A conta sempre chega




Felipe Melo (Foto: Fluminense FC)



(por Vinicius Toledo)

Alguma surpresa com a eliminação na Copa do Brasil? Nenhuma. É bem verdade que o lado torcedor sempre tem uma ponta de esperança. No caso do Fluminense da “Era Diniz”, a torcida voltou a ter o prazer de torcer, vibrar e até a enxergar uma luz no fim do túnel, porém, a razão apontava uma série de problemas para a reta final da temporada.

A questão do elenco era a que mais preocupava quem tinha o mínimo de noção da realidade. No auge da euforia por conta dos bons resultados, sequência invicta e belo futebol, quem criticava Wellington, Caio Paulista, Felipe Melo, Cris Silva e mais uma meia dúzia, logo era acusado de estar jogando contra ou até mesmo de estar fazendo oposição política. 

Pois é, a temporada afunilou, o Fluminense perdeu o seu melhor jogador (Luiz Henrique) no meio do ano e recentemente perdeu um importante titular (Nonato). Para o jogo contra o Corinthians, André, que segura o meio-campo com o Ganso, ficou de fora por conta de suspensão.

Sinceramente, é difícil comentar ou até mesmo julgar as escolhas do Fernando Diniz na escalação inicial e nas substituições. Wellington foi o escolhido para a vaga de André e falhou no primeiro gol. Se não fosse ele, seria o Felipe Melo, que entrou nos vinte minutos finais para falhar no segundo gol e ainda marcar um gol contra. Martinelli poderia fazer a função, mas atuou mais adiantado e foi atropelado pelos adversários. Yago Felipe, que teve uma atuação ruim diante do Fortaleza, não recebeu uma segunda chance. Qual seria a melhor opção? 

Outra aberração é a lateral-esquerda. Em 2022, o Fluminense tem entrado em campo com um a menos. Na Neo Química Arena, a equipe melhorou na segunda etapa e, inclusive, criou chances, entretanto, muitas ações ofensivas caíram nos pés do Caio Paulista para finalizar ou tomar decisão. Com toda sinceridade: você esperou que fosse sair alguma coisa? Eu sempre falei: esse rapaz tem séria dificuldade de dominar a bola, que é o instrumento de trabalho dele. A relação dele com a redonda parece uma luta de UFC.

Concordo quando dizem que o Fluminense chegou longe na temporada, porém, o presidente Mário Bittencourt precisa ser fortemente questionado pelas escolhas feitas no início e também no meio da temporada. Quanto custam jogadores com o Felipe Melo, Willian Bigode e Nathan? E as contratações do Marrony e Alan? A conta sempre chega…

Voltando a falar sobre o campo, o Fluminense ainda terá doze jogos pelo Brasileirão. A chance de conquistar uma vaga direta para a próxima edição da Libertadores é boa, entretanto, é bom o Fernando Diniz repensar algumas escolhas. O Marcos Pedro não poderia ter uma chance na lateral-esquerda? Já o Calegari na vaga do Nonato pode ser uma alternativa interessante.

Agora é reunir forças depois dessa “lambada” na Neo Química Arena para encarar o Flamengo no próximo domingo, mas confesso que está difícil…

Curtinhas:

– Assim como o Wellington, achei que o Fábio também falhou no primeiro gol.

– Ganso jogou sozinho.

– Com a eliminação, não duvido que a quarta etapa da construção da parceria com a BTG Pactual já deve estar no forno. Em pleno 2022, o brasileiro realmente não entende nada de política…

– O presidente Mário Bittencourt fala sempre que a sua gestão é transparente, mas até o momento não publicou os balancetes trimestrais, ou seja, o sócio não sabe como andam as finanças do clube em 2022.