Balanço geral de 2019




Foto: Divulgação / Fluminense FC

Buenas, tricolada! Finalmente acabou essa porra de temporada do futebol brasileiro de 2019. Sofrimento é parte íntegra do nosso calendário desde 2012. Não é possível que não haja tricolores verdadeiros nessa política insana que assolou o enorme Fluminense Football Club! Esses caras ainda têm a pachorra de perguntar a torcedor a quem eles deveriam devolver o Flu! Mea-culpa, seus caras de pau!

Dói ainda mais ver o nosso arquirrival papar tudo, enquanto a gente reza pra Vasco, Ceará, Rosita Sofia, ADN e E.C. Maricá nos salvarem! Chega, caceta!

Continuísmo (não) interrompido…

Muitos apegaram-se à saída da FluSócio para verem os problemas do FFC resolvidos. Ledo engano! Será que os mais céticos não entenderam que os caras se mandarem antes do final de seus mandatos não significaria mudanças de fato? Atestado de incompetência – e impotência – para resolverem as pendengas que juraram sanar quando eleitos pela primeira vez, em 2010!

Trocamos xixi por pipi! Celso Barros sempre esteve no poder tricolor. Mário Bittencourt idem. O primeiro apoiou Peter – e resolveu linchá-lo quando perdeu pajelança! O segundo, foi advogado do clube na gestão FluSócio… E Vice-de Futebol também! Ah, e a oposição era representada por Ricardo Tenório, parte da tríade que almejava o trono de Álvaro Chaves… Eram ele, Celso e Mário! Não somos otários, “cumpadis”!

Perdas, vendas, descompromissos…

Pois é, vendemos Ibañez por duas mariolas e um cacho de banana da terra, perdemos Luciano e Everaldo quase da mesma forma que o queridinho Scarpa foi perdido, “doamos” Pedro e Spadacio para clubes sem expressão – hoje em dia – no cenário mundial pautados numa matemática mirabolante… em suma, distribuímos diplomas de incompetência para quem quisesse tê-los. Todos assinados e rubricados, com registro em cartório, pela administração tricolor (independentemente da corrente política). Oras, algum herói poderia esperar resultados diferentes?

Erros de direito, de estratégias, de conceitos…

Não discuto se a demissão do Fernando Diniz foi acertada ou não. Eu particularmente gostava do trabalho do malandro, mas no futebol tupiniquim resultados elegem até Presidentes da República! E o cara não os conquistou. Acho apenas que limarem o treinador às vésperas dos dois jogos mais importantes da temporada, à época, foi absurdo! Pegaríamos o Corínthians pelas quartas de final da Sula. Sem o antigo chefe, escalamos um técnico interino, no primeiro confronto, e um novo comandante, no segundo. Neguzim não aprende?

Escolha desesperada – e surpreendente…

Tiraram o Diniz e contrataram a “aposta inovadora”, que atendia pelo nome de Osvaldo de Oliveira, para substituí-lo! Sem antes tentarem Dorival, Abel, Jesus Cristo, Coelhinho da Páscoa e Truman Capote! Mais vale apelar pro choro do que para o planejamento, nas verves de muitos!

Vão peidar n’água pra verem se faz bolhinha! Um camarada veterano, que na ocasião em que foi vencedor não figurava entre os Top 10 do Brasil, chegaria mesmo com o status de Sassá Mutema? Era nisto que vocês botavam as suas fichas? Que falta de decoro, conhecimento, desespero! Discurso controverso e necessidade de fazer merda. Tiro no pé clássico!

Claro e brilhante como o sol de 40 graus do Rio…

Estava tão na cara que o Osvaldo não duraria que a ação de contratá-lo tornou-se ainda mais escrota, depois de sua demissão, dois meses depois!

O profissional que não tem grupo na mão, que é metido a valente, que “imita” preleção de antecessor, que mexe mal pra raio, e que discute com jogador à beira do campo, demonstrando falta de comando, não pode aspirar miseravelmente coisa alguma! Não tinha que ter pousado de paraquedas no Laranjal, mas… Expliquem-se!

