flu neste resto de ano? Pra mim, meio de tabela no Brasileirão. E na Copa do Brasil? Nessa temos chance, porque a diretoria ainda não ventilou a venda de mando de campo.

Sabemos que o Rio está proibido de receber jogos neste período. Mas, como bem disse o colunista Leandro Alves, porque não jogamos em Juiz de Fora ou em Cariacica? Certamente teríamos mais torcedores e disposição para enfrentar o líder do campeonato. Se me perguntarem se o Fluminense teria condições de vencer o Palmeiras com o verdadeiro mando de campo, diria que não, até pela forma como o time paulista apresentou. Mas jogaríamos com os brios exigidos de um atleta que veste o manto.

Só quero que 2017 chegue logo e espero que queime a língua pelo menos na Copa do Brasil.

Mas continuo dizendo: transparência sempre

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. Nunca vi um argentino enrolado com a bola como o Claudio Aquino. E ainda visivelmente acima do peso. Hermano gordo que jogou bola foi só Maradona.
  1. A pergunta que não quer calar: temos torcida em Brasília?
  1. Alguém anotou a placa do Dudu e do Gabriel Jesus? Passem pra nossa zaga. Que atropelo!
  1. O Marquinho nem voltou e já discutiu com Wellington Silva? Já virei fã dele de novo! Não sei do que se tratava, mas Marquinho tem razão.

5. A saída de Cavalieri no primeiro gol me fez lembrar minha época de juvenil no Democrata de Governador Valadares, cá nas bandas mineiras: “goleiro não sai com uma mão só; você não é guarda de trânsito!”. Parecia um infantil. Que ridículo!

Evandro Ventura / Explosão Tricolor

Foto: Fluminense FC

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