Através de carta protocolada, conselheiro cobra satisfação sobre aluguel no Maracanã




O Conselheiro do Fluminense e colunista do site Observatório do Fluminense, Carlos Tricolor,  protocolou a carta abaixo junto à direção do clube, com questionamentos sobre atos recentes da administração. O principal questionamento se refere ao pagamento do aluguel do Maracanã no jogo contra o Joiville pela estreia no Campeonato Brasileiro (algo que o clube estava isento).

“Rio de Janeiro, 22 de maio de 2015.

Ao Ilustríssimo Senhor:

Marcus Vinicius F. Bittencourt – Presidente do Conselho Deliberativo do Fluminense Football Club.

Eu, Carlos Augusto da Silva, sócio-proprietário, título número 45137, na qualidade de membro do Conselho Deliberativo do Fluminense Football Club, no uso de suas prerrogativas legais e estatutárias, venho expor e requerer o seguinte:

Visto o momento conturbado em que passa o futebol tricolor decorrente a adaptação a um novo modelo econômico pós Unimed Rio, aonde se espera um maior cuidado, transparência, profissionalismo e competência na administração das finanças do Clube, não podemos ter gastos exorbitantes e despesas injustificadas que refletirão diretamente na falta de recursos para gerenciar o nosso futebol, carro chefe e razão da existência do Fluminense Football Club.

Temos um compromisso institucional e devemos ser fieis a eles na sua essência, primando pela observância constante e preventiva na austeridade dos gastos e principalmente na elaboração dos contratos firmados com o Clube.

Partindo do principio que o Conselho Deliberativo deve ser um órgão fiscalizador independente da Diretoria, que busca contribuir para uma política ativa da instituição de boas práticas de governança direcionada especialmente ao melhor desempenho da instituição, verifiquei na súmula do jogo no dia 09/05/15 contra o Joinvile no Estádio do Maracanã que no item despesas aparece ALUGUEL DO ESTÁDIO, no valor de 200 mil reais. Esse valor nunca foi cobrado, já que o acordo com o Clube o isenta. E pergunto se o Fluminense mudou seu contrato e aceitou essa cobrança?

Revendo o borderô, e comparando-o com borderôs anteriores, fica claro que a diferença nas despesas refere-se à cobrança do aluguel do estádio (204 mil) e confecção de ingressos (38 mil), que não aconteciam no contrato anterior. Em compensação, não está mais sendo cobrada a taxa do Posto Médico (34 mil Reais), que tinha passado a ser cobrada desde setembro de 2014, a partir do jogo contra o Palmeiras.

Fazendo uma comparação entre a receita esperada com o contrato antigo e a recebida, de acordo com o contrato novo. O resultado é que pagamos cerca de 140 mil reais a mais (se não considerarmos o pagamento do posto médico) ou 110 mil Reais a mais, se considerarmos que deveríamos pagar o posto médico.   

Em face do exposto, e diante dos fatos, duas perguntas são pertinentes neste momento. A primeira é se nosso contrato com o Consórcio Maracanã está ativo e suas cláusulas estão sendo cumpridas por ambas as partes? A segunda pergunta é se não há um novo contrato, quem são os responsáveis por agirem contrários aos interesses do Clube, gerando prejuízos financeiros por despesas não pactuadas em contrato?

O nosso negócio é o Futebol, e uma de nossas receitas é a bilheteria. Sendo que a receita de bilheteria do Fluminense é a MENOR entre os 12 maiores clubes brasileiros na média dos últimos três anos.                         

O Fluminense teve uma receita de 117 milhões em 2014, ficando com um prejuízo de 7 milhões no seu balanço. A receita com bilheteria foi de menos de 7 milhões de Reais no ano inteiro de 2014.

Assim, de acordo com a perspectiva apresentada de receitas e despesas tomando o borderô do jogo contra o Joinville, o que se percebe é que o Fluminense está assumindo o ônus de garantir ao consórcio uma receita garantida com seus jogos, ao passar a pagar aluguel e despesas de confecção de ingressos, que não faziam parte de seu contrato.

Não vejo como não considerar péssima a atitude dos responsáveis por zelarem pelo cumprimento do referido contrato, em não fazerem valer os nossos interesses e direitos. Não dá para cobrar transparência da FERJ e negar transparência aos nossos sócios e torcedores!

Visto que o Presidente Peter Siemsen tem o DEVER de apresentar explicações perante o Conselho Deliberativo, Poder Soberano, Órgão da Manifestação Coletiva dos Sócios.

Visto que em face do exposto, e diante dos fatos, venho de forma preventiva e cautelar, pedir no uso de minhas prerrogativas legais que o Srº no uso de suas prerrogativas legais e estatutárias, conforme art. 28, item II, alíneas a e d e art. 29, observando o art. 30, realize convocação de Reunião Extraordinária com a seguinte Ordem do Dia:

Exposição pelo Presidente do Conselho Diretor PETER SIEMSEN, sobre o contrato Maracanã.

Apresentação do contrato firmado com o Consórcio Maracanã e seus aditivos para verificação dos Conselheiros.                           

Visto que a torcida tricolor não admitirá omissão de quem tem o dever institucional de defender o Clube. Ela exige a adoção de medidas urgentes para que se esclareçam os fatos trazidos nesta carta aberta ao Conselho Deliberativo do Fluminense F C.

Atenciosamente,

Carlos Augusto da Silva

Conselheiro do Fluminense Football Club”

Por Explosão Tricolor / Fonte: Observatório do Fluminense / Foto: Fluminense F.C.