A água e o vinho




A bipolaridade desse elenco do Fluminense é gritante. Cabe até um acompanhamento psicológico (nos maiores clubes e seleções do mundo já é uma realidade). Descobrir a forma de abordagem do treinador adequada a cada jogador, quais jogadores precisam de um acompanhamento maior, até quem age na malandragem. Eduardo Batista deve ter uma ideia rasa disso tudo. Um profissional faria uma análise profunda.

Marlon saiu falando em falta de comprometimento, Eduardo Batista falou em falta de atitude. O primeiro tempo foi falta de futebol em sua essência. Só um time jogou. Concordo com os dois somando a falta de técnica principalmente do pelotão de frente. Com Osvaldo e, principalmente, Wellington Paulista, o time não retém a bola no ataque. É bombardeio toda hora na defesa sem um contra-ataque eficiente. E o Osvaldo ainda me foi expulso. Que sofrência!

No segundo tempo a água virou o vinho. Fluminense veio com uma disposição descomunal para um time “de férias”. A vibração do time foi contagiante. Mas esbarrávamos como sempre na falta de qualidade nas finalizações. Até que o juiz compensa o pênalti que ele não deu no Wellington Silva e premia a queda do Magno Alves. Cícero bate e empata o jogo. Pra alívio dos torcedores que foram ao Maracanã e da equipe. Se não fosse de pênalti, o gol não sairia.

Outra coisa que está na cara é que Eduardo Batista seria quase um manager. Tudo por conta dessa diretoria de futebol omissa e que tem (não disse deve, disse tem) que sair. Mario Bittencourt e Fernando Simone não possuem condições de gerenciar o grupo, muito por conta da proximidade dos dois com os jogadores. Não cobram e não se cobram. Situação muito confortável para todos os jogadores. Edu Gaspar, Alexandre Mattos e Rodrigo Caetano são responsáveis pelos últimos cinco campeonatos brasileiros. Obviamente isso não é coincidência.

Profissionalizar sua gestão de futebol profissional é urgente e obrigatório. Bota o Marcelo Teixeira novamente na linha de frente e traz o Parreira (segunda vez que peço o Parreira). Juventude e experiência de dois tricolores PROFISSIONAIS com reconhecimento internacional. Fundamental no principal setor do clube termos excelência na gestão. É o futebol que move o Fluminense.

Tabelinha:

1 – Osvaldo parece estar num jogo de tabuleiro: só tirou 1 no dado durante várias rodadas e sábado caiu na casa “volte ao início”. Ele e Wellngton Paulista são piores que Ademílson e Fábio Bala.

2 – Nogueira estreou bem. Marlon e Nogueira sempre foram titulares na base. Com o Marllon Freitas (que volta agora de empréstimo) na proteção. Edson finalmente voltou a jogar, mas ainda está sem ritmo. De repente fazer um triângulo de volantes pode ser uma boa. Freitas atrás de Edson e Cícero. A grande fase do Galo no brasileiro foi jogando assim. Seria uma forma de compensar a falta de um articulador.

3 – Ainda no meio de campo, como estão jogando bem Gustavo Scarpa e Cícero. Difícil imaginar o time sem os dois.

4 – Lucas Gomes correu, correu, correu… e não convenceu novamente.

5 – Ayrton está “verde” demais para a camisa 6 tricolor. Em compensação o Léo Pelé parece veterano.

6 – Douglas cobiçado por Juventus e Inter de Milão. No profissional ainda não vi esse jogador todo.

Ruan Veiga / Explosão Tricolor
Foto: Vinicius Toledo / Explosão Tricolor