O marketing que cuspiu na história do Fluminense




banner_jessicahentzySaudações, meus caros.

Seria fácil chegar neste espaço e elogiar o lançamento da nova camisa do Fluminense, predominantemente verde da esperança. Tudo estava indo muito bem até a primeira imagem oficial aparecer na mídia utilizando o slogan ‘Vencer ou Ganhar’. Então, tudo desabou.

Amigos… De um marketing que não fazia nada para um marketing que faz uma coisa ou outra, demos alguns bons passos. Da pífia Ocupação 41 até o lançamento do Sócio-Futebol foi um longo caminho de erros e acertos e daí pra cá, apenas erros no meio de um ou outro acerto. No aniversário do ano passado, nada. No jogo contra o Exeter City, marcando os 100 anos da Seleção Brasileira, nenhuma divulgação maior, em mídias maiores ou em jornais. Um feito histórico merecia mais atenção e quase passou desapercebido. Os novos planos de sócio-torcedor são uma verdadeira piada. Continuamos oscilando entre novos sócios e perdendo outros. Como esperar que um marketing desses consiga lançar uma camisa sem fazer uma lambança?

Foto: Eduardo Bruno / Explosão Tricolor
Vencer ou ganhar? Marketing deu bola fora (Foto: Eduardo Bruno / Explosão Tricolor)

Vamos à história. O lema “Vencer ou Vencer” é uma das frases mais conhecidas da história do Fluminense, eternizada pelo presidente Francisco Horta, o criador da icônica Máquina Tricolor. Nos momentos difíceis, onde apenas a vitória importa, a torcida traz à tona seu velho lema e então apoia o time independente das circunstâncias. Não interessa a política ou qualquer outra coisa: ‘Vencer ou Vencer’ está marcado na história e ficará para sempre. Então, brilhantemente, inventam um ‘Vencer ou Ganhar’ para vender a nova camisa. É rir para não chorar. A tropa de marqueteiros amadores do Fluminense conseguiu anotar mais uma no livro dos erros. E teve gente que aplaudiu, dizendo que não vai mudar a história. Ah, meus caros, pode não mudar, porém deixa uma enorme placa na atual gestão de marketing dizendo: “NÓS NÃO SABEMOS NADA DA HISTÓRIA DO FLUMINENSE”. Ou comemorar o aniversário do clube, logo após a morte de grandes ídolos como Washington e Assis, com uma imagem do senhor presidente abrindo um champanhe é ato para ser aplaudido?

O Fluminense deve ser um dos lugares mais propícios para se trabalhar com marketing e publicidade. Um clube centenário, de uma história repleta de momentos marcantes e ídolos memoráveis para serem eternizados em belíssimas ações que nem precisam ser grandiosas. Vide as máscaras do Casal 20 no Maracanã, um tremendo ponto alto e simples. No entanto, os profissionais que ocupam as cadeiras marqueteiras de dentro na Álvaro Chaves não conseguem fazê-lo do jeito que foram treinados para fazer. Não esqueçamos: nossa torcida tem um enorme potencial para fazer ações virtuais. Não a toa, passamos a frente do Fluminense em praticamente tudo. Qualquer assunto relacionado ao Fluminense ganha destaque no Twitter rapidamente. O #SomosFluminense, do próprio clube, sequer foi divulgado. Quem está por dentro das redes sociais do clube sabe, quem não está, azar. Até os que entram com intervalos de frequência ao longo da semana, podem não entender nada ao ver a tal hashtag.

O marketing do clube, ao que tudo indica, não melhorará tão cedo. Alguns sinais de vida aparecem de tempo em tempo, porém logo somem com uma ação em hora errada (como a divulgação do amistoso na Florida após jogo pífio no último Brasileirão) ou com o pior slogan de todos.

Ao menos podemos comemorar um simples fato: a lambança não foi eternizada na camisa. Imagina se vem escrito ‘Vencer ou Ganhar’ na gola…

Saudações Tricolores.

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Nosso colunista Eduardo ‘Kabessa’ marcou presença no evento do lançamento da camisa e contou sua saga em sua nova coluna. Clique aqui e confira as impressões do torcedor e todos os detalhes de organização do evento na loja da Adidas no Barra Shopping.

PS: se o slogan “Vencer ou Ganhar” foi por mera questão política, aí é que foi um tremendo cuspe seguido de um pisoteio na história do Fluminense.

@jessicahentzy

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