A maior culpa é da diretoria que contratou Oswaldo






E estamos no Z-4 novamente. O Fluminense atual não passa uma única semana sem deixar o torcedor maluco. Agora é a vez de correr atrás do CSA de Alagoas. Parece uma sina: todo ano a briga no Brasileirão é contra o rebaixamento. Uma hora, de tanto procurar, vai acabar achando a Série B.

Mas o assunto da semana é Oswaldo de Oliveira. O treinador, que já chegou ao clube criticado, não se firmou à frente do elenco tricolor e, mesmo com pouco tempo, não consegue demonstrar nenhuma reação diante dos resultados ruins alcançados até aqui. 

Inclusive, o discurso vazio que o técnico adota de maneira reiterada nas entrevistas coletivas deixa claro que ele não tem nenhuma condição de assumir o banco desse turbilhão de problemas que é Fluminense. Oswaldo não é capaz sequer de dar indicativos de como deseja ver o time montado em campo; parece que escala os jogadores e começa a rezar pro milagre acontecer.

Sei que o prazo é pequeno para avaliar o treinador. Mas considerando que o retrospecto dele nos últimos anos não é dos mais favoráveis e diante da ausência de qualquer demonstração de um padrão mínimo de jogo que possa dar credibilidade ao seu trabalho, entendo que já é o momento de avaliar a sua demissão e o jogo contra o Santos, quinta-feira no Maracanã, será decisivo pra isso.

Eu confesso que mesmo uma vitória contra o time de Sampaoli não me fará crer em Oswaldo de Oliveira para o restante da temporada. O futebol atual é muito profissional e um técnico que não consegue indicar minimamente o tipo de organização tática de sua equipe não transmite a confiança necessária que uma torcida como a do Fluminense exige.

Em comparação com Fernando Diniz, o time atual regrediu muito, tanto no ataque quanto na defesa. Por mais que o ex-treinador tricolor tenha uma relação de amor e ódio com a torcida, fato é que ele tinha um padrão de jogo e me passava a sensação de que o Fluminense engataria uma sequência de vitórias a qualquer momento, porque era melhor que o adversário na maioria dos jogos. Para o nosso azar, porém, a bola não entrava. 

A parada técnica do segundo tempo do jogo contra o Goiás foi emblemática. A partida já estava de 2 x 0 pros caras e Oswaldo tentou organizar a equipe gritando palavras de incentivo, como se isso fosse reverter o desastre que já se desenhava. Não apareceu nem uma pranchetinha como a de Joel Santana tentando buscar um mínimo de estratégia para a bagunça que se via em campo. Nada! Inacreditável!

Enfim, terça-feira para o futebol brasileiro é dia de projetar o futuro olhando o passado. E os últimos acontecimentos indicam que o Fluminense terá poucas chances de ganhar do Santos, mesmo jogando em casa. Espero queimar a língua, mas sem a devida organização, o time das Laranjeiras será presa fácil para a equipe do treinador portenho.

Em resumo: na minha opinião, mesmo que vença o Santos, Oswaldo deveria ser demitido. Não parece ter força suficiente pra comandar o barco nas próximas 18 rodadas e garantir a fuga do rebaixamento. Ele está visivelmente perdido.

Mas vou além: a culpa não é só dele. Pelo contrário, ele tem a menor parcela dela. É a diretoria que deve ser responsabilizada pelo erro na contratação do treinador. Ela é a maior culpada pela vinda dele no meio da temporada e sem qualquer projeto definido para garantir que o elenco desempenhasse bem o seu papel nas competições.    

A ausência de planejamento por parte da Mário Bittencourt, Celso Barros e sua turma ficou evidente na demissão de Fernando Diniz. Mesmo sendo contrário a ela, compreendi que naquele momento era algo que poderia ser feito. Mas não da forma como aconteceu: sem nenhum técnico no radar e sem a menor perspectiva de quem iria assumir o time. Foram vários “nãos” vexatórios dos mais diversos treinadores e uma classificação para semifinal da Sulamericana prejudicada pela necessidade de se escalar um interino para comandar o time na primeira partida contra o Corinthians. Com todo o respeito ao Marcão!

A verdade é que uma sucessão de erros nos trouxe à situação atual e permanecer neles pode custar caro no fim do campeonato. Se for o caso de demissão de Oswaldo, espero que a diretoria já tenha em mente o substituto e um planejamento rápido para o resto do ano. Do contrário, poderemos ficar fora da elite em 2020.

Ser Fluminense acima de tudo!

Evandro Ventura