Começo do estágio…

Fui ávido defensor da efetivação do Marcão, na ocasião em que havia dúvidas sobre quem assumiria a vaga do Osvaldo. Não que eu considerasse o antigo volante e ídolo tricolor uma sumidade, mas sim pelos inúmeros fatores que envolviam a chegada de um novo “mannager”!

Em primeiro, o cara tinha o grupo na mão. Os jogadores, inclusive, clamaram pelo seu ingresso.

Em segundo, pelo fato de os atletas estarem com dois, três, quatro meses – sei lá – de salários atrasados. Pô, se a diretoria estava (como ainda está) em débito com o elenco, nada mais inteligente do que atendê-los minimamente. Um afago para calar os incautos e insatisfeitos!

Em terceira instância, pela falta de nomes disponíveis e competentes no mercado. Lisca? Jair? Ênderson? Numa boa, o Flu não é casa de massagem… de egos! Ou é?

Em quarto e último lugar, diante das dificuldades de um profissional aceitar uma proposta tricolor. Falta credibilidade ao Fluminense e ninguém quer assumir uma nau em pleno naufrágio – econômico, político, psicológico e de identidade.

A propósito, mantenho a minha premissa daquela oportunidade: foi acertada a manutenção do Marcão, e o objetivo – feliz e infelizmente, por escaparmos da degola e pela tristeza de vermos o gigante FFC vivenciar mais um caos, respectivamente – foi devidamente alcançado!

Final do estágio! Esperamos…

Nada como terminar o Campeonato Brasileiro “conquistando” uma vaguinha pra Sul-Americana de 2020! Muitos duvidavam, mas eu e meu amigo Rodrigo Belluco tínhamos essa convicção! E com uma vitória sobre os Gambás em território inimigo! Entretanto, abordarei este tema mais adiante.

Sim, fim de temporada, Segundona é o ca@#$%&, e término dos serviços do Marcão no comando técnico do Flu. Foi bom o estágio, foi excelente para o seu currículo, creio que ele tenha se divertido – e até aprendido bastante – com as dificuldades, mas o seu tempo de beirada de campo acabou. Ao menos esperamos!

Não enxergo no simpático e esforçado Marcão – como treinador, um nome de consenso para assumir a bagunça em que o Fluminense se transformou. Ele não tem experiência, estopo, coragem e talvez competência para uma cátedra tão desafiadora, mas paralelamente catastrófica, como a nossa e no início de um ano – fazendo pré-temporada.

Que o Marcão retorne ao cargo de auxiliar. Ou mesmo tente uma outra instituição, como treinador principal, para acrescer estrelas e bagagem na sua carreira. Quem sabe um dia ele não possa voltar ao seu clube de coração como um técnico de ponta e abraçado pela galera… Quem sabe!

Epílogo…

No último ato do Brasileirão 2019, o Fluminense realizou um primeiro tempo bem interessante!

Os Gambás, aparentemente desinteressados, viram o Time de Guerreiros passear nas quatro linhas. Bom sistema defensivo, boa transição, bons contra-ataques, e dois a zero sem esforços – apesar do Nenê, que matava todas as nossas jogadas. Resultado: fomos para o intervalo sobrando!

O melhor da tarde foi a minha – e de milhões de tricolores – massagem personalista: peço o Evanílson há séculos! O garoto é bom e “matador”. Acompanho o seu desempenho desde o sub-17 e sempre creditei rótulos benevolentes ao seu futebol. Foi artilheiro por onde passou. Até no Samorin… por lá, vários atletas saídos de Xerém tiveram algum destaque (também, né?), mas enterraram-se no retorno ao Brasil. Temi quando o FFC o cedeu ao futebol tcheco, mas na sua volta, o moleque continuou arrebentando na nossa base. E nada de o Marcão utilizá-lo! Pior: nego trouxe o Lucão – e o utilizaram em algumas pelejas! Tem boi na linha, não é possível!

