Alô, Consórcio Maracanã: a torcida tricolor não é gado!




Amigos Tricolores,

Na bonita vitória tricolor na quinta-feira, no Maracanã, o que ficou marcado foi o desrespeito. Três pontos a mais na tabela, vários pontos perdidos com a paciência do torcedor!

O desrespeito voltou!

Um festival de absurdos envolvendo venda de ingressos, troca de ingressos adquiridos na internet, acessos ao Maracanã, saídas do estádio…

Tudo feito para dificultar o torcedor tricolor! Um total desrespeito, pouco caso com o cliente do estádio, com o sócio que ama o Fluminense, com o torcedor apaixonado, que tem que ser bem recebido para voltar sempre e chamar cada vez mais gente.

Do jeito que foi quinta-feira só conseguirão que cada vez mais gente saia revoltada, dizendo que nunca mais volta ao estádio.

Estimativas da reportagem das rádios e imprensa em geral dão conta de que cerca de cinco mil torcedores foram embora, desistindo de tentar adquirir seu ingresso e entrar no estádio. Isso fora outros milhares que chegaram ao longo do primeiro tempo, intervalo e até durante o segundo tempo, bastava olhar para o setor Norte, que foi recebendo cada vez mais público ao longo do segundo tempo.

O jogo rolava lá dentro, a zona rolava lá fora…

Tudo errado! Subestimaram o torcedor tricolor, colocaram poucos funcionários, criaram mil dificuldades de acesso e saída do estádio.

E aí não dá para ficar culpando só o Consórcio Maracanã. Já está mais do que na hora de o Fluminense participar mais e melhor de todo o processo, inclusive exigindo algumas providências e disponibilizando mais funcionários.

Do jeito que foi, só irão perder cada vez mais dinheiro.

Em primeiro lugar, por que só abrem o setor Norte quando já esgotou o Sul, durante o jogo, com filas intermináveis de torcedores frustrados?

Num jogo como esse, às 16 horas de um tremendo feriado, tempo bom, vindo de uma retumbante vitória num flaxFlu, até a mais pessimista previsão não diria que menos de 20 mil pessoas tentariam ir ao jogo do Tricolor. Se foram se basear nas vendas antecipadas de 10 mil ingressos, erraram feio no método.

Um jogo num feriado, à tarde, é lógico que vai ter milhares de pessoas interessadas em comprar na hora. São famílias que decidem pela manhã, amigos que se falam e combinam de ir ao jogo, milhares que decidem comprar na hora, e não podem ser condenados por isso.

Tem que haver estrutura para receber a galera, vender e dar acesso, com agilidade. E com uma óbvia previsão dessas tem que abrir o setor Norte desde o início das vendas.

Essa mesquinharia de tentar empurrar os setores Leste e Oeste (mais caros) para os torcedores até o início do jogo, para só na hora do tumulto abrir o Norte, que tem o preço do Sul, é a maior bola fora, e gera as maiores confusões.

Com o setor Norte aberto desde o início haveria uma maior distribuição de acesso do público, menos confusões nas bilheterias, catracas, revistas e acessos dos torcedores.

Sou do tempo em que se chegava meia hora antes no estádio em jogos com mais de cem mil torcedores e se entrava a tempo e em conforto e segurança.

Hoje, qualquer jogo com mais de 15 mil pagantes é essa vergonheira toda. Tentam espremer todo mundo pelo mesmo acesso, disponibilizam cada vez menos bilheterias e portões, e é lógico que vai dar confusão sempre.

Não adianta insistir em empurrar setores bem mais caros. Ali irão apenas os que quiserem pagar mais. É muito triste descer o rampão do Metrô por volta de 15:20 horas e perceber que milhares de pessoas frustradas e revoltadas estão em filas que não andam e vão perder boa parte do jogo, ou vão ter que desistir. Famílias inteiras com crianças, esposas, namoradas, gente idosa…

Todos tratados como gado. Pelo consórcio Maracanã, pelo Fluminense Football Club.

