Em coletiva, Abel Braga fala sobre jovens promessas, possível final e muito mais. Confira!




Nesta sexta-feira, o técnico Abel Braga concedeu entrevista coletiva no CT do Fluminense. Confira!

EXPLICAÇÃO SOBRE TIME MISTO

Você vai jogar para chegar numa semifinal que já está definida. É engraçado isso. Normalmente uma semifinal vale muito. (Poupar) É a alternativa que nós temos. Nosso interesse é em tudo, mas não temos quantidade no plantel para arriscar mais do que estamos arriscando. Como perdi os dois laterais, pode acontecer de perder Richarlison, Wellington, Sornoza… Alguém tem que jogar, um ou outro. Mas vai ser uma equipe até diferente da do Fla-Flu. Tem que ver, analisar. E para analisar bem é no jogo e contra adversário forte.

TIME ALTERNATIVO EM UMA POSSÍVEL FINAL?

Se chegar na final não sei, porque começa a dar coceira (risos). Mas sábado, claro que terão oportunidade. Contra o Flamengo jogou Renato, Leo jogou, provável que até jogue, coloquei o Richarlison, pode ser que eu tenha um ou outro no banco. A gente vai ver, pensar, ja chegou exames da fisiologia, que está indo muito bem com a preparação física, está um entendimento legal. Não tivemos problemas musculares, Hoje nós tivemos um nível um pouco alto na recuperação, amanhã vamos ver, a chance é grande de usar os meninos.

TAÇA RIO

Eles tem o empate, é mais complicado. Tínhamos contra o Madureira e nos levou à final. Naquela oportunidade, a situação não estava complicada como agora. Naquele momento só tinha um jogo da Copa do Brasil, adversário teoricamente mais fraco. Agora já estamos em uma fase mais avançada, começou a Sul-Americana. Se já sei o que vou fazer na frente, me dá a possibilidade de ver jogador, o comportamento dos caras. Acha que fiquei mais feliz com a apresentação da minha equipe contra o Fla ou Liverpool? Me deu mais prazer o empate no clássico. Vê que há um único trabalho, não importa a estratégia. A formatação tática é a mesma. Vou tentar da melhor maneira possível no fim de semana.

POUCAS CONTRATAÇÕES NO INÍCIO DO ANO DERAM ESPAÇO PARA JOVENS COMO WENDEL…

As coisas acontecem assim. O negócio é quando você pegar e colocar no caminho, ele saber subir o degrau. Nós com esses meninos… Até cometo esse erro: não queremos falar garotada de Xerém. Eles já estão no profissional. Foram criados lá, mas não temos que bater nessa tecla. Quem segura essa garotada é o pessoal mais experiente, que trata todo mundo bem, que mostra o melhor caminho, que são exemplos. Faltam adjetivos para qualificar o ambiente. Eles vem com um preparo legal, mas procuramos sempre dividir os problemas. E enaltecer o grupo nas vitórias.

CUSPARADA RICHARLISON

Esquece isso. Isso não foi bem assim. Ele é menino, é jovem, estava feliz, está num momento muito bom, mas com certeza não voltará a acontecer. Vou te contar uma historinha rapída. Quando fui para os Emirados, eu vi minha zaga por vídeo, eu vi 5 vídeos e o negócio estava mal. Tinha um jogador aqui no Fluminense que estava bem, eu precisava de um cara forte, que chegasse. Eu levei o Márcio Rosário, começamos a ganhar título, os caras tinham medo dele, até um dia que ele cuspiu na cara do árbitro. Do banco até o vestiário, já tinha um recado do xeque: não pisa mais no clube. É uma coisa horrorosa, cuspir, revidar, soco. Ele errou ao fazer e errou ao quadrado ao comentar. Com certeza não vai se repetir. Por causa disso, hoje ele ganhou uma salva de palmas do grupo.

