Confusão após o Fla-Flu, necessidade de vencer o segundo jogo, críticas de parte da torcida e muito mais: leia a entrevista coletiva de Odair Hellmann




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.



Odair Hellmann conversou com a imprensa antes do treino desta segunda-feira

Na tarde desta segunda-feira (13), o técnico do Fluminense, Odair Hellmann, concedeu entrevista coletiva no CT Carlos José Castilho. O treinador falou sobre a confusão após o Fla-Flu, necessidade de vencer o segundo jogo da final, equilíbrio dos confrontos contra o Flamengo, dupla de volantes com Dodi e Yago, evolução do time sem Fred e Ganso, críticas de parte da torcida e muito mais. Confira abaixo todas as respostas do comandante tricolor:

Confusão após o Fla-Flu 

“Para esclarecer e dar ponto final a essa questão, que é importante. Não teve nenhuma situação com o Jorge Jesus, nem com jogadores do Flamengo. A única situação que teve foi com o auxiliar técnico João de Deus, em que houve um desrespeito muito grande. No finzinho do 2º tempo, quando fui falar com o quarto árbitro sobre os três minutos de acréscimo, o auxiliar técnico perdeu a linha, perdeu o respeito. Depois do jogo não teve nenhuma situação.

Só fui falar com o árbitro sobre os três minutos de acréscimo, enquanto o Jesus foi falar a respeito da expulsão do Gabigol e ele (João de Deus) continuou exaltado e desrespeitando. E na volta aconteceu essa situação do Jesus (tentativa de cumprimento), da qual eu, indignado com a outra situação, não vi. Se tivesse visto, teria cumprimentado. Não é meu critério. Em todo meu tempo de carreira tenho uma postura e vou continuar tendo. Jorge Jesus sempre foi muito respeitoso.”

Conversa com Jorge Jesus 

No túnel, quando estávamos subindo a escada, o Jorge Jesus me chamou para perguntar o que tinha acontecido, por que ele também não tinha entendido o que tinha acontecido. E nós paramos e eu expliquei isso que expliquei para vocês agora: “aconteceu isso em relação aos minutos, sobre seu auxiliar técnico”. E ponto. Cada um foi para o seu vestiário. Sem inverdades, sem colocações, ilações, essa é a realidade. Até porque sou muito profissional e homem para assumir qualquer tipo de erro ou insatisfação que possa vir a ter em qualquer circunstância.

Lance do segundo gol do Flamengo

“Acho que o contra-ataque estava encaixado, a gente precisa visualizar e buscar mais algum detalhe de rebote, de posicionamento ali atrás para que a gente estanque essa situação. E o Gabigol ganhou um lance que foi uma bola enfiada lá no espaço, não foi nenhuma bola no pé do jogador, ele acabou ganhando na velocidade e construiu essa situação de gol. Isso é uma parte do jogo que a gente vai corrigir para que isso realmente não aconteça.”

Substituições

“Eu tenho feito quatro ou cinco (substituições). Ontem eu fiz as cinco, tenho mudado os jogadores, mas ontem eu não mudei por performance física não. O time tava dando uma resposta física melhor até do que o próprio Flamengo no segundo tempo. A minha ideia ontem foi por trocar característica, manter consistência de jogo e entraram cinco jogadores.

Cinco jogadores com características totalmente diferentes e a gente conseguiu manter o mesmo nível. A gente tem até que tomar cuidado, isso é uma situação nova no futebol, a gente precisa usar dessas cinco substituições, mas nem sempre é necessário. Ontem eu tinha essa preocupação no intervalo, de manter a consistência física para que a gente continuasse tendo performance técnica, mas a equipe respondeu muito bem.

Até os 32 minutos a gente tinha jogado praticamente no campo do Flamengo, criado muitas situações e acabou tomando o gol de contra-ataque. Eu não fiz as mudanças ontem naquele início de jogo não foi por nenhuma situação porque a equipe realmente estava muito bem dentro do campo, não tinha necessidade nem física e nem técnica de mexer.

Acho que substituições estão aí para serem feitas quando elas são necessárias, nem sempre elas são necessárias, principalmente quando a equipe está mostrando uma boa performance em todos os aspectos, que era o caso de ontem. E a partir do momento que eu senti a necessidade de fazer essas mudanças, as fiz e fiz todas para que a gente pudesse manter o ritmo. E assim faremos na sequência dos campeonatos.”

Equilíbrio dos jogos contra o Flamengo

“Isso mostra, na minha visão, o quanto está sendo qualificado esse jogo contra o Flamengo. Exalto muito o nosso time, a nossa postura, os jogadores, que fizeram grandes jogos, se superando na parte física.”

