Balanço da temporada, bons momentos do trabalho no Fluminense, expectativa de disputar títulos em 2023 e muito mais: leia a entrevista coletiva de Fernando Diniz






Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva no Estádio Nabi Abi Chedid

O técnico Fernando Diniz concedeu entrevista coletiva após a vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Red Bull Bragantino, na tarde deste domingo, no Estádio Nabi Abi Chedid, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Confira abaixo todas as respostas do treinador tricolor:

Vitória sobre o Bragantino 

“Um jogo extremamente difícil para a gente motivar os jogadores, já estava sendo há um tempo, esse time está de parabéns por isso, pelo respeito com a camisa com o clube, com o futebol e com o torcedor, porque era muito fácil o time colocar o ponto morto e deixar as coisas acontecerem depois que conseguiu a vaga direta na Libertadores. O time não fez isso. Aqui, um jogo difícil, o Red Bull tinha o interesse em ganhar a partida por conta da vaga Sul-Americana, vinham de duas derrotas muito fortes, que não condizem com o trabalho que esse time vem fazendo já faz bastante tempo, desde o acesso em 2019.

Conheço bem o pessoal aqui, está todo mundo de parabéns. Barbieri fez um trabalho de primeiro nível. Em determinado momento neste ano, o time não conseguiu vencer jogos, mas é um dos times com futebol mais estruturado no país, tanto dentro quanto fora de campo. Então era um jogo muito difícil.”

Desempenho de Alexsander 

“É um pouco difícil você fazer avaliação individual no último jogo da temporada, mas vou citar o Alexsander, dos jogos dele, hoje ele sofreu, mas talvez tenha sido um dos mais importantes para o amadurecimento dele, porque ele pegou hoje talvez um dos melhores jogadores do futebol brasileiro, todo mundo quer ele, um jogador escasso, com características do Luiz Henrique e é um jogador que leva muita vantagem.

Ele sofreu, mas acho que conseguiu jogar, teve muita coisa positiva e aspectos em que ele sofreu, porque tem que sofrer mesmo, ele pegou muita bola que não era para pegar, quando o time marcou mal, o deixou na situação de mano a mano com o time espaçado. Acho que ele conseguiu dar conta bem do recado, mesmo hoje, e com a bola no pé tem muita personalidade, para mim já é uma realidade no Fluminense, é um jogador com quem eu conto, tanto naquela posição, que é a posição que ele iniciou na base, quanto para jogar por dentro, acho que o Fluminense teve esse ganho adicional na reta final da temporada. Os demais jogadores também se empenharam, estava quente, era fim de temporada, mas eles se dedicaram ao máximo e mereceram a vitória.”

Balanço da temporada

“A trajetória do Fluminense foi muito rica de coisas positivas, tivemos poucos momentos negativos desde a minha chegada. Faltou a conquista de um dos grandes campeonatos, Copa do Brasil, que era mais viável, e Brasileiro, mas o Palmeiras fez uma campanha impecável. Do aspecto do time, o mais importante foi o momento em que tivemos as três derrotas, que aconteceram por alguns fatores, a saída do Nonato teve muito a ver, e a retomada.

Acho que o Fluminense sai hoje, tanto no futebol quanto nos números, no seu melhor momento. Do jogo do Avaí para cá, tivemos um empate com o Botafogo, foi uma sequência boa de vitórias, muitos jogos sem tomar gol, que mesmo nos nossos melhores momentos antes desse momento final, a gente era um time que sofria muitos gols. Esse final do Fluminense foi o melhor do Fluminense, acho que deixa uma esperança e uma crença positiva para o ano que vem.”

Pontos a serem melhorados para a próxima temporada

“De culpa, absolutamente nada. Eu cometi erros nesse ano, mesmo quando o time ganhou, hoje eu também devo ter cometido erros quando a gente vai fazer a análise do jogo. Mas seria muito injusto comigo ou com o Fluminense avaliar pela ótica dos erros. A gente teve muito mais acertos do que erros. A gente precisa melhorar constantemente. Chegamos em terceiro, se nós queremos mais coisas, precisamos melhorar. De coisas diferentes, tem muita coisa, mas olhando para trás, a gente trabalhou muito perto do nosso limite, e os times oscilam no campeonato. O Palmeiras teve um momento mais curto de oscilação, foi um time muito consistente. As pontuações do Fluminense e do Inter já deram títulos de Campeonato Brasileiro, mas a gente teve um concorrente muito acima da média nesse ano, que foi o Palmeiras, e ganhou com todos os méritos, o Inter também, foi um campeonato justo.



