A saga de uma caravana vitoriosa. Novas histórias da excursão do Sucesso!




Amigos Tricolores,

E teve de tudo na Caravana do Explosão Tricolor, conforme já relatado na coluna do Vinicius Toledo, sobre o tema.

Venho contribuir com novos relatos, outras histórias e a minha visão da excursão vitoriosa, com muita emoção e, o que é mais importante, a conquista da Taça na final da Primeira Liga.

Dois ônibus partindo do Maracanã… Fui até o Maraca de Metrô, passei pela entrada do Setor Sul, vi muita gente no Bar dos Esportes e me deu uma dor no coração… Ah, podia ser ali mesmo o jogo… Para que viajarmos 360 kms (ida e volta)? Quanta implicância da Ferj e do Governo do Estado, quanta má vontade com a torcida tricolor!

Vi vários ônibus de excursões preparando suas partidas, muito torcedor tricolor. Já vi muito jogo no Maraca com muito menos gente nas imediações do estádio…

Enfim, cheguei ao local de partida do Explosão, mais ali perto da estátua do Bellini.

A galera animada do ônibus 2.

Partimos, fui como responsável pelo segundo ônibus, com o apoio fundamental do amigo Carlos Tovar. O Rio de Janeiro está em obras… Que não acabam… Pegamos muito trânsito na Av. Brasil, Linha Vermelha etc. Mais de uma hora de “viagem” e nem tínhamos saído da cidade.

Bem, sorteamos alguns brindes, camisas do site Ser Fluminense e bonés tricolores.

Já estávamos na Rio-Petrópolis, e mais retenções, apesar da estrada duplicada. Muitos caminhões e ônibus, estrada sinuosa, com muita subida. Nosso tempo de folga no horário já ia sendo reduzido, e a preocupação já rondava nossas mentes.

Na BR-40, estrada muito boa, um ritmo bem melhor, demos uma arrancada de Marcos Junior e ganhamos algum tempo e, finalmente, sem podermos nos dar ao luxo de uma parada, chegamos a Juiz de Fora.

Na entrada da cidade, fomos parados pela Polícia local, que interceptava todos os ônibus e vans, numa triagem.

– Boa noite! Quem é o responsável pelo ônibus? – Até que o comandante foi cordial, quando me apresentei, com ele estendendo a mão para me cumprimentar.

Me apresentei e ele perguntou:

– Vocês são de torcida organizada?

– Não, somos de um portal de notícias tricolores na internet, o…

Ops, consegui pensar rápido.

Nada de falar em Explosão Tricolor, Paulo, o cara vai literalizar a coisa…

– Na verdade, um portal de notícias, da página “Ser Fluminense”.  Aqui temos jornalistas, cronistas, fotógrafos, leitores e familiares, tudo gente da paz. O máximo que fazemos é xingar um ou outro jogador, mas nem gostamos de falar palavrão.

Foi o caô que pude inventar. Já pensaram se eu falo em Explosão? O cara iria chamar a CIA, o FBI e o esquadrão antibombas… Não iria dar certo…

– Vocês estão com o ônibus aí da frente?

Respondi afirmativamente. Ele deu uma rápida olhada para dentro do ônibus e viu a tranquilidade do ambiente, afinal a maioria ali era de leitores do nosso site, gente da melhor qualidade… Não que os outros tricolores não sejam, mas bandeiras, barulho, gente em pé e instrumentos de som assustam um pouco os policiais…

Ele então informou que seríamos liberados, nossos dois ônibus, e não seríamos vistoriados. Acho que torcida organizada, mesmo se fosse da Igreja Católica/Flu, organizada pelo Padre Omar, não tinha o mesmo tratamento. Vimos vários sendo vistoriados.

Liberados, chegou a vez de nossos motoristas se perderem, nos acessos ao estádio. Acabaram optando por um caminho mais longo, e foi difícil chegar ao estádio. Nisso já estávamos a uma meia hora da bola rolar, quando descemos dos ônibus e partimos para o portão de acesso.

Na entrada, uma confusão só, e policiais jogavam cavalos para cima das pessoas, o que causava um apertamento maior, de pessoas tentando fugir da violência.

Um amigo chegou a ouvir de um PM:

– Vocês estão pensando que isso aqui é Rio de Janeiro? Vocês vão ver…

Consegui entrar, já perdido da maioria do pessoal, até pensei que veria o jogo sozinho. Ali era cada um por si para entrar.

Por sorte, encontrei dois amigos da excursão e partimos para arrumar lugar, exatamente na hora em que rolava a bola, e depois encontramos outro amigo.

