Detalhes decisivos e página virada




Olá galera do Explosão Tricolor!

Esse post certamente é o mais complexo de ser escrito. Mas é necessário.

Primeiramente, compartilho com todos a dor da perda do título, hoje contra eles. Perder é sempre ruim. Mas perder para eles, e da forma como ocorreu, é ainda mais doloroso.

Hoje tivemos um time com outra postura, se comparado ao primeiro jogo: time aguerrido, disputando todas as bolas, com maior entrega e comprometimento.

Iniciamos o jogo em cima e calamos a imensa maioria composta por eles, pela mídia, pela arbitragem, e por todo o sistema que os colocam como “Reis de tudo”. Henrique Dourado: Hoje tiro o meu chapéu para você. Além do gol, fez pivô, puxou contra-ataques, incentivou o time, deu esporro na defesa, belas tabelas. Henrique levou para o campo a nossa alma, aliada à sua experiência.

Antes de dar continuidade à análise, também tiro o meu chapéu para o Renato Chaves. Jogou demais. Para mim (e para muitos), o melhor em campo: Ganhou TODAS do Guerrero. Guardou o cara no bolso. Uma semana depois daquele vacilo inaceitável, mostrou que estava bem psicologicamente e também se redimiu. Hoje eu te aplaudo, Renato. Muita raça e vontade de ser campeão.

Voltando ao jogo, vencíamos por 1 a 0, contra um time cansado, que desesperado com nossa superioridade no segundo tempo, rifava bolas para as laterais, sonhando com os pênaltis.

E aí foi o nosso grande erro: Em um clássico, especialmente em uma decisão, quando o adversário acusa o golpe, você tem que matar! E não fizemos! Assistimos passivamente os minutos passarem, o Flamengo cozinhar o jogo, e não tivemos atitude, tesão, força física (mesmo com os caras mortos!) para ganhar um jogo que estava em nossas mãos.

Quero ressaltar duas coisas:

a) Nossa torcida deu um show nas arquibancadas, embora a televisão só tenha mostrado a deles. Nossa torcida calou a deles o jogo inteiro, mas os microfones do nosso lado ficam sempre desligados, enquanto do lado deles, o técnico da mesa de som deve ter sido ameaçado de desemprego se não amplificasse os poucos ruídos que surgiam a cada 10 ou 15 minutos.

b) Em todas as disputas de bola pelo alto, se tocássemos nos jogadores midiáticos, o juiz prontamente parava com falta. Foi assim o jogo inteiro! Eram de vidro. Podem buscar todos os lances e vocês verão o soprador de apito parar todas as jogadas disputadas na bola. Enquanto isso……Réver praticamente escala as costas do Henrique (na frente do soprador), e o lance resulta no empate deles, já no fim do jogo. Mas para eles, vale contato físico, e vale alpinismo. Caso contrário, o narrador de plantão não chegaria perto de romper suas cordas vocais ao berrar o gol deles, sem sequer parar para respirar. É o sistema.

A questão é a seguinte: não temos tempo para lamentar. Quarta feira teremos o jogo contra o Liverpool, válido pela competição mais importante que temos neste momento. Que vale grana alta e vaga na Libertadores de 2018. Temos que motivar o time, apoiar os jogadores e voltar do Uruguai com a vaga. Portanto, vamos virar a página.

Hoje nos faltou experiência, coragem, capacidade de leitura de um jogo que estava ganho, aliado à claríssima queda de rendimento de jogadores que estavam fazendo a diferença até o jogo contra o Vasco, e que não jogaram absolutamente nada nos últimos dois jogos.

Mas quarta feira é outro jogo, outra experiência, e dessa vez, temos que aprender a matar.

Temos que superar tudo: salários atrasados, quedas de rendimento, arbitragens e todo o sistema. Mesmo sabendo que, apesar do horário nobre, eles deverão colocar o 5° narrador da emissora para a transmissão, nos desprestigiando como habitualmente fazem.

Vamos para cima do Liverpool. Vamos em busca desse título.

Amanhã acordaremos chateados, mas terça feira é dia de encontrar forças e pensarmos no jogo de quarta.

Parabéns à torcida do Fluminense, pelo show.

Parabéns ao time, por ter chegado a esta final.

Parabéns ao Abel. Não fosse ele, sequer teríamos chegado à final.

E que fique de aprendizado para todos, que cozinhar o jogo e assistir passivamente o relógio girar, pode reservar castigos trágicos como os de hoje. 

Por Daniel Coelho / Foto: Fluminense F.C.

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