Fluminense liga o sinal de alerta para a situação envolvendo o Maracanã e a Odebrecht




O sinal de alerta está ligado no Fluminense. Apesar de nenhum membro da diretoria falar publicamente sobre o assunto, a situação envolvendo a concessão do Maracanã negociada entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Odebrecht, em 2013, preocupa bastante a alta cúpula do clube. Na época, a empresa venceu a licitação, através de um consórcio com a AEG e a IMX, que pertencia a Eike Batista e, em 2015, teve sua fatia na operação comprada pela própria Odebrecht.

Com a atual administradora do Maracanã totalmente envolvida num grande esquema de corrupção que está estremecendo a estrutura política do país, o Fluminense poderá ter problemas com relação ao seu contrato de utilização do estádio. Vale lembrar que o clube possui um contrato em vigor de 32 anos referente a utilização do estádio, mas começa a temer a licitação de 2013 entre a Odebrecht e o Governo Estadual seja anulada.

Segundo o jornal “O Globo”, a Odebrecht teria pago R$ 1 milhão em propina ao então presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Jonas Lopes, para ter a liberação do edital de concessão do estádio, cuja reforma para a Copa de 2014 foi feita pela companhia.

Após a Olimpíada no Rio de Janeiro, a empreiteira se recusou a reassumir o Maracanã. Alegou que o estádio não foi devolvido nas mesmas condições em que fora entregue ao Comitê Rio 2016. Em janeiro deste ano, a Odebrecht foi obrigada pela Justiça a retomar a administração do estádio. A empresa negocia a venda do contrato de concessão a um novo investidor, que terá de assumir cerca de R$ 20 milhões em pagamentos em atraso ao governo do Rio, e bancar obras no estádio.

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Uma boa solução para o Fluminense não correr risco algum de perder o seu contrato, é o fechamento de um acordo entre a Odebrecht e a Lagardère (empresa francesa) para repassar a concessão do estádio com recebimento de cerca de R$ 20 milhões, fora despesas. O negócio depende do aval do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, também envolvido em delações da Odebrecht.

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PAGAMENTO DE PROPINA

Segundo o blog do jornalista Rodrigo Mattos, do portal UOL, o ex-presidente da Maracanã S/A João Borba Filho participou do pagamento de propinas para liberar a concessão do estádio e pelas obras do complexo. Essa informação consta do inquérito revelado no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o Maracanã – essa investigação deve ir para o STJ. Borba negociava questões da gestão do estádio justamente com os políticos com quem tinha acertado pagamentos ilícitos. O inquérito sobre obras e concessão do Maracanã tem base em oito depoimentos de cinco ex-executivos da Odebrecht. São eles: Benedicto Junior, Leandro Azevedo Soares, Luiz Eduardo Soares, Marcos Vidigal Amaral e João Borba.

Os depoimentos de Benedicto Junior e João Borba apontam o pagamento de propina para o ex-governador do Rio Sergio Cabral pela obra do Maracanã. Inicialmente, ele teria pedido 5%, mas foram feitos pagamentos menores e que também se relacionavam a outras obras. Em uma de suas delações, Benedicto Junior afirmou que houve propina de R$ 4 milhões em relação à obra do estádio. Outro ex-executivo da Odebrecht Marcos Vidigal Amaral apontou que Cabral recebeu vantagem indevida para ”restringir a competitividade da licitação da obra da Maracanã”. Ou seja, pagou para armar a concorrência e depois na realização da obra.

Esses pagamentos por obras, em parte, foram feitos por meio de João Borba, o gestor do Maracanã. Em outro depoimento, ele afirmou que acertou com Wilson Carlos, então secretário do governo do Rio, o pagamento da propina a Cabral. Depois, os dois negociavam questões da concessão do Maracanã. ”No período em que eu estava no Maracanã, quando a concessão deu problema, muitas vezes tinha reunião com ele. Totalmente republicana”, afirmou Borba em sua delação, alegando que não havia irregularidades nestas conversas posteriores. Ele era o presidente da Maracanã SA, empresa da Odebrecht, neste momento.

Além disso, o próprio João Borba Filho admitiu participação no pagamento de propina ao Tribunal de Contas do Estado para liberar a concessão do Maracanã. ”No Termo de Depoimento no 7 de JOÃO BORBA FILHO há a afirmação de que WILSON CARLOS CORDEIRO DA SILVA CARVALHO, então Secretário do Governo de SERGIO CABRAL FILHO, avisou-lhe que a Odebrecht precisaria ”acertar” a quantia acordada com o Tribunal de Contas no rio de Janeiro (TCE-RJ) para a liberação do edital.”, diz trecho do inquérito sobre o Maracanã.

Em seguida, há o depoimento de Leandro Azevedo Soares sobre a solicitação de vantagem indevida por parte do conselheiro Jonas Lopes relacionada a obras do Maracanã. Como gestor do Maracanã, Borba negociou contratos com clubes para a utilização do estádio, além de conversas com o governo do Estado.

Por Explosão Tricolor

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