Duelo contra o Bahia, conversa com Nenê sobre pênaltis, críticas da torcida tricolor e muito mais: leia a entrevista coletiva de Fred




Foto: Lucas Merçon / Fluminense F.C.



Atacante concedeu entrevista coletiva após o treino da manhã deste sábado

No início da tarde deste sábado (09), o atacante Fred concedeu entrevista coletiva no CT Carlos José Castilho. O camisa 9 falou sobre o duelo contra o Bahia, conversa com Nenê sobre cobrança de pênaltis, meta pessoal para a sequência da temporada, críticas da torcida tricolor, trabalho de Odair Hellmann e muito mais. Confira abaixo todas as respostas do jogador:

Duelo contra o Bahia

“Devido a essa pandemia, os jogos fora de casa não tem feito tanta diferença, mas tem aquele hábito de você estar mais acostumado a jogar naquele campo, o estilo do gramado… Apesar do Maracanã estar com grama nova e a gente ainda não ter jogado. Nossos adversários já jogaram lá dois jogos, nós ainda nenhum. A gente já conhece as dimensões, os caminhos das coisas… A gente vai tentar impor nosso ritmo e manter essa boa sequência. A gente sabe também das características do time do Bahia, é um time que se fecha bem, que é muito rápido. A gente vai ter que ter bastante inteligência para não ir muito afoito e dar brecha para contra-ataques, mas ao mesmo tempo impor o nosso ritmo do início ao fim, sempre buscando o gol. Se a gente conseguir essa pontuação, nós tivemos dois jogos fora de casa desses três, nós fizemos sete pontos e a matemática participa bastante nos pontos corridos. O Odair tem falado bastante isso com a gente.”

Retorno de jogadores que estavam com Covid-19

“Primeiro a volta dos jogadores que estavam fora. São jogadores importantes, jogadores que vinham sendo titular: Claro, Marcos Paulo, Ganso, que tem um peso muito dentro no nosso time, Miguel, moleque de muita qualidade… Enfim, todos. A gente tem reforço dos que estão chegando. E a gente olha também e fala: nosso grupo, quem está aqui, tem muita qualidade. Passa uma confiança muito grande. Quando precisar… Graças a Deus deu certo. O Odair trata e treina todo mundo de forma igual. Ainda bem que deu tudo certo. A gente conseguiu resultado. A molecada que entrou conseguiu se valorizar. E o Fluminense conseguiu essas vitórias.”

Conversa com Nenê sobre cobrança de pênaltis

“Eu ou Nenê, o Odair sempre fala, quem estiver melhor pega. Tivemos uma conversa também para saber o que acontece. Só que está mais especial porque o Nenê está brigando pela artilharia, não só do Campeonato (Brasileiro), mas do ano. Acho que ele poderá sim ter a preferência. Isso não tem problema nenhum. Eu sou centroavante. Até falei com Nenê, meu alimento é fazer gol. Se você quiser bater o pênalti e me servir duas vezes para eu fazer, está bom também. Está justo (risos). Mas a gente está conversando: quem estiver melhor na hora do jogo, vai bater e fazer o gol.”

Meta pessoal para a sequência da temporada

“Jogar o máximo de partidas possíveis. Isso aí está dentro de jogar o jogo inteiro ou está lá ajudando de alguma forma. Devido ao tempo que eu fiquei sem jogar, estou sofrendo muito com o ritmo de jogo, jogos em cima. Por mais que eu tenha passado boa parte desse tempo da pandemia sem contrato, eu trabalhei com o Chico, preparador, mas é muito diferente ter ritmo de jogo, situação de girar em cima do zagueiro, de fazer gol, de ter arranque. Estou me adaptando a isso e eu sei que essa pausa tão grande prejudica porque eu já tive uma lesão no joelho, em 2018, e me atrapalhou muito. O pessoal é esse: jogar o máximo possível, fazer o máximo de gols. E o objetivo geral, o grupo inteiro, eu estou batendo muito na tecla aí para gente beliscar uma Libertadores. Principalmente agora que a gente só tem o Brasileiro, a gente pode focar nesse Brasileiro, a gente vai ter mais tempo para treinar daqui a pouco… Fácil a gente sabe que não é, sabemos das dificuldades do clube, do nosso time, mas nós temos as nossas características, temos um time que é guerreiro, que está se dedicando ao máximo, para dentro da nossa característica a gente poder fazer uma grande competição.”