Certamente tem coisas a melhorar, mas não tem algo muito claro que eu faria diferente. São nos detalhes que a gente tem que corrigir para seguir. Precisamos ter uma estrutura que consiga manter os jogadores, porque você começa a desenvolver um estilo de jogo como o nosso, aí a cada janela perde dois jogadores importantes, e os adversários já saem na frente de orçamento e, além de não perderem, se reforçam, como foi Palmeiras e Flamengo, você fica mais distante. É a realidade, são números.

É fazer um esforço para segurar os jogadores até o fim da temporada, porque nossas temporada não é a europeia, nosso fim de temporada é em dezembro. Se saem Luiz Henrique e Nonato agora, ok, mas no meio da temporada. Embora a do Luiz Henrique a gente tenha sentido menos, por ter ido preparando, a do Nonato foi uma coisa muito inesperada, então é uma das coisas que já temos conversado para que o Fluminense aumente as chances de ganhar títulos no ano que vem, além de reforçar pontualmente. Não vamos reforçar com um monte de jogadores, não vamos contratar o Gerson. Tem que contratar um jogador com potencial, quem será que na América do Sul pode ser o novo Arias. Mas é difícil você chegar, pinçar e acertar. A gente vai trabalhar no limite sempre para melhorar o Fluminense e conseguir ser competitivo.”

Temporada iluminada de Germán Cano

“O momento dele é brilhante e tem que ser celebrado, quem vai deixar o Cano na prateleira é a história. Mas esse momento é mágico, especial, bateu recorde tudo. Fora esses recordes, que é uma coisa que torcedores e jornalistas enxergam pouco, é que ele é um cara que é um trabalhador. Para mim, e ele compactua com essa ideia, é que ele só tem esses números por conta da humildade e o entendimento de ser mais um no processo de que tem que ser mais um.

Quantas vezes você já viu o Cano pegando bola na nossa área, no início perguntavam o que o Cano estava fazendo lá. Ele estava fazendo o que ele tem que fazer. Aquilo não vai impedir de fazer gols, vai fazer o Cano fazer gols e a gente vencer. Quando ele volta e a gente está azeitado, como no último mês, ele volta para a gente não sofrer o gol lá e ele fazer fazer um, fazer três. Ele não participa só no momento de fazer, mas também na hora de não tomar. Fora que ele é um cara excepcional em todos os aspectos, querido por todos.”

Bons momentos do trabalho no Fluminense

“Tivemos um 10 a 1, tivemos jogos excepcionais, tanto para os tricolores quanto para quem gosta de futebol, o 5 a 3 no Atlético-MG e o 4 a 0 no Corinthians. Teve a despedida do Fred, que acho que foram duas despedidas, contra o Corinthians teve aquela coisa espontânea do gol, depois a despedida propriamente dita.”

Expectativa de disputar títulos em 2023

“É possível (vencer), só que a gente que está dentro não é torcida ou comentarista, é quem trabalha. A gente tem que ter os dados de realidade e superar as dificuldades. O time termina bem, é uma base importante para o ano que vem, mas existe uma diferença de orçamento muito grande entre o Fluminense e outros candidatos aos campeonatos. Tem uma temporada longa, só que a gente tem que trabalhar. É possível conquistar e é obrigatório sonhar com as coisas, a gente tem que sonhar como o torcedor sonha, só que a gente tem que trabalhar para superar as realidades, o torcedor não é para trabalhar e superar realidade, quem tem que trabalhar e superar realidade é quem trabalha no clube: jogador, comissão técnica, diretoria e demais funcionários.

O Fluminense é um clube gigante, como tem outros gigantes, só que hoje o orçamento do Fluminense comparado a outros gigantes é muito distante, então tem que trabalhar forte, saber da realidade e caminhar muito para conquistar coisas que os outros times com muito mais estrutura e muito mais grana estão disputando. É possível, a gente tem que trabalhar muito e sonhar para tornar isso possível.”



Por Explosão Tricolor

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