Desanimador




Rafael Claus resmentiu o atacante Fernandinho

Olha amigos, vou contar uma coisa para vocês.

Sair daquele vexame contra o timeco do Vasco, e se deparar com este trio de arbitragem comandado pelo Sr. Raphael Claus é bastante desanimador.

Ontem ao final do jogo, eu desliguei a TV, a internet, e não li absolutamente mais nada sobre futebol até o final do dia.

Só hoje fui saber dos outros resultados da rodada, que nos levaram à sétima colocação do campeonato.

De início, confesso que meu impulso me levou a querer escrever uma coluna de cabeça quente, direcionando todos os palavrões possíveis a esta arbitragem que nos tirou mais três pontos na mão grande, como aliás já é de praxe nos campeonatos disputados no Rio de janeiro, Brasil e até América do Sul.

Mas achei melhor esfriar a cabeça, até mesmo para não perder a razão no meu texto, e conseguir explicar porque achei tão desanimador o jogo de ontem.

E acho que o ponto central de tudo isso é a falta de confiança que estamos tendo no futebol como um todo.

Amigos, não importa se foi pênalti, se não foi pênalti, se a mão do Marcos Junior no gol anulado foi intencional, se não foi, se era motivo para que o gol fosse invalidado, ou não (eu mesmo acho que o gol deveria ser anulado, mas que não houve falta no lance que originou o pênalti).

Infelizmente, já estamos acostumados a conviver com erros ridículos de arbitragens contra nossa equipe, erros estes ignorados por grande parte da mídia brasileira, que só se posiciona nas pouquíssimas ocasiões em que seus queridinhos são prejudicados, varrendo para baixo do tapete a grande maioria das vezes em que estes mesmos times são sistematicamente beneficiados por “erros que acontecem para todos os lados”.

O que importa em toda a discussão sobre o absurdo que aconteceu ontem em Chapecó,  e que certamente será ignorado pela grande mídia, ou será abordado de forma muito superficial, é a nítida interferência externa que parece ter sofrido o trio de arbitragem.

Ora, a decisão do árbitro não tem que ser soberana? Não é exatamente por isso que somos obrigados a aturar decisões esdrúxulas em vários de nossos jogos? Pela FIFA não aceitar utilização de recursos tecnológicos?

Então como um trio de arbitragem valida um gol (sim, o trio de arbitragem, pois o juiz apontou, e o bandeirinha correu para o meio) e depois volta atrás?

Foram avisados por quem? Pelo ponto eletrônico? Resolveram mudar a decisão pela pressão da torcida?

E o pênalti? Porque o juiz marcou fora da área? Porque o bandeirinha não se manifestou logo na hora da marcação? Porque depois decidiram juntos que a suposta falta aconteceu dentro da área? Pela reação da torcida? Porque foram orientados pelo ponto?

O que aconteceu em Chapecó? A imprensa vai tentar correr atrás disso? Ou vai fingir que não aconteceu mais uma vez, se limitando a avaliar se o gol deveria ter sido anulado, se foi pênalti ou não? Vai fazer como em 2013, que finge até hoje não perceber que quem foi salvo do rebaixamento pela Portuguesa foi o Flamengo, e não o Fluminense?

Isso tudo é bastante desanimador, numa época em que convivemos com escândalos de corrupção na Fifa e na CBF. Numa época em que a conduta da nossa Federação levanta tantas suspeitas. E considerando ainda que já tivemos escândalos de arbitragem no nosso país, como as papeletas amarelas, e os casos Ivens Mendes e Edílson Pereira.

Parece que teremos de conviver mais uma vez com a falta do enfoque correto, e com a tentativa de fingir que está tudo bem. E por essas e outras, tem vezes que dá vontade até de abandonar o futebol de tão desanimador que fica.

E porque não fazemos isso?

Porque temos algo em comum maior do que todas estas suspeitas.

O amor pelo Fluminense não dá espaço para refugos.

Em um ou dois dias, estaremos ávidos pela próxima partida, acreditando ou esperando pela isenção deste esporte, e torcendo por mais um espetáculo do nosso tricolor.

Mas e nossa diretoria?

Quem me lê neste espaço, sabe que não tenho o menor problema em elogiar quando acho que devo.

O problema é que esse é exatamente o ponto em que nossa diretoria mais peca: A defesa institucional do Fluminense Football Club.

Foi assim no achincalhe que sofremos injustamente em 2013. Foi assim nos inúmeros erros de arbitragem sofridos desde que me entendo por torcedor.

Mas espero, do fundo do meu coração tricolor, que não seja o caso de agora.

O que aconteceu em Chapecó exige um posicionamento firme dos nossos dirigentes.

Temos que exigir que este árbitro venha a público explicar como, e porque, suas decisões foram tomadas.

Nossa diretoria precisa exigir da CBF uma investigação sobre a ocorrência, ou não, de interferência externa sobre a arbitragem no jogo de ontem.

A regra tem que valer para todos. Se a decisão do árbitro é soberana em campo, estando o Flu sujeito a seus erros e acertos, assim também deve ser com qualquer outra agremiação esportiva.

Eu não quero saber se o gol deveria ter sido anulado. Eu não quero saber se foi pênalti ou não. Eu quero saber, sim, quem foi que tomou estas decisões. E sob que circunstâncias.

Abs,

Alan Petersen

Vestiário

– Gostei da atuação do time ontem. Nosso time ainda está em formação, e por isso não podemos exigir que passe sempre por cima de todos os erros de arbitragem. Uma vez ou outra ainda vai, mas o campeonato é muito parelho para que uma sucessão de erros não faça diferença na tabela.

– Ao contrário da maioria, não achei que a defesa foi mal ontem. O primeiro gol pegou o sistema defensivo todo desarrumado, após um erro na saída de bola do Edson. E o segundo gol veio de um pênalti inexistente. Temos que lembrar que jogamos praticamente com três atacantes, e é normal que uma maior vocação ofensiva tenha como consequência alguns riscos lá atrás.

– Que grata surpresa está sendo o desempenho do Marcos Junior.

– Apesar de tudo, a reação urge no campeonato. Que seja logo contra o Grêmio.

– Desanimador, eu sei. Temos dois dias para sacudir a poeira e levantar. O Fluminense precisa da gente.