Atuando pelo STK Fluminense Samorin, Luiz Fernando foi considerado um dos principais jogadores em atuação na Eslováquia. Após brilhar na filial do Fluminense na Europa, o volante retornou ao Brasil. Em longa entrevista ao site Globo Esporte, Luiz Fernando detalhou a sua passagem pelo Samorin e explicou a sua decisão de voltar ao Fluminense. Confira os principais pontos da entrevista abaixo:
Como surgiu a chance de ir para a Europa?
Luiz Fernando → Eu estava com poucas oportunidades no Fluminense em 2015. Houve o interesse do Vila Nova-GO em 2016. Eu cheguei lá com outro pensamento de jogo. Foi engraçado, no clássico contra o Goiás, o treinador disse que eu jogaria de meia. Eu achei estranho, estava do lado do Fernando Neto, que disse para eu ficar quieto. Ali, me deu o estalo. Fui muito bem na partida. No jogo anterior, havia feito gol de fora da área contra o Luverdense. Falei que eu tinha qualidade, que estava me aperfeiçoando, sendo um volante moderno, com chegada à frente. Depois, recebi uma ligação do Marcelo Teixeira, falando do interesse do projeto Flu Europa. No começo fiquei meio assim, mas hoje falo com toda a certeza de que teria ficado incomodado e triste se não tivesse ido. Iria me arrepender muito. É um projeto incrível. A pessoa que teve esse entendimento… isso deveria ter em todos os clubes. Fui para a Europa achando, buscando toda a positividade possível. Dentro de campo, nas ruas. Observava muito, como o europeu lidava com as coisas. Isso foi muito positivo.
Esse período fora serviu também como autoconhecimento?
Luiz Fernando → Costumo dizer que estava longe e, ao mesmo tempo, perto. Estou no Fluminense faz 11 anos, mas quando estive na Europa vestia a camisa do Fluminense. Sempre estive perto. Ao chegar no vestiário e ver a camisa do Fluminense, poxa, não tinha o que temer. Ao estar longe, costuma-se focar mais no trabalho. Eu olhava muitos vídeos em casa de jogadores referências, como Nainggolan, da Roma, um belga que marca com a mesma disposição de chegar ao ataque. Então, estudava bastante os jogadores e tentava colocar em prática em campo. Também cresci fora de campo, conheci outros países, com 22 anos.
No Flu Samorin, o idioma é o inglês. O clube ofereceu aulas aos estrangeiros, certo?
Luiz Fernando → Sim, fiz aulas. Não sabia nada ao chegar. E sempre tinha a zoação do pessoal ao errar algo. Fiquei feliz com o que aprendi. Fiquei poucas vezes em apuros. Das poucas vezes que fiquei só, consegui comprar ou fazer perguntas. Achei muito interessante o Fluminense dar a aula. Foram cuidados com os atletas. Ao voltar para o Brasil, se esquece um pouco. Passei a assistir séries para não deixar se perder. Até tento falar com a minha noiva.
Como foi a decisão de retornar ao Brasil?
Luiz Fernando → Houve uma ligação do Marcelo Teixeira. Havia algumas propostas de times europeus. O Fluminense achou que não era válido me liberar. Viu potencial, evolução nos empréstimos. Disse que eu ia integrar o profissional. No fundo, era isso que eu queria. Subi em 2015, não entendia muito o que era estar no time de cima do Fluminense. Achava que a oportunidade ia acontecer a qualquer momento. Eu não tinha noção de onde eu estava. Tinha Fred, Conca, Wagner, com jogadores de alto nível e de história no futebol nacional. Deixei escapar a oportunidade. Após as passagens fora, eu disse para mim mesmo que tinha de entender o que era estar no Fluminense. Como sou do Rio, foquei mais. Aqui se fica mais próximo dos amigos e se esquece do trabalho. Me distanciei de algumas pessoas e encarei o Fluminense de outra forma. Os elogios do Abel são fruto do meu trabalho, mas ainda tenho muito o que mostrar. Fiquei feliz pela estreia, em um clássico, contra grandes jogadores como Nenê e Andrezinho. Não deu muito tempo, dada a circunstância do jogo, com o Vasco pressionando, de mostrar o meu futebol. Mas é marcação e saída rápida ao ataque. Tenho um bom pulmão, consigo proteger a zaga e sair em velocidade. Agora, claro, tenho muito a mostrar ainda.
Como é trabalhar com o Abel? O que ele disse antes de você entrar em campo?
Luiz Fernando → Em 2013, fiz meus primeiros treinos no profissional. Abel já estava. Ele é um paizão. Brinca na hora que pode, rasga na hora que deve. Quando eu vi esse ano que o Flu fechou com o Abel, achei bacana. Tenho amizade com o filho dele, o Fábio. Ele é sério e cobra, mas também dá tranquilidade ao atleta. É um cara excepcional. Ali é um momento do jogador, de saber o máximo que o treinador quer. Ele vê a tensão do atleta. E corta isso. Ele me passou o que queria e, ao final, me pediu tranquilidade. Passou confiança. Ele falou que iria assumir a responsabilidade caso desse algo errado.
Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte / Foto: Divulgação / FFC
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