Vinicius Lyra, Eu, Paulo Roberto e Marcelo, amigos do trabalho, do Fluminense e de muitos títulos tricolores, comemorando o título na arquibancada de Juiz de Fora.

Fomos encontrar lugares já lá no corner, do setor vermelho.

Não vou entrar em detalhes do jogo, já exaustivamente dissecado no Explosão Tricolor.

Para resumir, aquele primeiro tempo tenso, uma pressão nossa no início do segundo, e um momento de indefinição perigoso, quando o fantasma da disputa dos pênaltis já assustava.

Aí veio o gol! Arrancada sensacional de Marcos Junior, lançado por Magno Alves, entrando na área, resistindo ao tranco, protegendo bem a bola e batendo firme, para delírio da galera e uma verdadeira Explosão Tricolor!

Muita alegria! Aos 36 do segundo tempo.

Nos cerca de 12 minutos restantes, os mais longos do ano, boa participação da equipe, sabendo prender a bola no ataque em alguns lances e defender-se bem dos abafas desesperados do adversário, sem grandes sustos para Cavalieri.

No apito final, festa total em quase todo estádio, menos para a insignificante torcida paranaense, muito pequena, que logo deixou o estádio.

Aí veio o festival de horrores, a festa do gás lacrimogêneo/pimenta.  Dissequei em detalhes toda a lamentável ação da PM mineira em minha outra coluna, de ontem, em que cobro atitudes das autoridades. Leiam lá:

https://explosaotricolor.com.br/pimenta-nos-olhos-dos-outros-e-refresco-e-o-fluminense-nao-vai-fazer-nada/

Saímos do estádio num misto de extrema alegria pelo título e revolta com a covardia da PM. Fomos procurar o grupo, e os ônibus, que foram para um enorme estacionamento de coletivos.

Alguma espera, hora da chamada. Faltavam quatro no nosso ônibus, e não poderíamos partir. O motorista, então, virou-se para mim e disse:

– O que está faltando para a gente ir embora? Não posso mais esperar! Faltam 30 minutos para acabar meu contrato.

– Oi?

Isso era hora de falar em contrato? Meia hora? Putz, senti um frio na espinha, pois naquele momento de alegria de um título fui lembrar que o contrato do Giovanni não acabaria em meia hora, e sim no fim de 2018! Ah, bem que poderia ser ao contrário…

Quer dizer que o do volante iria parar o ônibus no meio da estrada com freada brusca e se dirigir ao acostamento no fim do contrato? Que bizarro! E como assim meia hora, se ainda não eram duas da manhã e ele ficou de encerrar viagem no Rio, por volta das cinco?

Quer saber. Nem dei muito papo contratual. Não tenho veia de Mário Bittencourt. (Ainda bem, né? Do contrário iria acabar contratando o Wellington Paulista para dirigir o ônibus.) Preferi informá-lo que sentia muito, mas sem quatro pessoas não partiríamos. Ainda que fosse UMA pessoa faltando, nada de partir!

Em último caso, chamava o Pierre ou o Edson para assumir o volante…

As pessoas no ônibus queriam ir embora, nem todos sabiam dos jovens que faltavam. Informei. Após alguns momentos de tensão eis que surgem os quatro!

Achei que não seriam muito bem recebidos, mas algum gaiato puxou lá do fim do ônibus:

– Uh, vem que tem! Os moleques de Xerém!

E então o coro foi geral, acompanhando a musiquinha que reverencia nossa profícua base.

Muitos risos no ônibus, e ficou tudo certo. Nada como a alegria de mais uma taça!

Partimos!

Depois de uns dez minutos rodando, nosso motorista, aquele chorão do contrato, resolveu parar, do nada.

– Quem é o responsável pelo ônibus?

Como se ele não soubesse, ainda…

Pensei:  Caraca, deve ter acabado a porra do contrato!

– Seguinte: o outro ônibus estava nos seguindo, mas depois não o achei mais no espelho.

– Tem muito tempo?

– Mais de cinco minutos, ficou pra trás.

E ele só avisa agora! Tínhamos combinado de andar juntos, pois o outro ônibus estava com uma suspeita de um problema na embreagem. Na verdade o combinado era o deles ir na frente, mas o chorão passou e só depois percebeu que eles ficaram.

– Você tem como ligar para o responsável de lá?

Tentei ligar não só para o Vinicius, como para três outros amigos meus que estavam no outro ônibus. Tudo caixa postal. Fácil de entender: alguns tinham ficado sem bateria no estádio mesmo, e o sinal era muito fraco na região.