Acesso à rampa da UERJ fechado na saída

E na saída, um absurdo maior ainda! Tudo que está ruim, acreditem, com jeitinho pode sempre piorar. Inventaram este ano uma infeliz novidade: no anel superior do estádio, no setor Sul, simplesmente fecharam o acesso dos torcedores em direção ao rampão da UERJ, que desemboca diretamente nos acessos ao Metrô e à Supervia.

A passagem para o rampão de descida da UERJ fechada para prejudicar torcedores do Tricolor. Seis policiais no bloqueio. Milhares de torcedores prejudicados. (Foto: Paulo Nense)

Para que isso? Só para dificultar o torcedor ? Ora, se os principais transportes de massa para o estádio são trem e Metrô, por que não permitir a saída direta para estes transportes, como era antes, desde que fizeram o novo Maracanã?

Desde a construção do estádio, em 1950, os rampões do estádio, hoje nos setores Leste e Oeste, são os principais acessos do público. Com a nova obra criaram acessos menores nos setores Sul e Norte, rampas pequenas no estilo caracol, que ajudariam a desafogar o público e permitiriam uma evacuação mais rápida do estádio, inclusive por questões de segurança.

Este foi um dos argumentos para refazer o estádio: mais segurança e possibilidade de saída de todo o público em oito minutos.

Acontece que com a nova geografia do estádio, e sendo os setores Leste e Oeste os que menos recebem torcedores, os rampões tornaram-se enormes elefantes brancos sem utilidade, e os caracóis são os principais acessos. Uma contradição!

E pelo menos havia o bom senso de liberar a saída pelo rampão da UERJ, abrindo a saída lá por cima, facilitando a vida de milhares de torcedores, que apenas querem um acesso rápido e tranquilo ao trem e ao Metrô.

Resultado: com o fechamento, todo mundo que está no setor Sul tem que se espremer nos túneis e nas saídas em caracol, andando em passos lentos, pois aquelas ladeiras não comportam uma grande massa saindo ao mesmo tempo. Isso em qualquer joguinho de mais de dez mil pagantes, sou testemunha! Até o dia que der uma grande confusão ali!

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Ladeiras caracóis tornam-se o grande escoadouro de todo o povão do setor Sul. (Foto: Paulo Nense)

 

Depois chegam lá embaixo, na Rua Eurico Rabelo, e têm que fazer uma longa caminhada contornando meio estádio, em direção aos transportes de massa. Em jogos de duas torcidas ainda há um risco maior de confusões nas imediações do estádio, por aumentar o tempo de permanência no entorno do Maracanã.

Consórcio Maracanã e Fluminense Football Club: respeitem a torcida do Fluminense! O primeiro mudando completamente suas políticas de vendas de ingresso, acessos, saída e número de funcionários; o segundo melhorando seus programas de sócio torcedor e participando mais efetivamente de ações junto ao Consórcio, sugerindo e exigindo atitudes que facilitem seu torcedor.

Por que não facilitar a vida do torcedor? Qual pode ser o motivo de terem fechado essa saída este ano? Por que tanto desrespeito? Em nome de quê?

Economizar alguns dois ou três funcionários, seria isso? Nem isso justifica, porque o portão está aberto lá embaixo, para a meia dúzia de gatos pingados que vão de Oeste. Por que então? Por que mudaram uma das poucas coisas que prestavam no escape do estádio?

Chega a ser revoltante alcançar aquele acesso e encontrar alguns policiais em frente ao portão de passagem, fechado, a poucos metros do rampão de descida. E a cara de decepção de milhares de torcedores ao chegarem lá…

Tanta confusão num jogo de 23.004 pagantes, com 28.041 presentes, e certamente pelo menos uns 5.000 que voltaram para casa, revoltados, e tão cedo não irão ao Maracanã.

O próximo jogo do Tricolor é domingo! Está muito próximo. Muito pouco tempo para melhorarem alguma coisa. Expectativa de um bom público, pois o time venceu. Pouquíssimo tempo de vendas pela internet. O mínimo de esforço deveria ocorrer para minimizarem os problemas. Abrir a passagem de saída pela UERJ já seria um bom começo.

O torcedor do Fluminense não é gado! E exige mais respeito!

Por PAULONENSE

Explosão Tricolor