Embate tático

“Fala-se muito em bloco alto, médio, baixo, as marcações, zona de marcação… Para enfrentar o Flamengo você precisa tentar neutralizar o potencial ofensivo que eles têm, ter uma boa compactação, tirar bem esse espaço entre as linhas. A partir do momento que você recuperar essa posse, é buscar esse espaço que o Flamengo acaba dando com a linha alta. Escapar da primeira pressão para conseguir fazer seu jogo.”

Favoritismo do Rubro-Negro

“Nas conversas de todos, na imaginação de todos, a diferença seria muito maior em relação a resultado e performance. O que mostra que conseguimos resultado e performance. E precisamos manter essa performance quarta-feira, para que tenhamos possibilidade de obter o resultado. Visando o Brasileirão, estamos consolidando um parâmetro. E é daí para mais, para que possamos fazer um ótimo campeonato.”

Necessidade de vencer o segundo jogo da final 

“Você não faz 2 a 0 de uma vez. Futebol não é basquete. Precisaremos fazer o primeiro gol, buscar a vantagem, para buscar o resultado. Precisaremos manter nossa organização, nossa consistência e buscar o 1 a 0 para depois fazer por merecer, com performance, o 2 a 0. Temos que fazer um jogo taticamente perfeito, buscar a perfeição. Não se chega à perfeição, mas nos dois jogos fomos no limite disso.

Tecnicamente evoluímos também de um jogo para o outro, que foi construir jogadas, situações de gols. A gente vai recuperar os jogadores para quarta-feira, da melhor forma possível, para que a gente consiga repetir esse parâmetro de atuação porque só assim a gente vai poder conquistar o título.”

Busca pelo equilíbrio

“Esse é o principal desafio, não só para o jogo de quarta-feira, como para a sequência. A variação tática que buscamos e que já vínhamos utilizando desde o início do ano, mas com outras características, deu um encaixe de equilíbrio muito grande entre a fase defensiva e ofensiva. Temos outras possibilidades, outras variações, que vamos usar durante a temporada. Mas essa variação deu uma consistência.”

Cobranças fechadas de escanteio de Nenê

“Nós temos uma variação de bola parada, e a no primeiro pau é uma delas. O Nenê tem uma batida forte ali. Temos uma bola muito forte assim. Já criamos gols e criamos oportunidades e ela será aprimorada cada vez mais. Ali no lance era o segundo escanteio que estávamos batendo. O Flamengo conseguiu fazer uma boa marcação. O que precisamos nos atentar é para o rebote, para que consigamos acabar com a transição rapidamente na segunda bola.”

Utilização de Caio Paulista

“Ele tem entrado bem. É um jogador de velocidade, de força. Dentro de todas as substituições que viemos fazendo ele tem dado uma boa resposta. Eu tenho dado oportunidades a todos os jogadores. Não é o Caio só. E ele tem dado boa resposta e vai continuar tendo oportunidades assim como os demais jogadores. Não estou usando ele em detrimento a outros. Estou usando todos. E o Caio é um jogador que merece oportunidade, continuará tendo e buscará sua evolução dentro das partidas, para conseguir fazer gols quando tiver oportunidade, dar assistência.”

Críticas de parte da torcida

“Eu respeito as críticas, sempre respeitei e continuarei respeitando. Sou um profissional do futebol e entendo perfeitamente. Aquelas críticas que trazem alguma coisa positiva não tenho problema nenhum. Inclusive, trago para o contexto de trabalho e analiso, para que possamos seguir fazendo sempre o melhor. O que tenho que fazer é trabalhar todos os dias para que possamos apresentar a questão de performance com resultado.

Acho que temos conseguido, temos feito um bom Carioca até aqui. Na retomada tivemos um pouco mais de dificuldade no primeiro jogo. Depois já tivemos uma evolução do primeiro para o segundo.O jogo contra o Volta Redonda foi um jogo de exceção, não foi a regra. Evoluímos nos demais, estamos fazendo boas finais, conquistamos uma taça e estamos disputando a outra, porque a final está em aberto.”

Situação de Nino 

“Preciso avaliar. Precisamos conversar com o departamento médico hoje e amanhã.”

Dupla de volantes com Dodi e Yago

“É uma variação que já foi feita, que é trabalhada por nós desde o início do ano, usando características diferentes. Não gosto de rótulo, nomeclaturas. Os jogadores que estão jogando hoje no meio de campo são jogadores de dinâmica. O Dodi e o Yago dão equilíbrio defensivo, mas vão à frente. O Yago teve duas chances de gol dentro da área, o Dodi finalizou de fora da área. Já abrimos outros jogos com três atacantes, e pode acontecer novamente em outros jogos. Faz parte da estratégia para o Brasileiro.

