Choque de realidade para quem realmente ama o Fluminense




Um verdadeiro choque de realidade para a torcida do Fluminense. Essa é a melhor definição para esse final de semana que passou. Sábado de manhã, acordamos com a notícia de que o clube foi acionado pela FIFA a pedido da Udinese e tem até o final do mês para pagar 1,3 milhão de euros (R$ 5,3 milhões) aos italianos pela compra que o ex-presidente Peter Siemsen realizou em 2016. Detalhe: o valor está corrigido. A dívida era de 1 milhão de euros (R$ 4 milhões). Caso não consiga um acordo, correremos o sério risco de sofrer alguma sanção da entidade máxima do futebol mundial.

No início da tarde do mesmo sábado, outra bomba: empresários do meia Gerson acionaram o Fluminense na Justiça para cobrar um montante de quase R$ 5 milhões, conforme foi noticiado com exclusividade pelo Explosão Tricolor. O clube não repassou aos empresários o valor do comissionamento da venda do jogador para a Roma, ocorrida em meados de 2015. Em 22 de março de 2016, o Fluminense chegou a assinar um “Termo de Acordo de Pagamento” que acabou não sendo cumprido, conforme consta muito bem detalhado na publicação do último sábado.

Alguns “players” dirão que a culpa é exclusivamente do Peter Siemsen. Sim, mas não é só dele. Quem era o presidente do Conselho Fiscal durante a gestão do ex-presidente? Quem sustentava politicamente o Peter? O argumento de defesa é de que ninguém sabia de nada. Ora bolas, se não sabiam de nada pelo fato de não terem acesso a todas as informações, por qual motivo não romperam com o presidente? Dinheiro dos outros é algo muito sério. E quando envolve paixão, a coisa fica ainda mais séria. Cadê a transparência? A aprovação das contas de 2016 foi uma das maiores vergonhas e irresponsabilidades da história do clube. Cada conselheiro que disse “SIM” deveria ter a dignidade de entregar o cargo. Como é que aprovaram algo que desconheciam? Cadê o compromisso com a seriedade? Se fosse na empresa deles, aprovariam no escuro?

No campo, apesar da classificação para a semifinal do Campeonato Carioca, vimos um time que até resolveu o jogo em apenas vinte minutos, mas que depois dormiu nos setenta restantes contra uma equipe limitadíssima. Há quem defenda a tese de que o time enfiou o pé no freio por causa do jogo da próxima quinta, contra o Avaí, que diga-se de passagem, vale uma bolada de R$ 1,8 milhão. De qualquer forma, a realidade é uma só: precisamos de reforços para ontem. Só para não esquecer: faltam 34 dias para o início do Campeonato Brasileiro.

Ainda sobre o jogo contra o Nova Iguaçu, não há como deixar de exaltarmos os torcedores e torcedoras que compareceram, mas ao mesmo tempo não há como não deixar de criticar a cobrança de R$ 50,00 por ingresso para um jogo do falido Campeonato Carioca. E olha que os custos do Maracanã foram reduzidos… Dá para entender essa “matemática flusociana”? No último Hangout do Explosão Tricolor, exibido no nosso canal no YouTube, chegamos a questionar se a gestão realmente possui o desejo de ver o torcedor no estádio. Tenho minhas dúvidas…  

Para encerrar a sequência de “choque de realidade” deste final de semana, Abel Braga jogou uma pesada letra ao ser questionado sobre um suposto interesse tricolor na contratação do atacante Bruno Moraes, do Botafogo-SP: “Não, não. Só se estão agindo nas minhas costas. Se tiverem, amanhã pego meu boné e vou embora. Eu fiquei aqui por algumas condições, que ainda não foram cumpridas. E me falta jogador. Não acredito que estejam”. Abelão é da Flapress ou oposição política? Claro que não. A declaração do comandante tricolor serve de reflexão para a turma que gosta de viver no País das Maravilhas e não aceita nossas críticas.   

É claro que queremos dias melhores no Fluminense, mas não dá mais para aceitar o discurso de que “o trabalho segue firme e a gestão está dando um enorme duro”. Chega! A Diretoria do Fluminense e o Conselho Deliberativo têm a obrigação moral de dar uma resposta positiva ao torcedor tricolor. Historinhas e choros de pobre coitados não funcionam mais. Quanto custa a tão comentada “pejotada”? Vão  manter Samorin? Essas cobranças são baseadas em declarações dadas por muitos conselheiros da própria base de sustentação política do presidente Pedro Abad. Muitos deles reclamam que o quadro de funcionários e PJ`s está inchado, e que a gestão não está fazendo nada do que foi orientado pela consultoria da Ernst & Young. E aí? 

O final de semana realmente foi um verdadeiro choque de realidade para a torcida tricolor em todos os sentidos… Até quando?

Apesar de tudo, vamos rezar e torcer muito para que a rapaziada traga a classificação lá de Santa Catarina. Precisamos muito!  

Forte abraço e Saudações Tricolores!

Vinicius Toledo



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