Tudo pelo Fluminense?

Deixando o um pouco o futebol de lado, chegou a hora de falar sobre as contas do Fluminense referentes ao ano de 2016 que serão aprovadas ou não através de uma votação que será realizada amanhã pelo Conselho Deliberativo. Li muitas opiniões e posicionamentos de todos os segmentos políticos do clube. Uma recente entrevista com o atual vice-presidente de Finanças do Fluminense, Diogo Bueno, foi o que me chamou mais atenção. Atual responsável pela pasta, Diogo detalhou todo o calamitoso cenário financeiro do clube de forma muito transparente (clique aqui e veja a entrevista completa).

No início do ano passado, o próprio presidente Pedro Abad, que na época presidia o Conselho Fiscal, chegou a reclamar dos altos gastos realizados pelo ex-presidente Peter Siemsen. O portal do jornal “O Globo” chegou até a publicar um áudio em seu site com duras críticas do Abad ao Peter. No ano passado, o clube fechou com um superávit de R$ 8 milhões, quando na verdade, era para ter provisionado os valores das contas que comprometeram totalmente as finanças do Fluminense. Se não fossem os R$ 80 milhões de luvas da Globo referentes a renovação dos direitos de transmissão, teríamos fechado 2016 com um déficit de pouco mais de R$ 70 milhões. Um detalhe que merece ser destacado é que as luvas da Globo são referentes ao contrato que entrará em vigor somente no início de 2019. Pois é, a verdade é uma só: conforme o próprio Pedro Abad havia sinalizado lá atrás, gastaram muito, muito mesmo. O pior de tudo é que deixaram várias “faturas” para 2017. Não à toa, o orçamento deste ano prevê um déficit de mais de R$ 70 milhões.

Hoje, a atual gestão do presidente Pedro Abad está numa verdadeira “pindaíba”. Todos os seus colaboradores políticos sempre deixam muito bem claro que a situação financeira do clube é de total calamidade. Até vejo certa intenção em fazer uma limpa lá dentro em todos os setores do clube, entretanto, alguns contratos possuem rescisões altíssimas, ou seja, a diretoria está de mãos atadas por causa da “herança maldita” deixada pela gestão anterior.

Segundo apurei, o Conselho Fiscal analisou as contas e deu parecer favorável, mesmo tendo se manifestado da seguinte forma: “não houve compromisso com o planejamento dos anos subsequentes, gastando-se muito mais do que se podia, sem cuidado, criando e deixando que fossem criadas pelo Departamento de Futebol, a partir de receitas extraordinárias obtidas, entre outras, da venda das transmissões televisivas e de jogadores, despesas fixas, em contratos de longa duração, assinados de afogadilho, deixando passivo de grande monta, sem apontar fonte se custeio”. Além disso, o Conselho Fiscal ainda definiu a administração passada como “inconsequente” e “imprudente” por ter utilizado recursos de receitas não recorrentes para o aumento de despesas e custos de longo prazo. Não consigo entender como é possível algum conselheiro aprovar as contas do ano passado. Só uma coisa pode justificar o “SIM” nesta votação de amanhã: a terrível POLITICAGEM. Fica até a pergunta: “TUDO PELO FLUMINENSE?” Com todo respeito ao Conselho Fiscal, mas o parecer favorável me pareceu bastante contraditório. Como eles aprovam algo em que eles mesmos praticamente condenam moralmente?   

Os fatos estão todos aí. Baseado nas lamentações do presidente Pedro Abad de que o clube está praticamente quebrado, nas duras críticas do Conselho Fiscal, penso que o correto seria o voto pela REPROVAÇÃO DAS CONTAS. A bola agora está com o Conselho Deliberativo…

EXPLOSIVAS DO GUERREIRO:

Wendel – Joga muita bola, mas diante do tenebroso cenário financeiro do clube, acho que uma proposta de 25/30 milhões de euros cairia como uma luva. Daria para pagar o empréstimo realizado recentemente no valor de R$ 36 milhões, garantiria a folha salarial até o final do ano e o clube ainda poderia contratar uns três ou quatro reforços. O Fluminense detém 90% dos direitos econômicos do jogador. Não gostaria de perder o garoto de forma alguma, mas uma proposta para resolver todos os problemas do ano e ainda possibilitar o clube a voltar a investir decentemente no futebol. 

Edson Passos – Prejuízo de pouco mais de R$ 700 mil no Maracanã num período de apenas 3 dias. Grande parte da torcida do Fluminense já sinalizou que não jogará junto. E só os 15 mil de sempre não sustentará a operação no estádio. O time iniciou bem o Campeonato Brasileiro, houve promoção, etc… O caminho será Edson Passos mesmo. Espero que o estádio esteja seguro em todos os seus setores. De qualquer forma, se eu fosse o presidente Pedro Abad, mandaria uma empresa de engenharia inspecionar o estádio todo. Novo gasto? Não. Isso é investimento na segurança do maior patrimônio do clube: o torcedor tricolor.

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo

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