O impeachment de Abad!




O Fluminense virou piada! E das mais sem graça! Se já não bastasse o jargão idiota e mentiroso intitulado “pague a série B”, agora temos que aguentar o Fluminense nas páginas policiais. E com requintes de crueldades! Depondo ao lado do nosso Presidente estava o Euriquinho. Rebaixamos ao nível do Vasco. Pior! Eles, pelo menos, estão na Libertadores.  

Este episódio demonstra que a transparência no clube não existe nem mesmo dentro da Flusócio. Basta ver a declaração de Pedro Abad informando que o seu grupo político de sustentação não tinha ciência da doação de ingressos às torcidas organizadas que gerou um prejuízo perto de 32 mil reais aos cofres do clube. Pouco? Pode ser. Mas considerando que eles foram desviados para atividade de cambismo, que é crime, um único real do time é muita grana. Aqui, porém, não se pode ser leviano a ponto de afirmar que Abad sabia do crime (acredito mesmo que ele não tinha ciência), mas também não podemos desqualificar o ato praticado.

E essa novela toda ganhou contornos ainda piores porque os jogadores resolveram soltar o verbo. Gustavo Scarpa, Marcos Jr e, principalmente, Henrique Dourado, reiteradamente cobram atitude da diretoria. Inclusive nesta segunda-feira, na premiação do Campeonato Brasileiro, o nosso artilheiro não confirmou que ficará no Fluminense e ainda pediu aos dirigentes que “pensem grande”. Concordo totalmente com ele.

Ainda sobre todo este imbróglio que envolve a atuação do Ministério Público e da Polícia contra os cambistas, li uma coluna denominada “Blog do Savioli”, no site “Observatório do Fluminense” que causou estranheza: ele afirma que a atuação dos órgãos públicos era desnecessária.

Como assim “desnecessária”? Então os integrantes de organizadas podem praticar crimes contra a ordem econômica sem qualquer tipo de penalidade? Defender Pedro Abad chega ao ponto de desmerecer o trabalho sério das instituições para quebrar o elo financeiro das torcidas organizadas e, consequentemente, secar a fonte de renda e a própria presença delas no estádio, o que inibiria a violência desenfreada? É cada uma viu!

Mas vamos ao que interessa. Pedro Abad fica ou sai? Parece que renúncia não vai ocorrer. E quanto ao impeachment, é possível sonhar com isso?

Analisando o estatuto do Fluminense, observo que o seu artigo 53 elenca seis hipóteses em que poderá haver o impedimento do Presidente. São elas:

  1. a) ter ele praticado crime infamante, com trânsito em julgado da respectiva sentença condenatória;
  2. b) ter sido decretada falência de empresa em que ele seja diretor responsável;
  3. c) ter ele acarretado, por ato ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Clube;
  4. d) não terem sido aprovadas as contas da sua gestão;
  5. e) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária;
  6. f) quando praticar ato de gestão irregular ou temerária, poderá também haver o afastamento imediato e a inelegibilidade, pelo período de cinco anos (art. 4º, VII, da Lei nº 13.155/2015).

É interessante notar que a lei acima, também chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, ou simplesmente “Lei do Profut”, também dispõe em seu artigo 25, VIII, que são considerados atos de gestão temerária ou irregular a ausência de divulgação, de forma transparente, tanto para os torcedores quanto para os associados, dos atos tomados na gestão do clube.

Em outras palavras: a falta de transparência de Pedro Abad e da Flusócio pode levar ao impeachment do presidente. É isso mesmo torcida tricolor! Nós temos o direito de saber o que se passa no dia-a-dia do clube. Do contrário, a intencional falta de informação pode gerar o impedimento do mandatário máximo do Fluminense.

É claro que todos nós sabemos que o processo é demorado e que a Flusócio, por ter grande parte dos assentos no Conselho Deliberativo, jamais permitirá que o impeachment siga adiante. Assim como na política, os fatos pouco importam, já que os conchavos dão o tom das votações. Basta ver que o atual presidente Michel Temer se livrou das denúncias apresentadas pelo Ministério Público por ter maioria no Congresso. Mas a possibilidade existe e a arquibancada tem o direito de saber. Chega de sonegar informações!

Está na hora da torcida dar o tom da atual administração. 2018 não pode ser igual a 2017. Os atletas estão desmotivados e a vontade de sair do clube está clara nas entrelinhas das suas declarações. E a diretoria não toca no assunto. Finge de surda e apenas vem com uma promessa de elenco mais qualificado para o ano que vem. Gostaria de queimar a língua, mas não acredito nessa promessa.

Ser Tricolor é não desistir jamais do clube e lutar por dias melhores. Pelo bem do Fluminense, a mudança é urgente e o profissionalismo propalado pela Flusócio não pode se confundir com morosidade e preguiça.

O Fluminense está acima de tudo!

Evandro Ventura



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