COMPARAÇÃO WENDEL E DOUGLAS

A única característica parecida é a dinâmica e a finalização, ambos finalizam muito bem de fora da área. Um é mais ativo e o outro é mais preparado. O Douglas, mesmo com a pouca idade, aos 19 anos, tem uma noção de espaço muito grande. O outro vai chegar aí, quem pode te responder é aquele rapaz ali. Eu só tento lapidar o que eles fazem, trabalho com Fernando Veiga ano passado, tomara que renovem. É um jogador que ele não sente nada, ele tá jogando ali como se fosse nos juniores. Eu disse a ele: a grande diferença é que jogar no profissional é que é muito mais fácil. É mais organizado, corre menos, é mais organizado. Nos juniores é muito mais pegado. É como aqueles campeonatos. Não é como aspirantes, na minha época, que você ficava com uma impressão ruim. Era desorganizado. Você chega no time de cima, é mais organizado. Estou contente, porque são dois jogadores feitos em casa e que tem grande valor para a gente, para vocês e para o torcedor.

AUMENTO DO GRAU DE DIFICULDADE NO BRASILEIRÃO

O buraco é no mesmo lugar. Não vai subir nem vai descer, a gente vai encarar, como franco atirador, como começamos o ano, a gente está subindo. Um amigo meu, colega de vocês da imprensa que de vez em quando eu troco mensagem, me falou uma coisa que eu fiquei feliz de escutar. Ele terminou da seguinte maneira: “Hoje, ver o Fluminense jogar me dá prazer, eu me divirto. É o que vejo no Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, PSG. A gente quer se divertir como eles”. Não tem esse negócio de retranca. O Fluminense não tem retranca. O Fluminense marca, mas joga, por um lado, pelo outro, com três atacantes, a gente não quer saber. Como foi legal ouvir isso: “Eu me divirto vendo o Fluminense jogar”. Eu queria me divertir mais na beira do campo, mas não consigo. Eu fiquei louco de não ter feito mais um gol na quarta-feira, é aquele sofrimento. Ele fez uma colocação que me deu uma satisfação pessoal enorme. É o meu time e eu não tinha observado. Vou começar a perguntar para o pessoal da direção, de cima, se eles estão se divertindo, porque eu acho que não, é uma tensão danada (risos). Mas está muito bom, a gente não vai perder isso aí não. A gente sabe que a dificuldade é outra, mais perto do topo, nós vamos ter que aumentar um pouquinho o grupo, uns dois ou três jogadores. De repente se os moleques que treinaram aqui ontem treinarem sempre da mesma maneira, já diminui. Ontem eu fiquei surpreso. Mas vamos aumentar com qualidade, muito pontual. A gente tem um trabalho muito bom do Ricardo, junto com o Marcelo, aí vem para a minha análise, do Torres, todo mundo. Por posição, no Brasil, você encontra aí de 8 a 12 jogadores. Ainda tem jogadores brasileiros que saem de contrato na Europa, em maio ou junto. Nós temos tudo isso arquivado. Principalmente porque nós sabemos da situação do clube. É um esforço muito maior deles. Para mim só chega o nome, eu tenho que falar se gosto ou não (risos). É um trabalho legal, está dando prazer. Uma pessoa de alto nível da imprensa que se diverte vendo o Fluminense jogar, isso não tem preço. Tomara que ele possa se divertir assim domingo, que a gente faça um grande jogo.

POSSÍVEL ESCALAÇÃO

Lucas e Renato estão fora. Não tenho lateral-direito, é a sindrome dos times do Rio. Flu e Botafogo nessa situação. Se me derem 60% da escalação do Botafogo, eu dou 60% da minha (risos). Mas me diz e garante, assina que está certo. Se não tenho o dos caras, vou dar o meu? Eu disse que não tenho lateral porque eles também não tem (risos). O Douglas vai jogar. Na lateral eu tenho ideia, Luiz Fernando e Norton podem jogar ali. Não ganha jogo, mas saber o time do rival ou passar o meu facilita. Posso passar informações mais corretas aos meus jogadores, assim como o Jair. Temos sempre plano A e plano B. E se eu alterar, você vai perceber rápido. Quem muda a formatação tática é o Marcos Júnior – resumiu Abel após o treino desta .

Por Explosão Tricolor / Fonte: Globoesporte.com / Foto: Divulgação

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