Durante a partida temos condição de mudar, porque treinamos para isso. O importante é conseguir o maior repertório de situações táticas, porque em certos jogos algumas não dão certo e você tem outra trabalhada que dá resposta positiva. E vamos usar de acordo com as circunstâncias, adversário, momento. Ela deu uma resposta muito forte nesses dois jogos, em que estamos fazendo uma comparação com o nível do Brasileiro. Não significa dizer que ela continuará dando resposta. Vamos buscar evolução. Temos preparado e treinado outras ações para que não fiquemos com uma só característica para os adversários.”

Evolução do time sem Fred e Ganso

“Eu valorizo todos os jogadores da mesma forma, eu acredito em grupo. Principalmente falando em Campeonato Brasileiro, você não consegue fazer uma competição com regularidade e com boa resposta se você não tiver grupo. Todos esses jogadores são muito importantes. Nós já tivemos boas atuações com Ganso. O Fred quando jogou, jogou bem. E certamente esses dois jogadores e todos os outros vão nos ajudar muito durante essa caminhada. Qual vai ser a equipe que vai iniciar lá na frente o Brasileiro, eu não sei.

A gente tem uma decisão quarta-feira, que a gente precisa recuperar os jogadores, que eu não vou conseguir treinar, só vou recuperar, para que a gente possa colocar em campo quarta-feira tudo isso que a gente fez nesses dois jogos. E a partir daí, trabalhar a equipe para gente evoluir desse parâmetro de atuação que a gente teve nos últimos dois jogos e de alguns jogos que fizemos no início do ano.

Independentemente de quem inicia o jogo no Brasileiro para que a gente mantenha esse nível de futebol de consistência de ataque e defesa. E vou usar todos os jogadores. Todos vão ser importantes nessa caminhada, nesse processo, independentemente de quem inicie. Eu não dou mais valor para quem inicia ou para quem não inicia, eu dou valor para o grupo e sei muito bem que um grupo faz a diferença, um grupo pode fazer um grande campeonato, pode ganhar campeonato, um time pode ganhar jogos, pode ganhar partidas. Eu conto com o grupo, com todos os jogadores. E Fred e Ganso são jogadores importantíssimos, de muita qualidade, que já nos ajudaram e vão nos ajudar muito mais no decorrer do ano.”

Ausência de Fred

“A ausência do Fred foi negativa para nós. Primeiro que nós temos que desejar ao Fred pronta recuperação. Esse é o nosso desejo: para que ele se recupere o mais rápido possível e esteja com a gente. Nós sentimos a falta do Fred. Com certeza o Fred com a gente estaríamos mais fortes ainda.”

Possibilidade de escalar Miguel entre os titulares

“Concordo que o Miguel seja uma das opções, como outras opções que a gente está tendo e usando. Nesse campeonato agora, nessa retomada, a gente acabou tendo só 21 jogadores que a gente pode levar para o banco. Diminuíram duas vagas, o que dificulta ainda mais a situação de escolha para levar para o banco. Em determinado momento, a gente vai fazer escolha por um. Em determinado momento, por outros, porque temos muitos jogadores, muitos atacantes, muitos meias e não tem como levar todo mundo. Gostaria até de levar todos. E o Miguel é uma dessas opções ofensivas junto com outros.

Ontem foi uma questão de parte final, só a finalização, acho que a gente criou as jogadas, fez as jogadas e chegou no arremate final… Acho que se a gente for colocar, quando a gente olha para uma situação assim, a gente precisa visualizar o adversário, eu acho que o Diego (Alves) foi o melhor jogador em campo, na minha opinião, pelas suas intervenções.

Infelizmente nós paramos nas defesas do Diego, que teve mérito nas suas ações, mas eu acho que nós conseguimos criar. Vamos evoluir. Como eu disse, na nossa preparação, eu nem consegui fazer muitos trabalhos de parte final ou de finalização, de triangulação, de jogadas ensaiadas, de movimentos ofensivos… A gente não conseguiu fazer isso, porque não teve tempo para isso. Acho que a equipe durante o processo de treinamento e início de Brasileiro, certamente com o tempo de trabalho, tende a evoluir. E essa é a busca que a gente vai fazer na parte ofensiva, mas eu estou muito feliz com a produção dos nossos jogadores.”

Possível saída de Jorge Jesus do Flamengo

“Difícil eu fazer essa análise. O Jorge Jesus fez e está fazendo um grande trabalho no futebol brasileiro. Nós precisamos aplaudir o trabalho que ele vem fazendo como treinador. Quando um profissional vai para fora do Brasil, o quão difícil é você se estabelecer, conseguir produzir, conquistas, bons resultados… E o Jorge veio para o Brasil e em pouco tempo conseguiu produzir isso, conseguiu fazer grandes resultados, excelentes performances. A gente precisa respeitar isso, porque não é fácil. Eu já vivi essas experiências e sei quanto difícil é você fazer isso.”

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com

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