A semana santa do Laranjal




Amigos tricolores, estamos na semana santa. E a semana santa, para nós, apaixonados pelos Fluminense, não foi uma semana qualquer.

A começar pela Terça-Feira Gorda, que, aliás, teve como um dos seus destaques exatamente… O GORDO. 

Sim, o nosso Rolha de Poço aprontou mais uma e, durante o treino, sumiu.

Sumiu? Como assim?

Pegou suas coisas, saiu do treino e foi embora sem falar nada com ninguém e nem mesmo nosso VP de futebol sabia o que dizer.

Aliás, quando eu estava saindo das Laranjeiras, já à noite, ele estava discutindo com um repórter dizendo que não ia falar nada, que não sabia de nada etc. e tal.

Depois teve o lançamento dos novos planos do Sócio-Futebol, que ficaram meios que jogados no ar, com poucas explicações, mas que, espero, sinceramente, que tenha sucesso e que justifique a tão propalada terceirização do marketing, embora eu acho que nada a justifique, mas, como tricolor, torço pelo êxito e que muitos sócios novos venham a oxigenar o nosso quadro social.

Mas, peraí…. eu tinha dito “Terça-Feira gorda”? Mas a Terça-feira gorda não é no carnaval? Exatamente.

Mas o que se viu nas Laranjeiras naquele dia, foi um verdadeiro carnaval.

Estou falando, claro, da reunião do Conselho Deliberativo. Parecia os desfiles do antigo “Bloco da Lata”, lá do Jardim Botânico, na minha juventude, em que cada um batia em sua lata do jeito que queria, fazendo uma barulheira infernal, mas, na realidade, não tocando absolutamente nada.

E foi assim. Os componentes da mesa se preocupando mais com celulares, começaram a dar a palavra ao Presidente Peter, que falou durante quase cinquenta minutos sobre a Unimed, sobre futebol, sobre a sobrevivência do time sem a ajuda da parceira, sobre os novos patrocínios, sobre os dois “ll” do Rivellino, sobre o gol de barriga, sobre o Marco Antônio fazendo falta no Ubirajara, enfim… falou sobre muitas coisas, mas sobre o orçamento, propriamente dito, falou muito pouco. Deu algumas fungadas e explicou aquilo que já se sabia… que o orçamento era conservador, que pode-se ter receitas extraordinárias, que se venderá jogadores… só não deu grandes explicações sobre a CI da Vitton e nem falou se vem por aí a CI da Frescatto. Mas, prá quê, né? O Orçamento ia ser aprovado mesmo.

Depois veio o Pedro Antônio, falou sobre o CT, mostrou a camisa sem o silk, falou mais um pouco, mas… nada de orçamento.

Depois o VP de esportes olímpicos falou, mas não vi muita gente prestando atenção, com muitos conselheiros brincando com o celular, saindo para um cafezinho, comendo um biscoitinho e olhando sempre para o relógio.

Depois a patética fala do VP de finanças que disse estar há 30 dias no cargo, que não participou da elaboração do orçamento, mas que era seu DEVER (!!!) aprova-lo.

Em seguida, veio o Presidente do CF, enrolou e apenas quando o Humberto chegou é que se viu os primeiros aplausos, sendo claro, inclusive, quando cobrou ao Presidente Peter que divida os problemas para que obtenha ajuda e não aja como o monarca que expede seus decretos e todos têm que segui-lo.

Aí o Presidente da mesa simplesmente disse que ia limitar a fala dos Conselheiros (???) ante o grande número de inscritos.

Embora seja estranho que numa reunião de Conselho Deliberativo, falem seis pessoas sem limitação de tempo, mas limita-se a fala dos próprios Conselheiros (se contarem isso em Portugal, vão rir de nós), assim foi feito. E aí seguiu-se o que se esperava… enrolação, enrolação e enrolação, ressalvando-se as falas de três bravos conselheiros da oposição, que tentaram dar seu recado à um grupo de conselheiros que já estava devidamente adestrado e uma plateia de sócios interessados que assistia estarrecida ao grande teatro montado.

Prosseguindo a semana santa, na quarta-feira somos esculhambados pelo Presidente do poderoso Madureira, que diz que o Fluminense é um clube falido e que não vende o Rodrigo Pinho para nós. Defesa institucional? O que é isso?

Ainda na quarta-feira, vimos que a FERJ sempre falou que clássicos não teria mandante… só que não! O Flamengo é o mandante do Fla-Flu, fixou o preço dos ingressos e… NÃO TEM OPT-IN.

Bom, nosso consolo é que toda semana santa tem seu sábado de aleluia. E sábado de aleluia é dia de malhar o judas. E quem será o Judas desta vez? O Procurador? O Horcades? O Celso? O Eurico? O Elias? O Juiz? A oposição?

Bom, como o Peter não deve ter muita vocação para judas, até porque já não deve estar por perto… meu voto vai em conjunto para a mesa do Conselho Deliberativo pela verdadeira pantomima apresentada, que envergonhou até a alguns membros da Flusócio que não quiseram participar do carnaval.

Por fim, esperando a Páscoa, torcendo para darmos um chocolate no Fla-Flu, com o Frederico marcando o seu 300º gol, alcançando o grande Adolfo Milman como o sexto maior artilheiro da nossa história e mais um show do garoto Gerson.

Pelo menos assim, poderemos dizer que nossa semana terá sido, realmente, santa.

Abraços em todos e convocando para domingo Nelson Rodrigues, o Gravatinha e o Assis para, á do céu, continuar sendo aquele carrasco que tanto nos deu alegrias.

Heleno Sotelino

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