Por certo a contratação de Abel Braga teve repercussão imediata na torcida tricolor. Apesar de aparecer como favorito, não foi possível trazer Roger Machado, abrindo espaço para o retorno de Abelão às Laranjeiras.
Logo de cara, o novo técnico tricolor deu o tom de sua “gestão”: é preciso resgatar a alma e o caráter da equipe. E eu vou além: é preciso também resgatar a alma da torcida e o caráter da diretoria.
Pra quem me acompanha sabe bem que esta é uma das grandes bandeiras que sustento enquanto torcedor. Não é possível termos um time formado por 05atletas bem intencionados e de boa técnica se eles não se doam em campo. É como ser habilitado e ter medo de dirigir: tecnicamente perfeito, mas, na prática, não sai do lugar.
Com a chegada de Abel vejo o Flu com reais chances de brigar por algo em 2017. Ainda que nada mude no time, por certo o coração vai pulsar na chuteira e os caras terão que mostrar que são homens de verdade. Chega de desculpas! Chega de toques para o lado sem objetividade! Chega de ninguém chamando a responsabilidade! Chega de sermos coadjuvantes!
Reparem: até mesmo naquele fiasco de arbitragem do jogo contra o Flamengo neste Brasileirão, em que o juiz, de forma vergonhosa, voltou atrás após nítida influência externa, os jogadores tricolores não reclamaram como deveriam. Não pressionaram. O juiz voltou atrás e três ou quatro atletas falaram meia dúzia de palavras e só. Momentos antes, quando o Fla foi o prejudicado, até a diretoria entrou em campo para protestar e os jogadores deles foram firmes em seu propósito.
Hoje, é evidente a falta raça e vontade dos nossos atletas. Aquela coisa de ostentar os brios próprios de um time campeão não acontece nas Laranjeiras. Os caras simplesmente aceitam pacificamente tudo o que ocorre dentro e fora de campo. É como se eles tivessem pedindo desculpas por ter feito um gol. Lamentável!
Óbvio que o comportamento da diretoria reflete em campo. Nos inesquecíveis episódios envolvendo o Sr. Rubens Lopes à frente da FERJ, o Flu não respondia à altura. No embate envolvendo o lado do torcedor no Maracanã nos jogos contra o Vasco, Eurico dominava os noticiários e a gente ficava um tanto quanto acéfalo de líder. Claro que essa amedrontada forma de agir naturalmente é transmitida para o time em campo e, por que não dizer, para os torcedores na arquibancada.
Não meus amigos, não estou pedindo para que o time abandone a técnica. Não estou pedindo para que o time ganhe jogos no grito sem jogar futebol. Como qualquer tricolor, quero apenas que o time, além de técnica e organização tática, deixe a essência do Flu em campo: raça aliada à classe futebolística; vontade própria dos guerreiros tricolores e técnica necessária para encher os olhos de quem vê o Flu no gramado. Nada mais!
Honestamente, não espero que Abel Braga traga grande organização tática como aconteceria, por exemplo, se o Flu tivesse contratado Roger Machado. Abel é da velha guarda e o estudo sobre o futebol não parece ser uma forma que ele adota como trabalho. Mas, sem nenhuma dúvida, vai devolver à equipe a raça e a vontade de jogar imprescindíveis na atualidade. Vai conseguir distanciar os jogadores da forma como a diretoria se porta, separando as questões administrativas daquelas que envolvem as quatro linhas.
Neste momento em que a equipe e a torcida precisam recuperar a autoestima, Abel Braga é, sem dúvida, um bom nome para comandar a equipe, além de conhecer os bastidores do clube. Foi uma boa aposta e espero que consiga transmitir ao time a vontade de jogar própria dos campeões.
Seja bem-vindo Abelão! A torcida está com você, mas também saberá cobrar caso os resultados não apareçam.
Ser Fluminense acima de tudo!
Toco y me voy:
- Quero ver como será o comportamento de Cícero daqui pra frente. Abel gosta de sangue em campo. Cícero não parece ser desses. Terá que se adequar ou vai esquentar banco.
- Independentemente da manutenção dos principais nomes do elenco, o Flu terá que ir às compras se quiser ter chances de título no Brasileirão do próximo ano.
- Gum próximo do acerto com a Turquia. Sei que ele falhou muito ao longo de todo ano. Sei que não é o “craque da galera”. Mas desde 2009 ele sempre se doou em campo e deixou. Vontade nunca lhe faltou. É uma exceção ao texto acima. Não tem mais espaço no Flu, mas tem o meu respeito.
- Outro que será enquadrado por Abel é Welington. O moleque tem potencial, é driblador nato, mas prende muito a bola e, definitivamente, não consegue dar o último passe para deixar o companheiro na cara do gol. Atrai todos em sua marcação, mas não faz disso uma arma para facilitar a vida de quem poderá concluir o lance. Tomara que Abelão pegue no pé do garoto.
- Uma barca sai, outra vem. Apesar das dispensas, 26 jogadores que estavam emprestados para vários clubes no Brasil e no mundo retornam ao time. Está na hora de emprestá-los novamente.
- Time grande e dirigentes pequenos. Nunca uma definição caiu tão bem quanto essa dada pelo Prefeito de Chapecó aos diretores do Internacional.
Evandro Ventura / Explosão Tricolor
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