Autoridade de Tricolor




Fred marcou o primeiro gol Tricolor. Foto: Nelson Perez - FFC
Fred marcou o primeiro gol Tricolor. Foto: Nelson Perez – FFC

O Tricolor triunfou em cima do time paulistano de 3 cores. E com bastante autoridade!

Desde o início da partida, o que se viu foi um Tricolor que parece ter conseguido, enfim, aproveitar o período de treinamentos que teve neste hiato do campeonato.

As linhas estavam próximas, a defesa bem protegida, e o meio de campo sabendo tocar a bola com paciência, no aguardo do melhor momento para dar o bote.

Cícero, mais uma vez, foi muito importante para nossa boa partida, já que foi o responsável pela saída de bola junto ao sistema defensivo, quando este se encontrava acuado pela marcação são paulina. E foi bastante competente nesta função.

Ao contrário do que alardeou durante a semana, Eduardo Batista sabia que jogava sem os dois laterais. Higor, que não é lateral de ofício, e Breno Lopes, que não é jogador de ofício.

Por isso, a primeira função dos dois era compor a marcação, colaborando para a boa compactação do sistema defensivo.

E esta deficiência nas laterais foi devidamente suprida com um meio de campo em que todos sabem jogar bola, e que aproveitou muito bem este fator com uma movimentação constante.

Ou seja, o Tricolor soube jogar um futebol coletivo, eficiente, e venceu o jogo com bastante justiça.

Os dois gols merecem seu destaque. O primeiro, porque nos dá esperanças de voltarmos a ter uma bola parada eficiente. Acho que o Scarpa deve ser mais utilizado nestas cobranças, pois já mostrou que tem recursos e, se bem treinado, pode virar o cobrador de que tanto sentimos falta.

Nosso cone da camisa 9 foi, mais uma vez, decisivo. A entrevista do Rogério Ceni no final do jogo foi emblemática. Quase que lamentando pelo centroavante deles ser o Luís Fabiano. Nosso cone, que não anda em campo para a maior parte da Flapress, marca a saída de bola do adversário; é nosso melhor tirador de bolas na defesa, em cobranças de escanteio do adversário; prende a bola no ataque; faz pivô; organiza o time dentro de campo; e, além de tudo isso, ainda é decisivo lá na frente.

Se tivéssemos tantos cones assim espalhados pelo trânsito do Rio de Janeiro, certamente nossa cidade não estaria sofrendo com estes intermináveis engarrafamentos diários.

E o segundo gol? Uma pintura! Confesso que quando o Scarpa pegou a bola, a primeira coisa que fiz foi reclamar da lentidão no avanço de nossa equipe, já que o time são paulino estava desorganizado na defesa.

Mas no final das contas, fizemos a bola correr em vez dos jogadores, o que sempre é mais eficiente.

De Scarpa para Vinícius. Daí um passe de camisa 10 para o Marcos Júnior (alô diretoria! Vamos perder o nosso único acerto do pacotão de início de ano?). E o “resolve”, resolveu mesmo. Avançou em velocidade, cortou o zagueiro com um toque de letra, e bateu colocado no ângulo do titio. Golaço! Que espero simbolizar esta nova fase do Tricolor, sem dentes protuberantes, neste campeonato.

Agora, apesar da nítida evolução da equipe, não podemos também ignorar alguns aspectos que ainda precisam ser acertados.

O time ainda finaliza pouco ao gol. Foi bastante efetivo no jogo de ontem, mas precisa criar mais chances de perigo ao adversário. Isto porque, em jogos que estivermos com mais dificuldades de botar a bola pra dentro, precisamos ter um volume maior para compensar.

Breno Lopes foi bastante voluntarioso ontem. Não comprometeu na marcação, mas não tem o menor cacoete de jogador de futebol. É preciso pensar em uma alternativa viável para jogar ali. Vi ontem que o Ayrton estava no sub 20 mais uma vez. Acho um erro. Precisamos começar a ambientá-lo de vez aos profissionais, pois seu aproveitamento será necessário.

No final do jogo, Eduardo Batista deu uma entrevista dizendo que seu objetivo é fazer o Tricolor jogar como Tricolor. Então meu amigo, Wellington Paulista… nem se for por apenas 30 segundos!!!

Abs,

Alan Petersen