A cruzada da injustiça




01Após a eliminação do Fluminense para o Botafogo, surgiu uma verdadeira “enxurrada” de avaliações em busca dos culpados pelo momento do Tricolor. Entre os mais citados, está o técnico Ricardo Drubscky. É sobre ele que irei falar, o menos culpado nessa história toda.

Ricardo Drubscky foi anunciado como novo comandante do Fluminenseno dia 24 de março de 2015. De lá para cá, se passaram 27 dias, menos de um mês desde o acerto entre as partes. Com toda sinceridade, quando ele foi anunciado, eu não esperava que o Fluminense se classificasse para as semifinais do Carioca.

Isso, porque o Fluminense estava fora do G4 e vivia um momento ruim com o Cristóvão Borges. O Ricardo Drubscky chegou na reta final da fase de classificação do Campeonato Carioca, teria que classificar a equipe, melhorar o desempenho do seu time e ainda tentar implantar o seu modo de trabalho.

O novo treinador conseguiu o que o torcedor queria, classificou o Fluminense para as finais. Na beira do campo, Drubscky adotou postura que foi elogiada desde a sua chegada. Diferentemente de Cristóvão, ele mostrou ser um profissional de ação rápida, fez boas alterações na equipe e não mostrou medo de mudar. Fez o simples, com competência.

Até o jogo do último sábado, os torcedores elogiavam o curto período de trabalho feito por ele. Bastou uma estratégia ruim, para que os torcedores passassem a criticar de forma exagerada o treinador. Vejamos, ele errou ao colocar o Vinícius na frente. Talvez o Vinícius fosse capaz de criar algo positivo. O problema ficou por conta do Wagner, que foi muito mal na criação de jogadas. Foram poucos os momentos em que o camisa 10 conseguiu acionar Kenedy e Vinícius.

O Kenedy demostrou ser exclusivamente um jogador de lado de campo, não conseguindo fazer a função de centroavante. O treinador não encontrou no elenco, um jogador capaz de substituir o Fred, tentou se virar em uma estratégia que não foi positiva. Faz parte, errou, como todos erram. Mas corrigiu o time ao perceber o equivoco.

Fica evidente a falha da diretoria na estruturação do elenco. O Samuel foi emprestado para o Sport e o Walter foi negociado junto ao Atlético Paranaense. Não é possível que o Fluminense possibilite ao treinador, trabalhar com apenas 1 atacante de área no seu elenco.

No resumo da eliminação. Acredito que o Drubscky teve uma ínfima parcela de culpa. Repito, são apenas 27 dias de trabalho, onde conseguiu levar o Fluminense para a fase de mata-mata do Campeonato Carioca, e por muito pouco, não chegou à final. Deixando claro, que o Fluminense enfrentou fatores extra-campo, como a suspensão do Fred. Além é claro, da interferência direta da arbitragem no resultado final do último clássico.

Sempre fui defensor de trabalho a longo prazo para os treinadores. Um ano é a meta de qualquer treinador para que o seu trabalho possa ser realmente notado no desempenho da sua equipe. Diante a impaciência e da forma como se trabalha no Brasil, com seis meses os treinadores já passam a ser cobrados de forma mais forte, ou até em menos tempo.

O Drubscky está há apenas VINTE E SETE DIAS no comando do Fluminense. Não é possível que o torcedor já comece crucificar um profissional sério que tem buscado fazer o melhor pelo clube. É um injustiça tremenda o que tem sido feito desde o último sábado. Todo mundo sabe que o torcedor é cego nesses momentos. A eliminação dói, e é normal que seja assim. Mas a nossa torcida tem a fama de ser a mais inteligente, pois esse é o momento de usar a cabeça. Que se procurem os culpados, caso eles existam, sem fazer uma “cruzada da injustiça”.

Por Leandro Alves / Créditos foto original: Nelson Perez / FFC

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