Apatia e covardia




Difícil, muito difícil falar sobre a eliminação na Copa Sul-Americana. Com 117 anos, o Fluminense segue sem uma taça continental em sua grandiosa sala de troféus. E o pior: sem comemorar um título oficial pelo sétimo ano consecutivo. Isso é trágico em todos os sentidos.

Sobre o jogo, o que mais irritou foi a falta de vibração de boa parte do time. Com a necessidade de vencer e o estádio todo jogando junto, imaginei que o time fosse entrar com a faca nos dentes e ligado no 220. Ledo engano, santa ingenuidade!

A escancarada apatia de alguns jogadores foi algo revoltante. O Yony González, por exemplo, só fez figuração nos dois confrontos. Jogou no sacrifício ou já assinou pré-contrato? Além da apatia, o meio de campo do Fluminense foi atropelado, os laterais foram sofríveis e o ataque foi nulo.

O único jogador que correu o tempo todo foi o Nenê. O “vovô” do elenco chamou a responsabilidade desde o início, ajudou na marcação, chamou faltas, irritou os adversários, finalizou, lançou, ou seja, o cara fez de tudo. Quem também merece ser destacado é o Muriel. Se não fosse o goleiro, o Fluminense teria sido eliminado já no primeiro tempo.

Algumas escolhas do Oswaldo de Oliveira também devem ser questionadas. O Digão, por exemplo, estava sem jogar há algumas semanas. Frazan, que teve uma senhora atuação na partida de ida, deveria ter sido mantido. A postura mais conservadora, mesmo diante de uma atmosfera totalmente favorável, foi algo imperdoável. Não à toa, arquibancada não incendiou durante os noventa minutos.

A eliminação por conta da regra do gol qualificado é bastante cruel, mas não há o que discutir já que está prevista no regulamento. Entretanto, o conjunto da obra do Fluminense para os dois jogos já sinalizava que o desfecho não seria nada bom.

Para encerrar, a torcida do Fluminense fez a sua parte. E fez bonito. A mobilização para os dois jogos foi um dos mais belos capítulos da história da arquibancada tricolor.