Abelão, o Flu é maior que a CBF e a FERJ!




Torcida tricolor que alegria ver este time do Fluminense em campo! Ataque rápido com os meninos Wellington Silva, Gustavo Scarpa e Sornoza; Henrique Dourado goleador; Orejuela e Douglas “maestrando” no meio e uma zaga que, se não inspira toda a confiança do mundo, pelo menos não tem falhado neste início de ano. Se é certo que ainda é cedo para comemorações, mais certo ainda é que, nesta toada, podemos ter boas expectativas de um grande ano para todos nós.

Mas existe um assunto que foi muito comentado na semana que passou e que merece ser melhor explorado em todas as suas circunstâncias: a Primeira Liga. Contra o Internacional o Fluminense colocou um time reserva e acabou sendo derrotado no Beira Rio. Não tenho dúvidas de que, com o time titular, sairíamos com a vitória dos Pampas. Contudo, não foi o time reserva que mais me incomodou: foram as declarações do Abelão depois do jogo e nos dias que se seguiram.

Primeiro, ele disse que não “conseguia entender” a competição e reclamou do excesso de jogos no calendário: “começou com 12 clubes (em 2016), agora são 16. Não dá pra entender”. Depois, disse que até o Grêmio enfrentou o Flamengo com um time reserva. 

E ele não parou por aí. Conforme destacou Vinicius Toledo em sua coluna de domingo, o nosso treinador ainda disse que o Fluminense não precisaria ir para a linha de frente da Primeira Liga, até porque, nas palavras de Abel, não há nenhum mérito em se dizer que é um dos criadores do torneio.

Se por um lado concordo com ele quando diz que o Fluminense não tem elenco para aguentar diversos campeonatos ao mesmo tempo, por outro lado parece que, mesmo com tantas passagens pelo clube, o nosso técnico se esqueceu do espírito tricolor e de sua disposição para estar sempre na vanguarda dos acontecimentos futebolísticos.

A Primeira Liga é fruto de uma imensa insatisfação dos clubes e da própria torcida com os desmandos promovidos pela CBF. O torneio possui especial relevo exatamente porque os times conseguiram se unir e deixar um recado para os (des)governantes do nosso futebol: chega! Chega de imposição de horário esdrúxulo por parte de quem detém os direitos de transmissão! Chega de excesso de jogos com prejuízo significativo para os jogadores e para a torcida, já que a qualidade do jogo cai bastante!

Quando se pensou na criação da Liga, o Flu foi um dos times que deu o grito de chega contra o que hoje pode ser considerado o maior atraso em matéria de organização futebolística do país: o presidente da FERJ, Rubens Lopes, e o atual da CBF, Marco Polo Del Nero, que sequer pode sair do país, haja vista que foi indiciado pelo FBI por ser um dos beneficiados pelo esquema de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior.

Por motivos que todos sabem, o nosso Tricolor sempre foi prejudicado por esse tipo de comando capenga e amador que está à frente do nosso futebol e que busca privilegiar os clubes que estão com o Presidente. É mais ou menos assim: ou estão comigo, ou estão com meus inimigos! Esquecem tais dirigentes que os clubes devem ser democráticos, o que implica aceitar as opiniões contrárias e não favorecer apenas os “amigos”.

Retirar esse pioneirismo do Fluminense é desconhecer a nossa história cunhada desde o grande Oscar Cox e a criação de clubes de futebol no país. É desconhecer que o clube existe não só para dar espetáculo em campo, mas também para superar os desmandos fora dele. Enfim, como dizia Nelson Rodrigues: “o Fluminense é o único time tricolor no mundo. O resto são times de três cores”.

Incomoda também o fato de que Abel Braga fala isso e a Diretoria permanece calada. É como se Pedro Abad concordasse com tudo e simplesmente utilizasse o nosso técnico para externar o que ele não pode ou não quer dizer. E a sua aproximação da FERJ nos últimos dias deixa isso cada vez mais nítido.

Espero que Abelão compreenda que não ele não é “garoto de recado” e que, se perceber que está sendo usado, não se cale e traga a verdade aos ouvidos da torcida. 

Amo o campeonato carioca! Mas hoje prefiro a Primeira Liga por tudo que representa: um título de alcance nacional, um sopro de liberdade contra os maus governantes de nosso futebol e, principalmente, a esperança de que dias melhores virão.

Os clubes paulistas não participam? Que se explodam! Deixe-os continuarem nas barbas da CBF e da Federação Paulista, entidade esta que já teve como presidente o próprio Marco Polo Del Nero, atual mandatário máximo do nosso futebol. Infelizmente!

Ser Fluminense acima de tudo!

Toco y me voy:

  1. A cada jogo queimo mais a língua com Henrique Dourado. Espero que continue assim! A torcida agradece.
  1. Scarpa está voando em campo. O moleque parece que superou a inconstância de 2016 e entendeu que este pode ser o seu melhor ano: “tamo junto” garoto!
  1. A estratégia de Abel vem dando certo jogo após jogo. Time rápido, envolvente e com o claro objetivo de fazer gol. Se a diretoria trouxer mais duas ou três peças, o Flu passa a ser sério candidato ao título do Brasileirão.
  1. A Polícia diz que não tem efetivo suficiente e o Botafogo, influenciado pelo Flamengo, banca o jogo assim mesmo. Tudo em acordo com a FERJ. Saldo: um morto e vários feridos. Tiro pra todo lado. É a irresponsabilidade que mata!
  1. Ficarei muito feliz em ver o Flu “batendo no Globo”, ainda que seja um clube de futebol e que fique no Rio Grande do Norte.

Evandro Ventura / Explosão Tricolor 

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