Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho após a vitória do Fluminense sobre o Bahia




Renato Gaúcho concedeu entrevista coletiva após a derrota para o Red Bull Bragantino
Foto: Reprodução / FluTV

Coletiva completa do técnico Renato Gaúcho após a vitória do Fluminense sobre o Bahia

Técnico do Fluminense conversou com a imprensa após o triunfo sobre o Bahia

Confira todas as perguntas e respostas da entrevista coletiva do técnico Renato Gaúcho após a vitória do Fluminense por 2 a 0 sobre o Bahia, na noite desta quarta-feira (10/09), no Maracanã, pela volta das quartas de final da Copa do Brasil 2025:

Vitória sobre o Bahia e classificação às semifinais da Copa do Brasil 

“Temos que valorizar bastante nossa classificação. Muita gente critica nosso grupo. Nós pegamos nas oitavas o Internacional, que é uma potência do futebol brasileiro, e eliminamos. Pegamos o Bahia nas quartas e eliminamos. Tenho que dar os parabéns para o meu grupo, é continuar acreditando. Estamos andando em três competições e não é nada fácil. Tivemos a Data Fifa, dei quatro dias de folga para eles, porque estávamos numa sequência direta desde a Copa do Mundo de Clubes. Tive a oportunidade de treinar quatro, cinco dias, principalmente a parte tática. Resultou no domínio total do Fluminense. Tivemos tempo para treinar a bola parada, jogadas ensaiadas, e o gol saiu da bola parada. Tem muitos clubes que levam vantagem num momento porque jogam uma vez por semana. A gente disputa jogos decisivos em três competições a cada três dias.

Sabíamos que o Bahia ia se defender bem, por isso treinamos bastante para quebrar as linhas deles. Não conseguimos tanto no primeiro tempo, mas mudamos a forma de jogar no segundo e achamos os espaços. Quando falo que precisamos de tempo para treinar é isso. Jogar de três em três dias, no dia seguinte é recuperação, no outro dia treina 15 minutos e depois é jogo de novo. Procuro mesclar o grupo, dar oportunidade a todos, porque se não não aguentam. Fomos melhores lá na Bahia e aqui também. Eliminamos um grande clube do futebol brasileiro. O time teve foco e concentração o tempo todo. Estou feliz pelo que fizeram.”

Elogios a Thiago Silva

“Não gosto de falar de ninguém individualmente, mas me dá prazer ver o Thiago Silva jogar. Foi um monstro de novo, é um líder. Não é problema meu, mas quando falo que ele ainda merece disputar uma Copa do Mundo, não falo à toa. Hoje, ele deu mais uma aula de futebol.”

Vai priorizar a semifinal da Copa do Brasil?

“O mais importante é que nós avançamos hoje. Agora sim, porque a semifinal é dia 10 e 14 de dezembro, até lá o Campeonato Brasileiro já acabou. Então a gente vai esquecer a Copa do Brasil agora e depois a gente vai, pode ter certeza, pensar nela. Até lá, no próximo sábado, nós temos o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro, e na próxima terça-feira a gente já tem a Sul-Americana, que a gente vai mirar também, mas não vou deixar o Campeonato Brasileiro de lado. Então, quando eu mudo a equipe para jogar o Campeonato Brasileiro, muita gente acha que não é necessário. Sim, é necessário, por causa do desgaste, porque se eu estou mudando, eu confio em todo mundo. Eu falo para vocês, as oportunidades chegam para o jogador, o jogador tem que estar preparado.

Então, se nós estamos andando nas três competições, é porque os jogadores, o grupo todo, quem entra, não importa se começa, se entra, pode ser o Campeonato Brasileiro, a Sul-Americana, a Copa do Brasil… eles estão dando conta do recado, é isso que eu quero deles. Hoje vamos comemorar, sim, e a partir de amanhã a gente já pensa no Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro. E, aí sim, a partir de domingo, que a gente vai treinar também, a gente volta a pensar na Sul-Americana. Mas a Copa do Brasil está lá para depois no Campeonato Brasileiro. Já temos uma semifinal de uma das Copas.”

Porque não escalou Luciano Acosta como titular?

“A sua pergunta é muito boa, mas eu vou te explicar. Quando tenho alguma dúvida, eu converso sempre com três ou quatro jogadores, é o meu modo de trabalhar. Eu gosto de ouvir os jogadores, dou a liberdade para que eles se sintam à vontade de falar dentro de quatro paredes comigo. Para ver como eles se sentem melhores dentro de campo, com três volantes, com meia… Eu gosto do meia, só que é Copa do Brasil. Eu sei que nós tínhamos que reverter o placar, mas as melhores atuações do meu time foram com três volantes.

Quando a gente joga assim, muita gente acha “a gente precisa reverter, vamos jogar em casa”… Costumo falar o seguinte: mesmo quando a gente joga com três zagueiros, muita gente acha que o time está defensivo. Não, às vezes com três zagueiros é mais ofensivo do que com dois. Às vezes com três volantes é mais ofensivo do que com um meia. Depende da construção dos seus volantes. Os meus volantes jogam, aparecem. Eles marcam e jogam, marcam e jogam. Tanto é que jogamos da mesma forma contra o Bahia em Salvador e fomos melhores. Nós cochilamos no final do jogo e tomamos um gol que não poderíamos ter tomado.