É isso, o menino meteu dois pombos na gaiola corintiana, sendo o primeiro de puro oportunismo, faro de gol e aquela capacitação específica de um centroavante nato, quando antecipou-se ao zagueiro adversário, após cruzamento da direita. E o segundo… bem, o segundo a gente tem é que rever um milhão de vezes! Que golaço! Por cobertura! Joga a luva, Cássio, como diria o narrador global Gustavo Villani!

Na segunda etapa, pra variar o Flu recolheu-se atrás. E o Corínthians ao menos demonstrou mais vontade. Passou a ter mais domínio de meio-campo e a pressionar a nossa zaga. Mas o Fluminense ainda dispunha de alguns bons contragolpes. E mantivemos o velho defeito, que é velha característica desde a era Diniz: escolha errada do último passe, que nos permitiria matar vários duelos, e desperdício de oportunidades evidentes de gol.

Sintoma preocupante: o nosso time morre no decorrer do segundo período ultimamente. Mais uma vez, a quarta ou quinta consecutiva, que a equipe anda no quadrilátero e assiste à pressão do rival. Espero mesmo que seja só fadiga pelo final do certame, e não contratempos ligados a (má) preparação física – ou mesmo corpo mole por causa dos descompromissos da diretoria!

Aí, rapaziada, os caras meteram um golzinho. Erro de Wellington Nem na ponta esquerda, num ataque promissor (o cara caiu sentado! O que ele faz no Flu?), saída em velocidade dos paulistanos, bola nas costas do Gilberto, cruzamento na cabeça do Gustagol e saco! Ah, e o Julião, que atuou improvisado na lateral-esquerda, não acertou essa marcação sobre o atacante oponente. Já viram, sufoco até o final! Aliás, é covardia o Nem conceder entrevistas dizendo que veio pra jogar, não teve oportunidades e, por consequência, jamais adquiriu ritmo de jogo! O cabra teve inúmeras chances, começando vários confrontos ou entrando no lugar de alguém. Não as aproveitou!

Umas poucas certezas: “achamos” um bom goleiro reserva, o Marcos Felipe; o Gilberto voltou a ser um lateral efetivo, ainda que tenha dificuldades na marcação; o Nino é vigoroso e tem que ficar, e o Luccas Claro pode compor elenco em 2020;  o Caio Henrique definitivamente é lateral, e não meio-campo; Yony e PH Ganso fazem falta; e Nenê e Wellington Nem já podem tomar o caminho da roça!

Agora, tricolada, é esperar o ano que vem e torcer para o Fluminense Football Club entrar nos trilhos. Não aguentamos mais essas dores acumuladas em sete longas temporadas!

Planejamento, pés no chão, atitude, criatividade, marketing agressivo e compromisso com os atletas, funcionários e fornecedores são obrigações de Mário, Celso, Angione e quem mais estiver na linha de frente nas Laranjeiras! Não podemos mais ficar nas mãos do destino, desnorteados como um bêbado na ladeira, porque um dia a bola, a inépcia e a incapacidade punem. Aí, talvez não haja mais tempo, fôlego e atmosfera para livrarem o Fluminense de uma nova vergonha, como aquelas vivenciadas sofregamente por cada torcedor, vivo ou morto, na década de 1990!

Ótimo Natal e Feliz 2020 a todos, especialmente aos que decidirão o futuro do Flu. Eles têm de estar muito iluminados para recolocarem o nosso clube de coração no lugar de onde jamais deveria ter sido retirado – a fórceps!

Saudações eternamente tricolores!

Rapidíssima:

Menção honrosa aos guerreiros tricolores que apoiaram incondicionalmente o Fluzão nessa draga de final de ano, no Maraca. Vocês tornaram o Rio mais belo! O FFC merece a nossa torcida. A galera merece o verdadeiro Fluminense. Mas a política e os administradores que vêm acampando na sede histórica de Álvaro Chaves não merecem nenhum dos dois: a massa que traja verde, branco e grená, e o próprio clube, glorioso e interminável ao longo de 117 primaveras!

Saudações eternamente tricolores!

Ricardo Timon