Portal faz um balanço detalhado da Operação Limpidus




O portal Globo Esporte fez um balanço geral da Operação Limpidus, que investiga a relação de dirigentes de clubes, torcida organizadas e cambistas. Confira abaixo:

Quem está a cargo das investigações da Operação Limpidus?
Polícia Civil e Ministério Público. A delegada Daniela Terra, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), e promotor Marcos Kac, do Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST), comandam os trabalhos. Tudo foi feito com autorização do juiz Guilherme Schilling, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos (JETGE).

Quais os objetivos?
Tanto a delegada quanto o promotor revelaram que a investigação começou em março, após casos de violência entre torcidas, com o objetivo de aumentar a segurança dentro e no entrono dos estádios do Rio.

Como eles pretendem alcançar resultado?
A ideia é, além de coibir crimes, sufocar financeiramente as organizadas. De acordo com o promotor Marcos Kac, as torcidas se financiam com a revenda de ingressos e venda de produtos sem licenciamento dos clubes. “Temos de quebrar esse elo financeiro. Sem isso, não vamos acabar com a violência”, diz.



O que a polícia descobriu?
À medida que a investigação avançou, de acordo com o promotor Marcos Kac, ficou clara uma “relação espúria” entre dirigentes e membros de torcidas organizadas. Os cartolas cediam ingressos a integrantes de grupos, que revendiam os mesmos a cambistas. Foram identificados problemas, além do Flu, no Vasco e no Botafogo.

Como era a relação do Fluminense com as organizadas?
Em depoimento à polícia e depois em entrevista, Abad admitiu ter feito acordo em setembro com torcidas organizadas para ajudar o time a sair da má fase no Brasileirão. Pelo combinado, o clube cedeu 200 ingressos por cada um dos seis jogos que mandou na reta final do campeonato às torcidas Young Flu, Força Flu e Fiel Tricolor. Ele definiu a combinação como pontual.

Como os ingressos eram cedidos?
Os bilhetes eram de meia-entrada, ou seja, o clube arcou com o custo, inclusive de impostos. Não foi pedido pelo Tricolor comprovação de que as pessoas tinham direito legal de receber ingresso com este tipo de benefício.

Houve financiamento de viagens de organizadas?
O Tricolor financiou ainda dois ônibus para o jogo contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, com custo de R$ 10 mil, informação revelada pelo UOL e confirmada posteriormente pelo GloboEsporte.com.

Há algum impedimento legal para ceder ingressos a organizadas?
Não há nenhuma lei que impeça qualquer clube de dar ingresso promocional ou cortesias. A legislação, porém, estabelece que o estudante tem direito à meia-entrada. Em 2008, na gestão Roberto Horcades, o Fluminense assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MP em que se compromete a “adotar controles eficientes para evitar a ação de cambistas”.

Algum crime foi cometido?
O inquérito policial ainda não foi concluído. Por ora, não há indiciamento de ninguém e tampouco denúncia à Justiça. Em tese, as pessoas presas poderão responder, caso seja o entendimento do Ministério Público e do Poder Judiciário, por cambismo. Trata-se do artigo 41-F do Estatuto do torcedor, com pena de reclusão de um a dois anos além de multa.

Quem foi preso e por qual motivo?
Com relação ao Fluminense, três membros de organizadas. Eles têm prisão temporária de cinco dias, que vence na próxima terça-feira. Segundo a delegada Daniela Terra, eles são suspeitos de revenderem os ingressos cedidos pelo clube a cambistas.

O que foi apreendido?
A polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão nas Laranjeiras. Não foi revelado o que foi apreendido.

A investigação terminou?
Não. As autoridades dizem que foi o início de um trabalho permanente para quebrar o poder das organizadas e trazer de volta a paz aos estádios.

O Fluminense, o presidente Pedro Abad ou algum funcionário tricolor cometeu algum crime?
Não. O promotor Marcos Kac diz: “Não se tem como provar que haja conhecimento direto dos dirigentes. Agora, como se diz, não tem bobo no futebol. Essa prática se faz ao longo dos anos”.

Há algum movimento no Conselho Deliberativo para afastar Abad do cargo?
Não. Nenhum conselheiro apresentou requerimento para tal. O presidente também não fez nenhum movimento que indique renúncia ao cargo.

Qual foi a repercussão política no Tricolor?
Bravo 52, Garra Tricolor, Sobranada, Flu Beer e Flunitor, torcidas organizadas, emitiram nota oficial negando terem recebido ingressos e criticando o presidente Pedro Abad. O Flusócio, grupo político de suporte ao presidente, definiu como erro ceder ingressos. Porém, manifestou apoio à gestão do dirigente.

O Fluminense tem algum organizada banida dos estádios?
Não, conforme informação da Polícia Militar.

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Por Explosão Tricolor /  Fonte: Globo Esporte / Foto: Divulgação 

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