A medíocre seleção da CBF




Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

A medíocre seleção da CBF (por Lindinor Larangeira)

Existe um ditado de grande veracidade: “Ou se aprende pelo amor, ou pela dor”.

Aprendi a amar a seleção brasileira naquele já longínquo 1970. O menino de nove anos de idade se encantou com o melhor time que viu jogar. Daqueles tempos, até o presente.

Um dos meus primeiros grandes ídolos, Félix, abria a escalação de um real dream team do futebol.

Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo (nunca entendi por que não Marco Antônio…). Clodoaldo, Gerson e Rivellino. Jairzinho, Tostão e Pelé, eram os outros dez.

Esses craques inesquecíveis me deixaram muito mal acostumado. Como não amar um futebol que misturava arte, eficiência e beleza plástica?

Quarenta e quatro anos depois, a dor da humilhação. Mas parece que nem o maior vexame do futebol brasileiro, e o pior, jogando em casa, fez a CBF aprender com a dor.

Lá se foram duas Copas do Mundo, com eliminações bisonhas para seleções européias de segundo escalação, nas quartas-de final.

A longevidade do limitadíssimo Tite, com seu linguajar pernóstico e empolado, só demonstrava a ausência de ideias daqueles que deveriam comandar o nosso futebol.

Dos 7×1 para cá, estamos caminhando para a terceira Copa. Lamentavelmente, sem qualquer perspectiva que anime o torcedor. Aliás, com a pobreza de qualidade e desorganização em campo, reflexo do que ocorre fora das quatro linhas, a perspectiva é não chegar nem às quartas. A continuar assim, cair na fase de grupos é uma possibilidade. Ou será que um time que não ganha nem da Venezuela vai superar a fase oitavas de final?

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Outra questão que a CBF parece não ver ou querer entender é o afastamento da torcida brasileira de sua, outrora seleção.

O que faz a confederação para resgatar a ligação do torcedor com o time canarinho? Com certeza, cobrar ingressos de até R$ 800, como no melancólico empate com o apenas esforçado Uruguai, só poderia deixar a triste imagem de uma Fonte Nova vazia.

A seleção da CBF vai se classificar. São seis vagas diretas e uma na repescagem. Ou seja, sete de dez. Porém, qual será o time que vai representar o Brasil em 2026? Ou mesmo, quem será o treinador?

Não temos laterais confiáveis. Um meio campo que saiba controlar o jogo. Falta um camisa 10. Também um 9 com poder de decisão.

Temos ótimos goleiros. Bons zagueiros e volantes. E atacantes de beirada muito bons. Traduzindo: não existe equilíbrio ou um grupo competitivo.

Para a CBF, que enriquece cada vez mais, o quinto lugar em uma eliminatória continental deve estar muito bom. Afinal, seis se classificam direto.

Para nós, apaixonados pelo futebol, e, por todo um histórico de desmandos e incompetência da CBF, nem tanto pela seleção, como em outros tempos, é muito pouco.

A sede suntuosa da Barra não esconde a mediocridade de uma seleção, cada vez menos do Brasil, e mais da CBF.

PS1: Não. A seleção não “jogou pra *******”, Raphinha.

PS2: Não. Não estamos no caminho, Dorival. Só se for o caminho de mais um mico na Copa.

PS3: Não. Não tem desculpa, tricolor. Ingressos a R$ 10, com 5 pilas a meia. Temos que lotar o Maraca, na sexta-feira.

PS4: CBF, R$ 800 é um absurdo.




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