Muito longe de falarem a mesma língua, o presidente Pedro Abad e os vices Cacá Cardoso [geral] e Diogo Bueno [finanças] travam uma guerra fria que tem a eleição de 2019 como objetivo final. Neste contexto, a estratégia é tentar o enfraquecimento de Pedro Abad e da Flusócio, seu grupo político do mandatário tricolor. E os alvos para minar o poder do presidente estão definidos: o setor de comunicação do clube e as divisões de base.
De acordo com o jornalista Leo Burlá, o controle destas duas frentes está com profissionais da mais absoluta confiança do presidente, que percebeu a investida e tenta aparar as arestas para apaziguar os ânimos. Questionado pelos opositores do mandatário, Marcelo Teixeira, diretor esportivo da base, é uma das pessoas mais próximas de Abad. Responsável por Xerém e pelo Samorin, filial eslovaca tricolor, ele é bombardeado pela oposição, que reclama de eventuais falhas na formação de jogadores e na sua participação em negociações para a equipe profissional. Para preservar Marcelo Teixeira, Abad já planejou um movimento: irá deixar o dirigente cada vez mais voltado apenas para a base. Entregar o “ouro” está absolutamente descartado.
O projeto internacional do Fluminense, aliás, tem sido usado como munição recorrente dos críticos da gestão, que falam da falta de retorno econômico e dos custos com a iniciativa. Ninguém admite abertamente, mas o Samorin corre o sério risco de não ter mais continuidade. Um recuo para a gestão atual, mas uma “satisfação” aos críticos.
Na outra ponta da batalha está a Comunicação, “trincheira” estratégica para a guerra eleitoral. O grupo de CacáCardoso e Diogo Bueno entende que a área é falha e que não atende aos interesses do clube. Há, no entanto, o entendimento contrário de que o desejo de controlar o departamento é uma manobra para ter em mãos os canais oficiais do clube em mãos tendo em vista a eleição do ano que vem.
Uma das colaboradoras mais próximas a Pedro Abad, a diretora Carina Ceroy resiste no posto, ainda que o presidente tenha sido pressionado por sua saída. Em novo movimento, o presidente tentará mudar a configuração do xadrez sem mexer nas peças, e o mais provável é que ela ocupe um cargo de assessora especial da presidência. Os detratores de Abad apostam no desgaste para forçar uma eventual renúncia e antecipar a eleição, mas o mandatário pretende cumprir seu mandato. Até 2019, no entanto, cuidar da política será tão importante quanto do futebol para sobreviver no Fluminense.
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Por Explosão Tricolor / Fonte: Jornal UOL
