A história de superação do Enderson Moreira. Imperdível!




Confira abaixo, a matéria feita pela jornalista Marluci Martins, do jornal Extra, sobre a trajetória de vida do Enderson Moreira. Imperdível!

Flanelinha e filho de Romário: a trajetória de Enderson Moreira, do Fluminense

O pai ganhou o nome de Romário muito antes de vir ao mundo o homônimo de fama internacional. Para seu orgulho, o menino Enderson até faria a bola rolar na família Moreira, mas de forma bem mais modesta, nas categorias de base do Venda Nova, clube de Belo Horizonte.

O sonho de estudar derrotou o prazer do futebol, mas abriu a Enderson um caminho que seu trabalho informal como flanelinha, vigiando carros, não lhe permitiria trilhar. Matriculou-se no Senai, tornou-se torneiro mecânico, meteu a cara nos livros, cursou Educação Física na Universidade Federal de Minas Gerais e há nove dias assumiu o Fluminense, clube por onde passara em 2011, esquentando por 13 jogos a cadeira para o escolhido Abel Braga, que chegaria do Qatar.

É com essa história de vida que Enderson Moreira, aos 43 anos, rebate quem o critica por ter o mesmo empresário do atacante Fred, o mineiro Francis Melo.

– Minha origem é humilde, meu pai era mecânico de carro. E quem já trabalhou comigo sabe que sou isento no que faço. Não tenho uma situação financeira tranquila para fazer qualquer concessão que vá contra os meus princípios. Sou competitivo por natureza. Tenho um compromisso com questões técnicas apenas — diz Enderson, fechando o semblante normalmente sereno.

Após um 0 a 0 de bom tamanho na sua estreia há uma semana contra o Corinthians, Enderson levará para o Maracanã, neste domingo, a amarga recordação da eliminação na semifinal da Taça Rio em 2011, quando comandou o Fluminense na derrota nos pênaltis (5 a 4) para o Flamengo do então técnico Vanderlei Luxemburgo, após o empate em 1 a 1 no tempo normal.

– É um jogo especial. Um dos melhores clássicos do Brasil, do mundo. O Fluminense manteve uma equipe competitiva, foi cirúrgico nas contratações. Em 2011, não havia tantos meninos assim. Mas o espírito é o mesmo. Vamos utilizar bem essa garotada – afirma.

No Santos, a garotada trouxe problemas para Enderson. Queimou-se com alguns deles por ser rigoroso e, em março, acabou ganhando cartão vermelho.

– Os clubes têm que fazer contratos de cinco anos e com salários altos. Em muitas situações, esses jogadores jovens acham que estão no auge. Você acha que eles vão correr atrás?

Sem admitir ter sofrido algum tipo de fritura no Santos, Enderson seguirá apostando na rapaziada. No Fluminense, o garimpo será feito com cuidado:

– Tenho boas informações sobre a garotada de Xerém. Mas é preciso ir devagar. Eles não podem ser a solução. Não se pode passar a responsabilidade para eles.

A referência está lá. É Fred, em alta com Enderson:

– Ele está entre os maiores finalizadores do Brasil. Na Copa do Mundo, a seleção brasileira jogou em função do Neymar. Não lembro de situações em que o Fred tenha perdido gols. Teve pouquíssimas oportunidades. No Fluminense, quero o Fred na área e que os outros o façam jogar, mas que cheguem de surpresa.

Foto: Marluci Martins / Jornal Extra