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Hoje nós não cochilamos, não tomamos o gol e dominamos o Bahia o tempo todo. No primeiro tempo hoje, fomos melhores que o Bahia com três volantes. Tirei o Nonato no intervalo e coloquei o Lucho, que é um jogador a mais de construção. O que não poderia acontecer era entrar com o Lucho e tomar um gol do Bahia, aí a coisa ia ficar feia para o meu lado. Quando coloquei os três volantes, eu sabia que a gente ia construir e que ia ficar seguro lá atrás. Nós tínhamos 90 minutos para ganhar o jogo do Bahia, nós não tínhamos que ganhar o jogo em cinco, 10 minutos.

Até porque eu sabia que o Bahia ia se retrancar, ia jogar no 4-5-1, como costumam jogar, eles têm jogadores velozes lá na frente e a gente não poderia dar essa liberdade para eles. Eu falei para o meu grupo: na hora certa, vamos começar a arriscar. Nós arriscamos já no intervalo. O Lucho é importante, o Ganso, mas em horas e horas para jogar com volante. Assim ficamos bastante seguros lá atrás.”

Decisão de manter Canobbio em campo

“Eu vi que não estava tão bem no primeiro tempo, mas é um jogador que se entrega, ele não para de correr e de ajudar na parte tática. O treinador gosta desse jogador. Fica fácil tirar quando ele está mal, mas dei moral para ele e voltou confiante. Teve personalidade para bater o pênalti e ainda fez a jogada, que ensaiamos na última segunda-feira, para o gol do Thiago. Tirei o Serna e deixei ele, justamente por essa parte tática. É importante. Só tirei ele no fim para colocar um zagueiro mais alto por causa da bola aérea do Bahia.”

Prefere enfrentar Vasco ou Botafogo?

“Eu estou muito feliz pelo meu grupo, acho que nós tínhamos que fazer o dever de casa. Conseguimos o nosso objetivo, que era a classificação. Eu respeito tanto o Botafogo quanto o Vasco. É um clássico, e clássico não dá para brincar, não. Tudo pode acontecer. Eu vi o primeiro jogo, foi bastante disputado. Pode ter certeza que vai ser bastante disputado amanhã também. Acho que, indiferente de quem passar, vai nos dar bastante trabalho. O importante é que nós passamos. Hoje eles assistiram ao nosso jogo, alguns estavam torcendo pelo Bahia, outros estavam vibrando com a gente. Amanhã é a nossa vez. Deixa eles decidirem entre eles na grama sintética. Nós vamos esperar na rede. Dia 10 de dezembro um deles vai estar lá com a gente, o outro vai assistir pela televisão. Boa sorte aos dois (risos).”

Retranca do Bahia

“Se o Bahia ia jogar retrancado, eu não tinha dúvida alguma. Nessa linha de 4-5-1, eles recuam bastante e querem o espaço do adversário, que a gente não deu. É aí que entra o que eu falo: a facilidade ou a dificuldade que você tem para quebrar as linhas é no momento que você tem jogadores de um para um, jogadores do drible. E nós não tínhamos. Nós tínhamos o Keno que eu guardei para o segundo tempo, e o Soteldo, que está na seleção. São jogadores que quebram as linhas, individualistas e que gostam do drible. Quando não tem esses jogadores, já que o Canobbio e o Serna não têm essas características, fica difícil de entrar na área do adversário.

Eu sabia que a gente teria essa dificuldade. Nós não jogamos mal, o Bahia se defendeu bem também. Quando você não tem esses jogadores de um para um, fica difícil. Não é só no jogo de hoje, é em qualquer jogo. Quando o adversário estiver bem fechado e você não tem esse jogador, fica difícil de quebrar as linhas. No segundo tempo nós melhoramos, entrou o Lucho, que começou a pensar mais o jogo. Depois entrou o Keno, que é o jogador de um para um. E chegamos ao nosso objetivo, que eram os dois gols de diferença e a classificação.”

Treinos durante a Data FIFA

“Um pouco de tudo. Eu acho que tudo isso que a gente fez, as infiltrações, os passes, as viradas de bola, bola parada… nós poderíamos ter jogado até melhor no primeiro tempo, se a gente tivesse um Keno ou um Soteldo no início do jogo, para quebrar as linhas do Bahia. Mas acho que, acima de tudo isso que a gente treinou, um pouco de tudo, principalmente a parte tática mesmo sabendo das dificuldades, volto a repetir que poderíamos ter sido melhores se não tivéssemos esse 1×1, foi que os jogadores descansaram. É impossível, os caras são seres humanos.

A cada três dias querem entrar em campo, não dá tempo. Os desgastes das viagens. Eles descansaram um pouquinho, tiveram os quatro dias de folga, treinamos bem a parte tática em todos os sentidos e você vê o resultado hoje. Eu não estou puxando sardinha para o meu lado, é porque nós tivemos o tempo para treinar.

