A dura realidade




Danilo Barcelos (Foto: Reprodução / FluTV)



15 de junho de 1969: Fluminense 3 x 2 Flamengo

Fluminense campeão de um dos mais equilibrados campeonatos cariocas, confirmou mais uma vez seu poderio futebolístico.

Naquele dia, um menino de 9 anos saiu do Maracanã encantado com o show de cores e o pó-de-arroz da torcida tricolor e também assustado, afinal estavam presentes àquele evento quase 200.000 pessoas. Nascia ali uma paixão que seria para vida toda, embora aquele menino não tivesse noção do que estava acontecendo na realidade, naquele momento era apenas mais um jogo de futebol.

Hoje, aquele menino, transformado num homem de 61 anos e quatro filhos, vive outra realidade, e cá pra nós, uma dura realidade.

Desde 1969, lá se vão 52 anos, eu vi o Fluminense ser quatro vezes campeão brasileiro, campeão da Copa do Brasil e campeão diversas vezes do Campeonato Carioca. Aliás, o Carioca, até o início dos anos 70, era o maior campeonato do Brasil. Hoje está falido, o que explica em parte, a decadência do futebol carioca, inclusive, com dois de seus maiores representantes agonizando na Série B do Campeonato Brasileiro.

Vi grandes dirigentes, que elevaram o nome do Fluminense ao topo do futebol brasileiro, como Francisco Horta, José Carlos Vilela, Manoel Schwartz, entre tantos.

Também vi técnicos e jogadores consagrados passando pelo esquadrão tricolor, como Telê Santana, Zagalo, Carlos Alberto Parreira, Paulo Amaral, Carbone, Rivelino, Paulo Cesar Caju, Samarone, Flávio Minuano, Félix, Paulo Vitor, Edinho, Ricardo Gomes, Pintinho, Ézio, Renato Gaúcho, Fred e tantos outros, que não estão aqui mencionados por falta de espaço.

Enfim, foi uma trajetória vitoriosa, e me sinto privilegiado em ter acompanhado tudo isso ao vivo e na maior parte, de dentro do Maracanã. Afinal, eu morava na Tijuca, ia a pé pro Maraca e geralmente não pagava para entrar, pulava o muro mesmo, kkkkkkk!!!

Precisei escrever tudo isso, porque atualmente o Fluminense agoniza, num jejum de quase dez anos sem conquistar um único título.

O desastre esportivo da gestão passada e da atual é inominável. Pedro Abad, Mário Bittencourt e Paulo Angioni são a cara do jejum e do desastre tricolor. Esse trio contratou entre outros, os possantes Samuel Xavier, Egídio, Danilo Barcelos, Hudson, Wellington, Bobadilla, Abel Hernandéz, Caio Paulista, Nonato, David Braz, Ganso, Manoel e Muriel.

Esse mesmo trio se desfez ou perdeu gratuitamente, Kayky, Metinho, Marcos Paulo, Evanilson, Praxedes, Miguel e Pitaluga.

Alguém sabe calcular o prejuízo do clube, provocado por esse trio, com essas contratações e perdas de ativos ? Sem contar as promessas que estão encostadas ou na geladeira de um projeto fadado ao fracasso chamado Sub23 ou Sub-Angioni.

O Fluminense virou piada no cenário nacional, os protestos, poucos e ineficazes, ou seja, sem efeitos esperados. A torcida apequenou-se diante dos desmandos e loucuras dos dirigentes tricolores.

A Fênix está adormecida e rogamos aos céus que a qualquer momento ela acorde e renasça das cinzas elevando mais uma vez o Fluminense Futebol Club ao topo do futebol brasileiro.

Nelson Joazeiro 

Fluminense Football Club - #MomentoFluMemória A crônica do título estadual de 1969 conquistado pelo Fluminense em uma vitória por 3 a 2 diante do Flamengo, com 171.599 torcedores pagantes no Maracanã, foi