Em nova entrevista, Pedro Abad fala sobre a necessidade de vender jogadores, situação financeira e muito mais. Confira!

Em nova entrevista concedida ao blog “Época Esporte Clube”, o presidente do Fluminense, Pedro Abad, falou sobre a necessidade de vender jogadores, situação financeira do clube, corte de gastos, novo modelo de gestão e muito mais. Confira na íntegra abaixo:

Situação financeira do Fluminense

Pedro Abad: A gente pegou o clube em dezembro do ano passado e fizemos uma análise de fluxo de caixa. A realidade é que o nosso fluxo de caixa era inacreditavelmente desastroso. E, de um jeito ou de outro, estamos chegando no fim do ano com uma ou outra coisa em aberto, mas conseguimos fazer o clube não parar. O orçamento aprovado no conselho previa um deficit de R$ 76 milhões para esse ano de 2017. Fizemos um trabalho de readequação do elenco de futebol, fizemos diversas reduções de custeios da sede, de operação… E a gente está esperando agora uma previsão de cerca de R$ 52 milhões de deficit. Ainda está longe do ideal, muito longe do ideal. O Fluminense precisa buscar novas receitas. A redução de custo chega num limite em que não consegue mais ter as atividades funcionando a contento, então você tem de buscar receita. Esse trabalho de buscar receita não é um trabalho que acontece de uma noite para outra, que você gera mais R$ 70 milhões a R$ 100 milhões no orçamento. 

Novo modelo de gestão

Pedro Abad: O Fluminense passou 115 anos dentro de uma modelo de gestão. A gente está mudando isso agora. Todo nosso corpo de sócios e o corpo político dos vice-presidentes e diretores estão com um conhecimento muito grande acumulado, mas eles são não remunerados, eles têm os seus trabalhos, assim como eu tenho o meu, e não estão no clube o tempo todo. Então resolvemos equipar o clube com profissionais que possuem expertise comprovada em suas áreas para tocar o dia de cada um dos nossos centros de negócios: sede, esportes olímpicos, futebol, jurídico, marketing, administração integrada, que envolve a controladoria financeira. O objetivo é que essas pessoas efetivamente façam a gestão do clube. 

Quais despesas foram cortadas pelo clube?

Pedro Abad: Existem várias delas que às vezes não são desnecessárias, mas são caras. A gente tinha um contrato de terceirização de mão de obra que custava 410 mil reais por mês. Hoje esse valor está em R$ 280 mil. Só por renegociar e realocar funcionários. Só para dar um exemplo, a gente mudou o chuveiro da sauna, o que vai gerar uma economia de água de 20 mil reais por mês. São coisa simples, que muitas vezes a gente não fazia. Tem muita coisa mudando em características padrão de contratos que resguardam o clube. Isso tem mudado com uma velocidade muito maior até do que eu esperava.

Necessidade de vender jogadores

Pedro Abad: Claro que a venda de atletas é sempre importante. O Fluminense é um clube vendedor. A gente sempre tenta ajustar o momento certo de vender o jogador, mas às vezes a necessidade faz com que você tenha que vender naquela janela que não é ideal. Vende um jogador, pega uma parte do valor e repõe, é sempre isso. Faz o atleta crescer, vende e repõe. Esse é o grande segredo. O segredo não é comprar ou vender, mas sim estar sempre fazendo a roda girar. Você passa a ter uma receita que, entre aspas, pode alocar no orçamento, sendo conservador, é óbvio, você não vai projetar uma quantidade de dinheiro muito grande, mas pode projetar alguma coisa. Entendo que fugir disso é muito complicado. Portanto, de uma forma ou de outra, você acaba vendendo atletas. Sendo boa a proposta, a gente vai analisar. É uma necessidade, mas também é importante para se fazer futebol e fazer o clube funcionar de uma forma mais tranquila.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Época Esporte Clube / Foto: Divulgação / Fluminense FC

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