Com apenas 7 anos, artilheiro do futsal do Fluminense sonha em ser Fred




Luan Maricá fazendo bonito no Fluminense (Foto; Fluminense FC)
Luan Maricá fazendo bonito no Fluminense (Foto; Fluminense FC)

A estrada para Luan trilhar o sonho do sucesso é longa, tem terra batida e um trânsito caótico. Quatro vezes na semana, o menino de sete anos sai da zona rural de Maricá acompanhado da mãe, Lidiane, e encara três horas de ônibus para chegar em Cascadura ou em Laranjeiras para treinar com o Sub-7 de futsal do Fluminense. O tempo é compensado com o talento que o pequeno, apelidado de Luan Maricá, mostra na quadra. Em 47 jogos em 2015, o garoto fez 107 gols — média de 2,27 por partida.

— Eu gosto de jogar futsal porque os goleiros não são altos, são pequenos. É só bater na meia altura que ele não pega, ou bater no alto, perto da trave, no cantinho. O goleiro nunca vai pegar — dá a receita Luan, promessa do Fluminense.

Nos pés, o tênis do CR7. Na cabeça, o corte de cabelo. Com fome de bola, Maricá chega para o treino. Sem a marra do craque do Real Madrid, Maricá explica que não quis contar aos amigos que jogava no Fluminense e muito menos a quantidade de gols já anotados.

— A tia que contou para todo mundo. Não queria que ninguém soubesse, só meus pais. Esse negócio de 100 gols foi parar na Itália, nem entendi o que falaram — contou o menino, que sonha atuar no país. — Se Deus quiser, jogo lá. Mas quero jogar no Fluminense.

Quando não está na escola — estuda no segundo ano do ensino fundamental —, ele se distrai no videogame com futebol. Só a pipa é a brincadeira que o faz esquecer a bola.

— Gosto de jogar futebol no X-box e, quando enjoo, jogo bola dentro de casa — disse o menino, que dá a sua “dieta”. — Adoro comer batata doce, alface, arroz, feijão e bife.

Para alimentarem sonho do filho, os pais Lidiane e Diego fazem sacrifícios. Ela se dedica a cuidar da casa e a levar o menino ao Fluminense, enquanto ele trabalha de salva-vidas e faz bicos para juntar os quase R$ 1 mil que gastam mensalmente com passagens e alimentação.

— Eu gasto R$ 430 só com passagem para mim, porque para ele, às vezes pago, outras não. Mas contando tudo, com alimentação, dá quase mil reais. Enquanto ele quiser jogar e a gente conseguir manter, vamos trazê-lo sempre — afirmou a mãe.

Maricá acorda diariamente às 7h para ir à escola, chega às 12h em casa e sai por volta das 14h para estar às 18h em Cascadura. Cansativo ?

— Não é. Durmo no ônibus. Para mim, parece que são uns três minutos. Mas quando tem trânsito a gente chega de madrugada em casa — afirmou.

No Fluminense, o garoto é visto como uma promessa, assim como Gerson, Robert e Igor Julião. Eles, assim como o menino, começaram no futsal. Enquanto isso não acontece, o ala-pivô canhoto fulmina as redes adversárias.

— Ele é driblador nato, conduz a bola com as duas pernas de uma maneira veloz. Tem muita qualidade ofensiva e é finalizador. Não chegou à toa a essa quantidade de gols. Ele serve aos colegas também e é muito querido no grupo — disse o gerente de futsal, Ivan Proença. — Ele pode chegar a 140 gols. Ainda temos 12 ou 13 jogos.

A inspiração está em Fred. Mas ele também gosta de Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo, claro.

— Mas o Fred é meu ídolo. Quase não o vejo porque treino mais em Cascadura. Não consegui tirar foto, nem autógrafo. Mas digo: “Fred, gosto muito de você”.

Por Explosão Tricolor / Fonte: Extra / Foto: Fluminense F.C.

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