De Denilson a André




Obrigado, André (por Lindinor Larangeira)

De Denilson a André

Dos distantes anos 1960, até o mês que marcou a despedida de um dos três maiores camisas 5 da história do Fluminense, agosto de 2024, muito tempo se passou. O que não passou foi o tempo de agradecer e desejar todo o sucesso do mundo a você, André. A Premier e a Champions League, certamente vão te ver brilhar.

Como homenagem ao moleque de Xerém que se vai, vou apresentar, em ordem cronológica, o meu top 10 de volantes que vi jogar nessas décadas de arquibancada.

Outro dos meus top 3, Denilson, o “Rei Zulu”, apelido dado pelo maior dos tricolores, Nelson Rodrigues, por conta da semelhança com os grandes líderes africanos, foi um dos pilares daquele time que, para mim, foi a primeira “Máquina Tricolor”: Felix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio. Denilson e Didi (Cláudio Garcia). Cafuringa (Wilton), Flávio (Mickey), Samarone e Lula. Tricolor de coração, Denilson foi considerado o primeiro cabeça-de-área do futebol brasileiro. Também vestiu a camisa da seleção canarinho.

Pintinho é talvez o mais habilidoso dos camisas 5 tricolores. Ídolo no Brasil e na Espanha, é o outro top 3 da minha lista. Por óbvio, não vou apontar quem é o melhor dos três. As épocas são diferentes e a minha memória poderia me trair. Porém, se jogasse nos tempos atuais, Carlos Alberto Gomes seria, fácil, o camisa 10 da seleção brasileira. Perguntem a qualquer torcedor mais veterano do Vasco ou do Sevilha, da Espanha. Creio que eles iriam concordar. 

Deley é a categoria e a malandragem. Aquele passe, no final de um Fla x Flu decisivo, que deixou o carrasco Assis na cara do gol confirma isso. Um camisa 5 nota 10!

Jandir tinha o poder de marcação de Marcão e a força de Diego Souza. Volante raçudo, talvez o melhor “cincão porradeiro” que vi no Fluminense, além de ser um jogador extremamente identificado com a torcida. Com ele, Zico e Roberto não tinham moleza…

“Marcão é seleção”. Entrega, dedicação, disciplina tática, somadas a carisma e simpatia. Alguns podem até não concordar, mas o homem do sorriso franco é muito ídolo.

Começou como 5, depois 8. Na maturidade, 10. Diego Souza terminou como 9. Habilidade, força e visão de jogo.

Arouca foi o único que vingou de uma base, que tinha Toró, Fernando e Juliano. Talvez uma das meia-canchas que geraram mais expectativa ao torcedor. A saída complicada do jogador não pode empanar seu ótimo futebol.

Valencia começou a fase de colombianos vencedores com a nossa camisa. Verdadeiro cão de guarda para os atacantes adversários, era o anjo da guarda para Gum e Leandro Euzébio.

Wendell, o breve. Poderia voltar como reposição de André.  Mas parece que quer jogar em outro clube…

André foi um dos poucos moleques de Xerém que nos deram retorno técnico, financeiro e títulos. Seu futebol o coloca entre os três melhores na posição, no recorte histórico 1969-2024, da história do Fluminense. Além do excelente futebol, demonstrou maturidade e caráter, cumprindo os compromissos e sendo peça fundamental para a conquista da Glória Eterna. As portas do clube estarão sempre abertas para você. O coração da torcida também.

Creio que no final de sua jornada, que prevejo brilhante em terras europeias, você voltará para conquistar outros títulos importantes com o nosso manto.

Obrigado por tudo, André!

PS único: Descanse em paz, Izquierdo. Minhas orações para você e minha solidariedade a seus familiares e amigos.

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