A estratégia e o show de horrores




Foto: Lucas Merçon/FFC

Buenas, tricolada! Pois é, paira a dúvida sobre as cabeças dos torcedores quanto à peleja entre Flu e Cruzeiro desta quarta-feira, pela vigésima-quarta rodada do Brasileirão 2019.

Estratégia do Marcão ou show de horrores protagonizado pelos jogadores dos dois times num Mineirão colorido de azul celeste?

Na minha modesta concepção, ambos os fatores nortearam este confronto: que péssimas estratégias! Que equipes ineptas! Que joguinho ruim!

Vimos, de um lado, um time de Dr. Jekill e Míster Hyde revezando os seus humores e personalidades, enfrentando um outro, repleto de Dráculas, Frankesteins e Lobisomens… Uma ópera-rock representada por amadores e incompetentes atores mambembes, que nos fazia recordar, saudosos, o espetacular clipe da canção Thriller, do popstar Michael Jackson .

Numa boa, o nosso campeonato hoje apresenta um cardápio paupérrimo. Produto de difícil consumo. Somente nós, apaixonados, mantemos a força e a fé – além do amor – necessárias para deglutir essa sobra de sopa de entulhos, que alguns tradicionais botequins de quinta categoria servem às segundas-feiras depois da meia-noite!

Os mineiros precisando desesperadamente da vitória. Os cariocas, ávidos por pontos… De quaisquer valias. Três seriam a cereja do bolo, mas apenas um já seria de bom tamanho. Ao menos assim avaliou o nosso Marcão! Dito e feito! O resultado? Zero a zero! E um festival de incompetência e sonambulismo dentro das quatro linhas.

É isso… o treinador tricolor decidiu pontuar. Fato! Então, fomos a BH para (não) jogar futebol e acrescentar um bônus à nossa classificação. Missão dada, missão cumprida!

O Fluminense teve três destaques nesse confronto de seis pontos: Muriel – pra variar, Nino – um monstro no decorrer do duelo, e Yuri – para surpresa da maioria. Ademais, infelizmente as peças principais do onze titular não funcionaram. Tais como PH Ganso, Nenê, Yony e Jotapê – de novo!

Ah, cabe lembrar, Daniel e Frazan foram de razoáveis para bonzinhos. E só!

Entretanto, as avaliações gerais sobre as performances individuais e da própria equipe, no macro, não devem ser medidas de forma equivocada. Caso incorramos nesse looping, estaremos nos munindo de chumbo legítimo para criarmos factoides. Saborosos ou amargos.

Paralelo ao exposto, a dona CBF bateu o pé e não liberou os nossos dois melhores e mais regulares atletas, convocados para a Seleção pré-Olímpica: Allan e Caio Henrique. Empurraram bêbado ladeira abaixo! Chutaram cachorro morto!

Uma pergunta ecoa na vastidão do multiverso: por que nenhum treinador saca o Nenê do time? Nem Diniz, nem Osvaldo e nem Marcão tinham (ou têm) este hábito! Independentemente dos fatores que envolvam as histórias, nos últimos embates, o nosso camisa 77 tem irritado até mesmo o espírito de Gandhi, quando a sua alma se dispõe a assistir ao Flu nos estádios – ou TV’s. Saem Daniel, PH Ganso, Messi, CR7, Hazard e Neymar, mas o veterano sempre é mantido. E prestigiado.

Mas é aquilo: mantivemos a distância de 5 pontos sobre a Raposa, cozinhamos o jogo em água morna (quase fria), vimos uma equipe tricolor sem ambição e vontade de ganhar dentro de campo, assistimos a um adversário desesperado e sem confiança nos seus próprios domínios, e ainda assim arrebatamos 3 pontos valiosíssimos. Basta? Não! Ao menos pra mim. Um pontinho foi suficiente? Sim! A nossa luta é contra o tempo – e contra a matemática. Filme pra lá de repetitivo, né não?

Que venham Bahia, Athlético Paranaense, Real Madrid e Barcelona – não necessariamente nesta ordem.  O importante agora é somar divisas. E planejar condignamente, respeitando as cores e as tradições guerreiras, o ano de 2020. Há muita labuta pela frente, e a nova diretoria sabia dos detalhes sórdidos que rondavam Álvaro Chaves antes de tomar o bastão. Hora de arregaçar as mangas e arar a terra. Aqui, moçada, o que se planta, colhe-se!

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon