A culpa é de quem?






A culpa é de quem? (por Leandro Alves)

A situação do Fluminense é cada vez mais desesperadora. Afundado na lanterna do Brasileirão, derrotado em casa por concorrentes diretos na luta contra rebaixamento e sem perspectivas de melhoras no curto prazo. Mas afinal de contas, a culpa é de quem?

A minha resposta é que não há apenas um culpado. O momento tenebroso do Fluminense é fruto de erros cometidos por todo o departamento de futebol.

A diretoria errou no planejamento para a temporada. O fato é que a direção se acomodou após a conquista do título da Libertadores. O entendimento foi que o Tricolor já tinha um elenco qualificado para 2024. Não houve reposição para a saída do Nino, que era peça fundamental no esquema de jogo da equipe. Além disso, envelheceu ainda mais o elenco com jogadores ultrapassados como Renato Augusto e Douglas Costa.

O Fernando Diniz também carrega uma grande parcela de culta em tudo isso. Foi teimoso e arrogante nesta temporada. Se recusou a mudar um estilo de jogo que já não funcionava mais. Insistiu na escalação de jogadores improdutivos. Saiu deixando um time viciado em repetir velhos erros e sem confiança. Ele pode até negar, mas teve sim participação decisiva na montagem desse elenco desequilibrado. Deixou um legado maldito e será lembrado por isso caso o Fluminense seja rebaixado.

Não tem como ignorar também a responsabilidade dos jogadores. É inegável que houve uma acomodação após o título da Libertadores. O mais difícil é perceber que muitos atletas ainda não perceberam a gravidade da situação em que o Fluminense se encontra. Faltou empenho e vontade de vencer no jogo de ontem. Lamentável a passividade demonstrada em campo.

Embora tenha deixado a desejar nas substituições feitas no segundo tempo, o Marcão talvez seja o menos culpado neste momento. Ele de fato teve pouco tempo para tentar mudar a mentalidade e a forma de jogar da equipe. Foram só dois treinos comandados antes da partida contra o Vitória. “A mas ele era o auxiliar do Diniz e também treinava o time”. Não é a mesma coisa de ser o treinador principal. Como auxiliar, ele nunca teve autonomia para implementar as suas ideias de futebol.



Ao mesmo tempo, eu até concordo com quem acha que a chegada de um novo técnico seria mais interessante para dar um choque nesse elenco. Realmente, os jogadores não enxergam o Marcão como algo novo no sentido de motivação. Ele estava no dia a dia do Fluminense esse tempo todo. Não é alguém que chega para mudar tudo.

Ainda sobre o Marcão, se ele quiser ter sucesso, vai precisar ter coragem para fazer mudanças drásticas nesse time. Não dá mais para continuar fazendo mais do mesmo. Chega de Renato Augusto e Douglas Costa. Tem que olhar mais para a base. Cadê o Felipe Andrade? É hora de rejuvenescer a equipe.

Para finalizar, acho que a diretoria tricolor precisa acordar para uma realidade que parece não ter entendido. O Fluminense precisa urgentemente de reforços. Não é hora de falar em austeridade. O prejuízo do rebaixamento será muito maior. Aliás, onde estão os milhões recebidos com as premiações de 2023? Tem que abrir o cofre e correr atrás do prejuízo.