Essa é a vantagem que muitos clubes do Campeonato Brasileiro estão tendo, enquanto quem está na Copa do Brasil, Sul-Americana se mata durante a semana, tem muitos clubes que vão jogar contra esses times, inclusive vai acontecer já já com a gente, o clube passa a semana toda treinando e descansado. O calendário do futebol brasileiro, duas competições já é dificílimo, agora é no final do ano ainda, quando está todo mundo cansado, imagina em três competições. Como que eu não vou circular o grupo? Como que eu não vou mudar o time? O gol do Thiago Silva foi uma jogada ensaiada, foi o posicionamento dos meus jogadores dentro da área, inclusive o do Thiago. Tivemos várias outras jogadas, tivemos a oportunidade de fazer. Mas é outra coisa, grupo descansado, grupo se cobrando, grupo sabendo o que deve ser feito.”

Importância da folga para o elenco

“Os jogadores na folga viajaram, alguns pegaram a família e se desligaram, da mesma forma que eu. A gente se desliga totalmente no nosso dia de folga porque a gente 24 horas trabalhando, pensando e sendo cobrados, de uma forma Às vezes até exagerada, querendo que jogue bem, ganhe. Essa cobranças do futebol. Quando você tem uma folga, você relaxa a cabeça. Porque você vai fazer nesses três, quatro dias o que você mais gosta de fazer, que é curtir a família. Eu curto a minha família, curto meu cachorro, curto meu futevôlei, tomo o meu chope.

Eu me desligo totalmente da minha profissão. É a mesma coisa com eles, eles vão fazer o que gostam com a família, vão viajar, vão pescar, vão para a serra, coisas para as quais as gente não tem tempo. Não é brincadeira. Eu sei que é a nossa profissão, mas o desgaste do Fluminense tem sido muito grande desde a Copa do Mundo.

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A gente vive dentro de avião, dentro de hotel, todo mundo reclamando da coluna porque a cada três dias está num colchão diferente, com um travesseiro diferente. às vezes seis, sete horas dentro de um avião. E isso a gente agradece bastante ao nosso presidente Mário, porque ele nos dá o voo fretado pelo menos, para a gente poder descansar um pouco mais. Ele tem sido importante desde que eu cheguei no Fluminense, ele está praticamente o tempo todo com a gente, troco ideia com ele todos os dias. Ele tem sido uma figura muito importante para mim e para o grupo.

Então é a mesma coisa com vocês. Você joga a tua pelada todo dia, estou dando um exemplo. Daqui a pouco teu chefe fala: você vai ter quatro dias de folga. Você ai deitar e rolar, né. Você vai curtir a tua família, vai curtir as coisas que você faz. Eu pude curtir o meu cachorro, eu amo o meu cachorro. Indo para cima e para baixo fica difícil. Respondi a tua pergunta? (risos).”

Trabalho tático e postura corajosa

“Entrando nessa parte tática que a gente treinou bastante domingo pela parte da manhã. Enquanto vocês estavam dormindo, se divertindo no sábado à noite, a gente foi dormir cedo para treinar domingo de manhã. É a nossa profissão, né, mas vocês estavam de folga. É, pode rir. A gente estava treinando domingo de manhã, a gente acordou cedo, treinamos a parte tática, treinamos bastante essa parte tática segunda-feira justamente para isso, na saída de bola do time do Bahia.

Praticamente nós fomos bastante corajosos porque, mesmo com um gol atrás, o Bahia que tinha a vantagem do gol, nós marcamos individual a saída de bola deles. Cada um com o seu, e abrimos muito aqui atrás. Ficamos praticamente três contra três aqui atrás, tudo poderia acontecer. Mas essa foi a coragem que eu passei para o meu grupo e eles gostaram. Eles gostaram dessa coragem, dessa confiança que a gente treinou para ir dentro do Bahia desde o começo do jogo, porque nós sabíamos que o Bahia iria ficar retrancado.

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Tanto é que lá em Salvador o Bahia jogou dessa forma no final do jogo, a torcida do Bahia estava vaiando porque o time estava recuado e eles não saíram. E aí eles acharam aquele gol no final por uma falha nossa. Acontece, é uma coisa normal no futebol, o que não pode é cochilar e nós não cochilamos. Mas eu volto a advertir: o principal foi a coragem do nosso time, e essa coragem os jogadores me passam também, porque no momento que a gente treinou um esquema de jogo e os jogadores falam “vamos com esse esquema aqui” é porque eles também passam a coragem para o treinador da mesma forma que eu passo essa coragem para eles.

Não é fácil, porque muitos treinadores poderiam aguardar, segurar para ver o que acontece durante a partida. Nós não, desde o primeiro minuto, você vê que com 30, 40 segundos o goleiro do Bahia já estava fazendo cera. Nós treinamos bastante essa parte tática aí que deu certo, tanto é que o Bahia não se criou o tempo todo. Tiveram os chutes no final do primeiro tempo que o Fábio desviou e mais nada, o Fluminense dominou o Bahia em todos os sentidos.”

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