A ‘Lei Bosman’ ajuda a explicar hegemonia europeia no Mundial de Clubes




Bosman (Foto: Divulgação)



Desde que a Lei Bosman entrou em vigor, os clubes europeus passaram a ter uma hegemonia no Mundial de Clubes. Em 1995, foi aprovada a lei que deixava os jogadores livres para assinar com qualquer clube ao final de seu contrato. Até então, os atletas tinham ligação com seus times mesmo com o término do contrato e as negociações eram exclusivas entre os clubes.

“Isso facilitou a movimentação de jogadores, favorecendo os clubes de maior poderio financeiro. O acirramento da concorrência também contribuiu para o aumento gradativo dos salários pagos aos jogadores”, disse o advogado Felipe Pestana.

A lei permitiu que os jogadores europeus não fossem contabilizados como estrangeiros, permitindo que o número de atletas que não são do país aumentasse.

Ao retirar os atletas europeus do limite, os clubes europeus tinham então mais espaço em seus elencos para buscar talentos de outros continentes, inclusive o sul-americano, aumentando o fluxo de jogadores para a Europa.

O nome da lei faz referência ao jogador belga Jean-Marc Bosman, que entrou com uma ação em 1990 contra seu clube, Standart Liège, por impedir que ele executasse seu trabalho, impedindo a negociação dele com outro clube. O ganho de causa só veio cinco anos depois, revolucionando o futebol mundial.

Efeito no Mundial de Clubes

Até 1995, a América do Sul contava com 20 títulos de Mundiais, enquanto a Europa tinha 14.

Mas, desde então, os europeus conquistaram 23 das últimas 29 edições. Corinthians (2000 e 2012), Boca Juniors (2000 e 2003), São Paulo (2005), Internacional (2006) foram os únicos que conseguiram quebrar essa hegemonia.

Um exemplo do impacto da Lei Bosman é a diferença de estrangeiros em times europeus e sul-americanos. Na partida entre Fluminense e Manchester City, o campeão da Libertadores contavam com nove jogadores brasileiros em seu time titular, já os campeões da Champions tinham nove europeus, dos quais cinco ingleses.

Outro fato importante é que a maioria dos jogadores do City pertencem às seleções de seus países. Fenômeno observado também nos outros grandes clubes europeus.

A Fifa pode pensar em medidas mais agressivas, como limitação de atletas por elenco e tetos salariais, de modo que um clube não possa contratar mais que um certo número de jogadores, ou gastar mais que um determinado montante em salários de atletas por temporada.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Júlio Castanha / UOL Esporte

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