O chorão, então, conseguiu falar com a empresa, que ligou para o outro motorista e soube que eles enguiçaram.

– Vamos embora ou voltamos para ver o que aconteceu?

– Temos que voltar! Estamos juntos na excursão.

No que fui apoiado por um tricolor no ônibus, que infelizmente não lembro agora quem foi, que disse que, se estávamos em comboio, não fazia sentido deixarmos eles lá sem saber o que aconteceu. Gostei! Era o espírito da coisa!

Voltamos, com o chorão reclamando que teria que dar uma volta enorme na cidade para chegar lá. Acho que ele já tinha renovado o contrato com o Mário Bittencourt…

Nem respondi, na contramão é que não dava, né?

Ao chegarmos ao outro ônibus, desci e fui perguntar o que houve. Pane no ônibus, a embreagem estava pior do que a do Rubinho Barrichello.

Ônibus sem embreagem é pior do que lateral-esquerdo sem qualidade! Acidente na certa!

Depois de rápida conversa com o Vinicius Toledo, que me informou que aguardavam carro reserva, que deveria chegar em 50 minutos, ofereci duas vagas que tínhamos no nosso ônibus, para alguém que tivesse pressa. Duas pessoas vieram então com a gente. Ficou resolvido que viríamos na frente, já sabíamos do problema e a solução.

Assim, partimos, nós num ônibus da Viação Útil, e o outro ônibus ficou aguardando, o da Viação Inútil.

Viagem de volta tranquila, chorão firme nas curvas, numa boa velocidade, mas segura. Fiquei de olho nele, eu que dificilmente durmo em viagem, ainda mais com a adrenalina de tantas emoções e um título inédito, nas Laranjeiras.

Agora me respondam: se fosse 6 x 0 para o Fluminense, sem gás de pimenta ou lacrimogêneo, sem engarrafamento na ida, sem gol suado, sem atraso da molecada de Xerém no retorno da viagem, sem ônibus quebrado… Teria graça?

Campeonato do Fluminense sempre foi sofrido! Tirando o Estadual de 2012 (5 x 1 sobre o Botafogo no placar agregado, no estádio alugado por eles) e o Estadual de 2002 (5 x 1 no Americano, placar agregado), alguém se lembra de um título fácil do Fluminense nos últimos 50 anos? Não vale turno.

Um a zerinho e olhem lá, com um craquinho de Xerém!

Chegamos ao Rio em menos de três horas, nenhum trânsito, tirei uma foto da vitória no ônibus, que ilustra este relato, e agradeço a todos os amigos. Os que eu já conhecia e os que passei a conhecer, alguns dos quais até registrei o nome, como o PC (Paulo Cesar, muito espirituoso), o filho dele, João, o Addan, a Cristina e a Nathália… Além de amigos de muitos títulos, como o Bruno Leonardo, o Paulo Roberto, o Vinicius Lyra, o Carlos Tovar, além, é lógico, do Vinicius Toledo e do Rodrigo Souza, os grandes idealizadores e organizadores da excursão vitoriosa.

Ao finalizar a viagem na estátua do Bellini, em nome da educação e da fidalguia tricolores agradeci ao motorista chorão, me desculpei por qualquer coisa, o que também digo a todos os tricolores presentes e, muito curioso, perguntei o time dele.

Um doce de coco para quem adivinhar o time do Chorão.

Domingo ele vai chorar mais, com ou sem contrato renovado…

Brincadeiras à parte, a Caravana Explosão Tricolor foi sucesso total! Contratempos foram muito bem contornados, amizades surgiram e até a empresa, Útil, com a qual brinquei no texto, disponibilizou em tempo ônibus reserva no momento em que houve o imprevisto. Eles chegaram ao Rio uma hora depois da gente. Parabéns a todos, obrigado pela preferência! E voltamos de faixa de Campeão no peito!

Se tivemos título pioneiro, tivemos um portal de notícias pioneiro em organizar uma caravana tricolor!

E se a Caravana era do Explosão Tricolor, só podia mesmo bombar! Mas é uma bomba da alegria, da Paz. Nunca uma bomba covarde, de gás lacrimogêneo.

Parabéns, meu amado Fluminense, títulos inéditos são com a gente mesmo! Já ganhamos muitos títulos no Engenho de DENTRO. Chegou a vez de Juiz de FORA!

Porque O IMPORTANTE É O SEGUINTE: SÓ DÁ NENSE!!!

Por PAULONENSE / Explosão Tricolor

Na chegada ao Rio, cansados, mas felizes: é a galera do ônibus 2 da vitoriosa excursão!