Acorda, diretoria do Fluminense!




Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense F.C.

Acorda, diretoria do Fluminense! (por Lindinor Larangeira)

Em 2021, uma imagem causou muita polêmica: afinal, o diretor executivo de futebol do Fluminense, Paulo Angioni, estaria dormindo durante um jogo do tricolor, no Maracanã? A explicação do dirigente foi que ele se abaixou para pegar o celular, que havia caído.

Em 2024, caído e de dar sono está o futebol do Fluminense. No primeiro semestre, a conquista da Recopa serviu para encobrir um pouco o desempenho pífio do elenco e da comissão técnica.  Nesse período, o time só conseguiu uma vitória contra um time da série A, o combalido Vasco.

A classificação em primeiro lugar e invicta na fase de grupos da Libertadores se deu muito mais pela fragilidade dos tradicionais adversários. Mesmo assim, o time esteve próximo da derrota nos três jogos fora de casa. No Maracanã, não conseguiu ter nenhuma atuação, ao menos, convincente.

O segundo semestre e o restante da temporada já se iniciam com um desafio a ser superado: a péssima largada no Brasileirão não dá margem para a repetição de erros absurdos. Sete jogos e apenas seis pontos. Saímos na frente em todas as partidas e o time só venceu uma… A defesa é a segunda mais vazada da competição. Um retrospecto assustador.

Antes que o sinal vermelho acenda, pois a luz amarela já pisca, insistentemente, é hora de corrigir a rota. Não somente dentro de campo. Fora dele também. Se o treinador tem cometido equívocos além da conta, antes de gritar “Fora Diniz”, por que não cobrar a quem de direito?

Em qualquer organização, quando o planejamento, em sua fase de execução, se revela insuficiente ou ruim, os ajustes devem ser feitos, buscando a melhoria. A tarefa de dar o rumo certo nessa jornada é da diretoria. Ou se quisermos personalizar: Mário, Angioni e Fred.

Um primeiro ponto, que me parece bastante óbvio, é que os reforços para a temporada em nada reforçaram o elenco. Das oito contratações, apenas Marquinhos tem um desempenho que agrega alguma coisa ao time.

Dos demais, Renato Augusto e Terans, em minha opinião, são as grandes decepções. Douglas Costa lembra muito mais o jogador do retorno ao Grêmio, do que aquele da seleção. Antônio Carlos pode até não ter a confiança do treinador, mas tem um ótimo empresário. A contratação de Lucumí é um mistério digno de Aghata Christie. E a de Gabriel Pires é algo inexplicável.

Já a nona contratação nos enche de esperança e alegria. Porém, além de Thiago Silva, outros reforços de verdade precisam ser contratados.

Ainda sobre os nossos dirigentes, hierarquia e o profissionalismo, em minha visão, passam longe das Laranjeiras. O treinador, que faz um trabalho tão confuso quanto ruim neste ano, em nenhum momento foi cobrado pela diretoria. Além disso, foi premiado com uma exótica prorrogação de contrato. Os gestores podem até estar satisfeitos com o desempenho da comissão técnica na temporada. A maioria da torcida, certamente, não.

Torcida que, para os passadores de pano, se transformou na responsável pelas vergonhosas atuações do time, como no vexaminoso empate contra o Juventude. Mas pior do que a atuação bisonha e descompromissada daquele jogo, só a coletiva do auxiliar-técnico. E como nada é tão ruim que não possa piorar, a omissão da diretoria de não fazer qualquer tipo de cobrança a esse cidadão, é algo lamentável.

Alguém precisa dizer ao estagiário do Diniz, que quando o espetáculo vale a pena, a torcida se diz presente. Na sexta-feira, um recorde vai ser batido, quando mais de 50 mil tricolores irão recepcionar o Monstro TS3, que retorna ao seu lar.

Um terceiro aspecto vem na forma de uma pergunta: o que fazem Angioni, Fred, o CEO e o CFO? Aliás, quem são o CEO e o CFO?

É preciso lembrar que 2023 já está na história. Trocar o compadrio pelo profissionalismo. Fazer as devidas cobranças e modificar o que não vem dando resultado. Afinal, persistir no erro é o caminho mais curto para o fracasso.

Acordem, Mário, Angioni e Fred!

PS1: Que Diniz tenha a sabedoria de aproveitar bem esses mais de dois meses até o primeiro jogo das oitavas da Libertadores.

PS2: Terça-feira é um jogo de alto risco.

PS3: The Strongest ou Grêmio? O pior adversário do Fluminense, tem sido o próprio Fluminense.

PS4: Eu acredito na versão do Angioni.

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