A camisa nove do Fluminense




Camisa 9 (Foto: Fluminense FC)

A camisa nove do Fluminense (por Vinicius Toledo)

Há alguns anos, o povo tricolor do antigo Twitter, atual rede X, passou a espalhar que a camisa nove do Fluminense possuía algo espiritual, ou melhor, ela jogava sozinha, inclusive, se algum jogador não tão bom tecnicamente vestisse a armadura, logo ele se transformaria em uma máquina de fazer gols. O Henrique Dourado, em 2017, foi um dos exemplos da “lenda da camisa nove” tricolor.

Pois é, a camisa nove realmente sempre teve uma energia especial. O John Kennedy, por exemplo, é um bom jogador, mas possuía um grande histórico de problemas fora do campo. Em 2023, ele foi parar na Ferroviária, de São Paulo, para disputar o Campeonato Paulista. Porém, voltou ao Fluminense no meio do ano. Fernando Diniz soube trabalhar o psicológico do atleta. Na época, um funcionário do clube me ligou para colocar o papo em dia e me disse o seguinte:

“Vinicius, pode anotar aí: John Kennedy vai voar no segundo semestre. Estou falando sério”.

Quando escutei isso, comecei a rir pra caramba e respondi:

“Fulano, você só pode estar de sacanagem. O JK nem tem entrado. Agora virou solução?”

Ele me respondeu:

“Cara, pode confiar, além do trabalho na parte psicológica, a questão física também está sendo fortemente trabalhada. Confia!”

O funcionário fez questão de me avisar antes, pois sempre gostei muito do futebol do John Kennedy desde a época da divisão de base. JK começou a entrar nos jogos do Brasileirão, destruiu no mata-mata da Libertadores e marcou o gol da “glória eterna” conquistada pelo Fluminense contra o Boca Juniors em pleno Maracanã. Ok, foi feito todo um trabalho sensacional para que ele explodisse em campo, mas alguém dúvida que “a energia da camisa nove” do Fluminense não tenha entrado em ação?

Agora, a camisa nove tricolor está com o Everaldo. Nada contra a pessoa, tudo contra o jogador. Sedo bem direto, ele não tem condições de vestir a camisa do Fluminense. Até fez o gol que deu a vitória sobre o lanterna Sport, mas não dá. Na derrota para o Atlético Mineiro, o Samuel Xavier deu um excelente passe para o Everaldo, que estava livre de marcação e próximo da meia-lua da grande área. O que ele fez? Finalizou por cima do gol, ou seja, sem o mínimo de técnica. Dava até para dominar a bola e escolher a melhor maneira, mas ele foi logo batendo de qualquer jeito. Confesso que na hora fiquei imaginando: “É o Everaldo que comandará o ataque contra o Borussia Dortmund, da Alemanha, na estreia da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, na MetLife Stadium, em East Rutherford, Nova Jérsei?

Sigo levando fé na mística da camisa nove do Fluminense, mas acho que no caso do Everaldo, até ela já está de saco cheio. Só nos resta rezar por dias melhores e, é claro, para que a sagrada armadura tricolor de número 9 volte a operar milagres…

Forte abraço e ST