As gambiarras do Fluminense




O Fluminense não pode ser solucionado com gambiarras!
O Fluminense não pode ser solucionado com gambiarras!

Você pega um carro zerinho na concessionária, tira uma tremenda onda e vai usando até dizer chega. Depois de um tempo, ele começa a apresentar um ou outro problema. Parte elétrica já não está 100% e você pensa: “Depois vejo essa parada”. Pneus começam a ficar carecas e você fala para a patroa: “Quando ajeitar a parte elétrica, trocarei os pneus”. O trinco da porta traseira não está legal e você comenta com o melhor amigo: “Isso aí é mole, quando tiver um tempo, mexerei”. Passa mais um tempo e o acúmulo de problemas fica ainda maior. E você não fez rigorosamente nada. Sem “um puto no bolso”, pinta um problema no radiador. Você vai lá na Mangueira e começa a fazer várias gambiarras para “segurar a onda” da carreta por um tempo.

Pois é, o caso exposto acima é bem semelhante com o atual Fluminense. Engana-se quem pensa que estou escrevendo isso por causa do empate com o Sport. Para falar a verdade, apesar de ter sido bastante brochante, o nosso time tem jogado de forma honesta. No duelo de domingo, se tivesse jogado de corpo mole, certamente teria perdido para o bom time pernambucano. Temos que ter a humildade de reconhecer o mérito do adversário, que veio ao Maracanã para não levar gol e tentar achar um. 

Hoje, resolvi fazer a crítica, com base em algumas coisas que andam me incomodando muito. O Fluminense virou o clube das famosas “gambiarras”.

Se o cargo de vice de futebol fica vago, o clube vai lá e mete um advogado especialista em justiça desportiva, mas sem a bagagem necessária para comandar um Departamento de Futebol da grandeza do Fluminense. 

Se troca o patrocinador, a fornecedora esportiva demora um século para vestir o time de forma decente. Estamos no sexto mês do ano e a rapaziada ainda entra em campo com as camisas exibindo fitas adesivas dos novos patrocinadores, ou seja, gambiarras na nossa sagrada armadura de guerreiros, que é exposta para o mundo inteiro ver. Ninguém cobra da Adidas? Será que é difícil eles fazerem alguns jogos de camisas para os jogadores entrarem em campo vestidos sem essa horrorosa gambiarra? Tá feio, muito feio. Um total desrespeito! E ninguém cobra ou fala algo sobre o assunto.

Se o programa do sócio-torcedor não alavanca, o clube vai lá e terceiriza o Marketing. A empresa contratada lança novos planos, mas do nada, surgem novas modificações e uma surpreendente parceria com o Consórcio Maracanã envolvendo outros novos planos de sócios. Dá para entender?

Se não tem dinheiro para contratar, o clube anuncia um pacote de gambiarras. Dos sete jogadores contratados, apenas um vingou. Solução: contratar um veterano de quase 40 anos de idade. Mais uma gambiarra com base no apelo emocional.

Se o treinador não vinga, os especialistas em gambiarras acabam se superando. Como esquecer o Ricardo Drubscky? Para quem sempre falou em responsabilidade financeira, acabaram esquecendo que a gambiarra escolhida não duraria tanto tempo. Conclusão: mais uma rescisão e mais dívidas. Pouco importa, a galera é especializada em gambiarras e o Fluminense dará o seu jeito.

Até quando continuaremos adotando a política da gambiarra? Está difícil ver o departamento de futebol nas mãos de quem não é do ramo, ter que assistir o Fluminense jogando um Campeonato Brasileiro com uma camisa cheia de gambiarras e testemunharmos o show de desconhecimento e incompetência do Departamento de Marketing, que deveria ser uma máquina de fazer dinheiro. 

Apesar de todos os problemas, não me darei por vencido. Continuarei apoiando o Fluminense e torcendo pelo fim da política das gambiarras.

O Fluminense é coisa séria e merece ser tratado com carinho, atenção, amor e respeito.  

Mensagem final:

O Analfabeto Político

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.” – por Bertolt Brecht

Por hoje é só.

Saudações Tricolores

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor