Caso Marcos Paulo: Mário Bittencourt faz cronologia detalhada dos fatos






Mandatário tricolor deu longa explicação sobre a saída do atacante

Durante entrevista concedida ao programa “Redação SporTV”, dos canais SporTV, o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, fez uma linha cronológica para tentar explicar o “caso Marcos Paulo”. Após não renovar com o Tricolor, o atacante assinou um pré-contrato de cinco anos com o Atlético de Madrid, da Espanha, e deixará o clube sem custos no fim de junho.

Confira na íntegra a declaração do mandatário tricolor:

“O Marcos Paulo, na renovação de três anos ainda na gestão anterior, ficou com um percentual dos seus direitos. Com certeza foi uma demanda dele e seus representantes. Tínhamos três janelas quando chegamos à gestão, a de janeiro de 20, junho de 20 e janeiro de 20-21 e finalmente o término do contrato. Tivemos uma conversa com os representantes no início de 20. Não houve proposta porque era interesse dele jogar na Europa. Seu estafe esperava a janela do meio de 2020 e acreditavam que teria mercado. Não esperávamos a pandemia de coronavírus e que tudo parasse. Deixamos uma nova conversa marcada para um futuro próximo ali.
O mercado ainda estava aquecido, os empresários garantiam que chegaria uma proposta. O primeiro a ter um contato, não proposta, foi um clube da Rússia. Naquele momento falaram em um valor que considerávamos interessante. Mas ele e seus representantes já avisaram que ele não jogaria na Rússia de forma nenhuma. Nem adiantava fazermos a venda. Em abril ou maio ele iniciou conversa com o Lille, da França. Essa semana saiu notícia que foi o Olympique e isso é mentira. Permitimos que iniciassem a conversa. Chegaram a um denominador comum em relação a salário. Disseram que faria uma proposta para o Fluminense, maior até do que do clube russo. Esperamos em maio e junho, mas isso não chegou. Segundo os empresários, porque o Lille fechou com outro jogador na Europa.
Não esperávamos que a FIFA estendesse a janela para outubro. Então fizemos novo contato com seus representantes para renovar por quatro anos. Fizemos uma proposta bem interessante. Não falo em valores para preservar o atleta. Ganharia no total do pacote mais que o dobro do que recebe, com luvas e tudo. Ele falou que queria esperar a janela de outubro. Seguimos esperando a janela de outubro. Dois dias antes de fechar, recebemos a única proposta oficial. Do Torino. Era 1 milhão de euros (R$ 6,5 milhões) pelo empréstimo com obrigação de compra, no valor de 5 ou 6 milhões (R$ 32 milhões ou R$ 39 milhões). Achamos interessante. Até porque o contrato estava para acabar. Ficamos discutindo em relação ao parcelamento. Ninguém mais compra à vista. O que conversamos era para diminuir um pouco o parcelamento. Até para sanar nossos problemas financeiros. No último dia, fomos informados por eles que haviam contratado outro jogador.
Na janela de outubro, fizemos uma nova proposta ao jogador. Por mais que façamos proposta, jamais chegaremos perto dos clubes europeus. Tivemos uma conversa aqui na minha casa, com atleta, família e representantes. E ele falou que não tinha interesse em esperar a Europa. Ele assinou pré-contrato com o Atlético de Madrid, mas ainda tem contrato com o Fluminense. Olha como é cruel. Ainda não temos ciência dos termos. O que estamos tentando acertar. Ir diretamente para lá agora em janeiro. Para recebermos algum valor ou manter algum percentual para vendas futuras. Ficar com algum pedaço do jogador para liberar ele agora. Indo agora ou em junho, o Fluminense recebe o training compensation. A ideia também é receber a training compensation agora, que é algo em torno de 500 mil euros e ficar com percentual para uma venda futura.
O que acontece no caso do Marcos Paulo é algo que precisamos rever no futebol brasileiro, sobre as renovações de contrato no futebol profissional. Os atletas menores de 18 anos só podem assinar por três anos. E com 18 pode assinar de no máximo cinco. Em todas as situações, toda e qualquer renovação, depende da anuência do atleta. É um contrato de trabalho. Ele não precisa jogar ou trabalhar onde não quer. Quando se inicia uma negociação, a lei diz que um clube deve procurar outro clube. Mas não existe negociação com qualquer atleta se ele não quiser ir. Há necessidade que, antes da venda, ele acerte os valores com o clube de lá. Se não acertar, por mais que você queira vender, tem de haver anuência. Isso demonstra que a legislação favorece o clube de maior poder financeiro. Que nunca é o brasileiro. Eu já venho falando isso com a CBF. Não é uma demanda do Fluminense, é dos clubes. Isso favorece aos clubes europeus, mercado comprador. Nós somos um mercado vendedor.”

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Por Explosão Tricolor

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