Os números e a surra tricolor




Em uma palavra podemos definir o jogo de domingo: patético. Pelo menos quanto ao futebol apresentado pelo Fluminense. Sem gana, sem raça, sem paixão e sem qualidade, o que vimos em campo foi um time apático e bem distante da vitória, ainda que tenha tomado o gol de empate no fim da partida.

Por mais paradoxal que seja, o Fluminense, em nenhum momento, teve oportunidade de vencer. Aquele 1 a 0 era irreal e o que se viu foi um Bahia correndo muito mais e buscando a vitória o tempo todo. Enquanto isso, do lado das Laranjeiras, além de faltar vontade, sobrou medo nos jogadores, acuados que foram pelos onze de Salvador.

Basta uma análise dos números para perceber que o Fluminense foi literalmente dominado e que o resultado foi absolutamente injusto: o Bahia mereceu vencer.

De acordo como o site footstats.net, o Fluminense chutou seis vezes ao gol adversário, errando incríveis cinco finalizações. Já o Bahia finalizou muito mais: 17 vezes. Mas a pontaria baiana também não é das melhores: apenas cinco delas chegaram ao gol de Júlio César que, diga-se de passagem, teve a sua melhor atuação com a camisa tricolor.

O número de passes também impressiona e justifica a maior posse de bola da equipe do Nordeste. Foram 610 passes realizados, acertando 567. Média de 93% de acerto. Nada mal! Já o Fluminense teve 190 passes, com 166 acertos. Média de 87%. O Bahia, mesmo ficando com a bola por mais tempo, conseguiu ter um percentual de passe no destino certo melhor que o Tricolor das Laranjeiras.

E por falar em posse de bola, por um momento parecia que o Fluminense estava jogando contra o Barcelona: em 69% do tempo o Bahia esteve com a redonda nos pés. Com apenas 31%, o maior do Rio parecia um Sporting Gijón, um Eiba ou qualquer outro clube pequeno da Espanha contra o gigante do Camp Nou. Inclusive, entre os 25 e os 30 minutos da etapa inicial, o Bahia chegou a ter 85,05% de posse de bola. Um absurdo!

O chuveirinho baiano também foi predominante, o que pode justificar a incompetência do seu ataque, já que essa estratégia nunca costuma dar certo. Foram 49 cruzamentos, acertando apenas 10. O Fluminense foi mais contido nos números absolutos, mas não nos erros: levantou 11 bolas na área adversária, acertando apenas duas vezes.

E os chutões novamente imperaram no time de Abel Braga. Ao todo, o Fluminense tentou 45 lançamentos, errando 32. Percentual de apenas 29%. Na verdade, ninguém acredita que Reginaldo e Henrique acertarão passes de longa distância, só o nosso treinador. Sem Gustavo Scarpa na melhor forma, o meio de campo tricolor não passa de um telespectador privilegiado da partida. Assiste dentro de campo.

E quando falo que os zagueiros estão fazendo ligação direta, não estou inventando informações. Basta ver os números de Reginaldo. Durante a partida ele tentou seis, isso mesmo, seis lançamentos. É demais para um zagueiro limitado como ele. E, claro, acertou somente dois e errou quatro. Enquanto isso, Scarpa tentou cinco lançamentos, errando três deles. Ou seja, a bola passa direto e o armador arrisca menos lançamentos que o zagueiro. Inversão de valores ou algo do gênero!

A verdade é que não dá mais para o Abel Braga conceder entrevista e elogiar a postura da equipe, quando, na verdade, ela não está rendendo nada em campo. Parece o Galvão Bueno querendo enganar o torcedor na narração. Ele ainda tem muito crédito com a torcida, mas tem que trabalhar melhor essa molecada, até porque está pecando na organização tática da equipe, mantendo as linhas distantes entre si e dificultando a saída de bola, o que acaba gerando poucas chances de gol.

A análise da partida a partir dos números ajuda bem a entender o que assistimos no domingo. Eles demonstram o quanto o time precisa melhorar para o resto da temporada. Não acredito em luta contra o rebaixamento. Por mais pessimistas que estejamos, o certo é que a maior parte dos times do Brasileirão é muito ruim e, por mais que o Fluminense esteja mal neste momento, ainda tem chances de se classificar para a Libertadores.

Mas fica o recado para a diretoria: o time precisa de reforços urgentemente! Sem eles, a tarefa de disputar o maior torneio de clubes do continente em 2018 fica cada vez mais distante.

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. No final, o que me assustou mesmo foi o Abel dizer que ficou satisfeito com o desempenho da equipe. Misericórdia!
  1. Se o Maranhão ia ser trocado por meia dúzia de partidas no Engenhão, como ele entrou em campo no domingo? Eu não arrisco explicar.
  1. Alguém já viu o Pedro Abad presente nas partidas que o time faz fora do Rio de Janeiro? Eu ainda não, a não ser quando quis negociar o Richarlison com o Palmeiras.
  1. Estamos a 15 pontos do Corinthians. Título já era! E pensar que há cinco anos fomos campeões brasileiros. Quanta saudade!
  1. Vitória contra o Botafogo, a quinta força do Rio, é obrigação. Porque a quarta força é o América.     

Evandro Ventura

Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

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