Busque exemplo no ano de 2009, Fluminense. Ainda dá…




O Fluminense precisa de mudanças (Foto: Photocâmera)
O Fluminense precisa de mudanças (Foto: Photocâmera)

O ano de 2009 foi uma espécie de divisor de águas para o Fluminense. Apesar de não ter conquistado título, fizemos história. E que história… 

Só quem viveu intensamente aqueles momentos sabe como o negócio foi sinistro. Na época, vimos dirigente dando declaração de que o Fluminense já estava se planejando para a série B de 2010. O patrocinador foi outro que já tinha jogado a toalha. Num último suspiro, pegaram o “bucha” do Cuca, um cara azarado, uma espécie de eterno derrotado e alvo de chacota de muitos. Com o cenário de terra arrasada, valia tudo nas Laranjeiras. E nessa parada, chegaram para o Cuca e disseram o seguinte: “Cara, fique à vontade para trabalhar”. 

Pois é, o desacreditado “fique à vontade” foi a senha para o Cuca fazer uma verdadeira revolução nas Laranjeiras, e que acabaria virando uma das maiores histórias do futebol.

O Cuca fez uma faxina geral no elenco do Fluminense.  

No gol, saiu o Fernando Henrique para a entrada do Rafael.

A zaga perdeu o “assessor de imprensa” Luiz Alberto, que adorava uma entrevista, para ganhar a formação de um trio de zagueiros que encaixou perfeitamente: Gum, Dalton e Digão.

Nas laterais, Cuca acertou em cheio. Na direita, vetou a saída do marginalizado Mariano, que já estava acertado com o Figueirense. Pela esquerda, estabeleceu um rodízio com o Dieguinho e o meia Marquinho. O veterano Paulo César foi encostado. Mariano acabou virando um dos pilares da arrancada. E o Marquinho fez o gol da salvação na histórica batalha do Couto Pereira.

Na meiuca, o raçudo Diogo encaixou taticamente como um verdadeiro cão de guarda da defesa. Diguinho, um dos alvos da torcida na época, e vindo de uma tuberculose, virou um leão em campo. Com toda essa retaguarda organizada, ficou fácil para o Conca brilhar. Rui Cabeção, Fábio Neves e outros perebas foram deixados de lado.

No ataque, o fator sorte ajudou de forma decisiva. Falo isso, pois o Fred jogou sem estar 100% inteiro, foi meio que na base do “vai no peito e na raça”. Quase três meses antes, o atacante teve uma grave lesão na coxa, mas voltou na marra para disputar a reta final do Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana. O veterano Roni foi mais um que entrou para a turma dos encostados. E nessa história surgiram os garotos Maicon e Alan, que voaram baixo na arrancada do time de guerreiros.

Naquela época, vimos um Fluminense com aquilo roxo sem ter medo de nada. Taticamente, beirava a perfeição, como no duelo contra a Universidad do Chile, em Santiago, pelas quartas de finais da Sul-Americana, quando vencemos por 1 a 0, com gol de cabeça do Fred, numa sensacional jogada coletiva. Naquele dia, tivemos uma das maiores atuações da nossa história. E olha que os chilenos tinham caras como o goleiro Bravo e o meia Montillo, que eram comandados pelo grande treinador Sampaoli. Batemos o time que apresentava o melhor futebol da América do Sul.

O preparador físico Ronaldo Torres também merece ser lembrado. Ele pegou um elenco destroçado e com muitos garotos que ainda estavam em processo de desenvolvimento. O cara conseguiu colocar o time num estágio físico de outro planeta. O Fluminense jogava em ritmo intenso durante os 90 minutos dos jogos, que eram disputados de três em três dias, do mês de setembro até o início de dezembro.

Foi um momento mágico no campo e na arquibancada. Diria que um dos maiores da história do Fluminense. O mais radical dirá que não, pois brigamos somente para não cair e não levamos o caneco da Sul-Americana. Tudo bem, mas como um dos milhares de torcedores que abraçaram calorosamente a causa, pergunto: e daí? Foi histórico sim. Toda a sintonia entre o time e a arquibancada foi uma das coisas mais lindas da história do Fluminense. Posso dizer que foi uma intensa relação de amor e um verdadeiro ato de fé. A emoção, o calor e a vibração faziam a arquibancada do Maracanã tremer e a pele arrepiar.

Depois de 2009, tivemos um período de luz até 2012. Mas de 2013 para cá…

A mudança é mais do que necessária. E não é só no comando técnico. Falo da política da gestão de futebol, que tem a obrigação de gerir o departamento de forma totalmente profissional. Não há mais espaço para a perigosíssima política paternalista. O clube gasta uma fortuna e luta para caminhar com as próprias pernas num cenário econômico pra lá de complicado. 

Aos que ainda defendem o Eduardo Baptista, segue o meu “só lamento”. Questão de grife? Nada disso. É questão moral mesmo. O atual elenco do Fluminense exige um cara de explosão, que meta a parada na mesa sem ter medo de cara feia de jogador. Gente, o Eduardo não consegue barrar nem o Gum! 

Muda, Fluminense! Ainda dá tempo. A torcida precisa de uma resposta e, principalmente, resgatar o orgulho perdido ao longo dos três últimos anos. Mas não é só mudar o treinador. Tem que mudar o estilo de gestão e colocar algumas peças do elenco nos seus devidos lugares e mostrá-los que o Fluminense está acima de tudo.  

Que todo o conjunto da história obra de 2009 sirva de exemplo em todos os sentidos para a construção de um grande 2016. Ainda dá…

Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo / Explosão Tricolor

Siga-nos no Twitter e curta nossa página no Facebook

INSCREVA-SE no nosso canal do YouTube e acompanhe os nossos programas!

ANUNCIE O SEU NEGÓCIO NO EXPLOSÃO TRICOLOR! – Entre em contato através do e-mail: explosao.tricolor@gmail.com