Cada um com a sua luta




Foto: Divulgação / Fluminense FC

A coisa mais importante que aconteceu: acordamos o dia sem notícia ruim. Só tem notícia ruim. Há uma divisão, sabe, umas coisas que não dá para entender. Está na hora de parar um pouco. Está muito pesado. O clube precisa se unir, as pessoas precisam tentar. Não é ano político. Tem de tentar colaborar. O que quero é o rumo do clube. Não tem mais nada atrasado”, disse Abel Braga após a importante vitória do Fluminense sobre a Caldense.

Por mais que grande parte da torcida tricolor esteja revoltada, a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil foi de extrema importância para a sobrevivência do Fluminense na atual temporada. Se na primeira fase o clube assegurou uma cota de R$ 1 milhão, agora ganharemos outra de R$ 1,2 milhão. O adversário na segunda fase será o Salgueiro-PE com o duelo sendo disputado no Rio de Janeiro. Se cumprirmos com a nossa obrigação, passaremos de fase e asseguraremos mais R$ 1,4 milhão. Conseguindo a vaga para a quarta fase, o clube embolsará mais R$ 1,8 milhão. Resumindo, as quatro primeiras fases juntas dão um valor total de R$ 5,4 milhões. Por aí dá para se ter a noção exata do quanto é importante o clube priorizar a competição e, principalmente, os jogadores entrarem em campo com a faca nos dentes.

Sobre a atuação diante da Caldense, poderíamos ter passado com mais tranquilidade, caso não tivéssemos sido prejudicados pela arbitragem no lance do gol anulado do Pedro. Ayrton estava em condição legal! Um erro que poderia ter nos custado muito caro, já que a Caldense perdeu uma chance incrível na segunda etapa. Com a benção de João de Deus, Renato Chaves garantiu a classificação aos quarenta e cinco do segundo tempo. Ufa!

Considerando o cenário geral calamitoso em que o Fluminense se encontra, dá para dizer que a vitória contra a Caldense foi santa. Quem diria, hein! Em pleno 2018, a torcida tricolor está respirando aliviada por ter vencido a Caldense. Esse é o novo Fluminense, o da eterna reestruturação capitaneada pela Flusócio ao longo dos últimos sete anos, que chegou a arrecadar R$ 303 milhões em vendas de jogadores no período de 2012 a setembro de 2017, sendo que, até o final de 2014, a patrocinadora da época pagava entre 70 a 80% da folha salarial de futebol. Considerando outras receitas, como, por exemplo, as cotas de TV, fica a pergunta: como chegamos ao atual caos financeiro? Deixo essa pergunta no ar para quem ainda tem alguma dúvida sobre a desastrosa gestão do Peter Siemsen e Pedro Abad. E olha que não estou nem colocando na conta a lista de dispensas, caso Diego Souza… 

O parágrafo anterior é a melhor resposta ao desabafo do nosso treinador após a vitória sobre a Caldense. Abelão é uma das principais figuras da grandiosa história do Fluminense, sempre terá o nosso respeito, mas não possui o direito de generalizar ou distorcer os fatos. Entendo que ele queira paz para desenvolver o seu trabalho, algo que concordo plenamente, ainda mais tendo à disposição um elenco repleto de sérias limitações em todos os sentidos, mas a torcida é soberana. Com as redes sociais dando a transparência que a diretoria se recusa a dar aos sócios do clube, certas situações ficam mais expostas, como, por exemplo, a omissão do Conselho Deliberativo do Fluminense, que está mais preocupado com o cumprimento de acordos políticos do que com o próprio futuro do Fluminense. 

Cada um com a sua luta, Abelão! Lute pela  sua com esse elenco sofrível que a torcida lutará pela dela sem jamais deixar de apoiar durante os noventa minutos. 

Só para  não deixar cair no esquecimento:

Como está a situação do processo movido contra a Dryworld?

Como ficará a situação do caso Diego Souza?

Como ficará a situação do Gustavo Scarpa?

Transparência já! A luta continua!

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo



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