Papel de liderança para os jogadores mais jovens

“Está sendo maravilhoso. Eu estou tentando justamente deixar a molecada mais leve, porque eu entendo o tamanho do peso da nossa camisa, da cobrança que tem… Estou tentando trazer tudo para mim, para os mais experientes, para deixar essa molecada tranquila, feliz, alegre, com confiança para fazer a diferença para gente. Eles que vão ser os motores da nossa equipe, nós vamos só dando suporte, tentando de alguma forma. Quando a gente ganha, a gente pode postar alguma coisa. E mesmo quando as coisas não saem como a gente quer, a gente tenta levar uma palavra de confiança, de tranquilidade. Quando tem que cobrar, a gente cobra, cada um de um jeito especial, por eu conhecer a nossa torcida, conhecer a nossa história. A gente vai alinhando, caminhando junto, criando relação de muita confiança. No final das contas, quem está me ajudando muito, são eles, o grupo, o estafe que eu já conheço todo mundo, funcionários, diretoria, comissão técnica… O relacionamento está sendo muito bom, saudável, por isso eu acredito que tem tudo para ser um grande ano para gente.”

Responsabilidade de levar o Fluminense para a libertadores

“Como fazem, vocês fazem, todo mundo faz, jogador também olha, vê elenco, vê tudo, investimento… Todo mundo se pegasse o Fluminense não colocaria na Libertadores. Só que nesse campeonato a coisa está muito igual e, além disso, a gente tem o peso da nossa camisa. É muito cedo para gente falar, meio de primeiro turno, quase fim de primeiro turno, se dá para lugar pela Libertadores ou não, porque nesse campeonato se você ganha duas, você está no G-4 quase, está a seis pontos do líder. E se você perde duas, você está a dois pontos do Z-4. Vai depender dos nossos resultados e isso é uma caminhada. Falar hoje é apenas um objetivo e um sonho. Nós temos que jogar isso lá para dentro do campo. As contas que a gente faz aqui dentro, que o Odair gosta de fazer é a cada dois, três jogos, dá para fazer sete pontos, dá para fazer tantos pontos. É essa conta que a gente está fazendo, parcelando… Que o Cuca fazia, que o Mano, ou seja, todos os treinadores estão tendo que fazer essa matemática aí para ver o que dar para beliscar: se é para brigar por título, aproveitamento… Vamos dar um passo de cada vez. A gente viu vários clubes que ganham três, aí já falam em título, depois cai, toma três porradas. Vamos com os pés nos chão e sempre sabendo que se a gente conseguir fazer o que a já fez nos últimos três jogos, a entrega, colocar o ritmo forte, mesmo se tomar um gol, não se abater, não voltar o time, continuar lá em cima, a gente tem grandes chances de continuar essa caminhada rumo à Libertadores.”

Críticas da torcida tricolor 

“Quando às reações do torcedores, os oito anos que eu trabalhei aqui no Fluminense, eu sempre respeitei toda nossa torcida, sempre respeitei inclusive as organizadas. A única coisa que eu tive alguns problemas desde a minha chegada foi com atos políticos, porque eu sei que tem o objetivo de atingir um alvo, mas acaba atingindo os jogadores. Isso a gente acaba evitando, toma frente para deixar a galera bem tranquila, conversa com a diretoria para nos blindar de toda esse extra-campo que pode ser prejudicial. Na nossa cultura, a gente está acostumado com pichações, com jogadores sendo ameaçados em aeroportos… Em todos os clubes que eu passei no Brasil, a nossa cultura é essa infelizmente. Mas a minha opinião continua contrária e vai ser assim enquanto eu estiver no futebol, em qualquer situação que for, seja bem, seja mal. Acho que torcida tem que estar no estádio, infelizmente eles não podem ir, e lá eles têm o direito de fazer o que eles quiserem. Mas a nossa torcida também é uma torcida que é bem unida com a gente, que nos apoia. Nos últimos anos a gente tem passado momentos que o torcedor fez a diferença para gente e o que a gente quer sempre são os torcedores do nosso lado para gente caminhar juntos. Nos momentos bons e nos momentos mais difíceis.”

Trabalho de Odair Hellmann

“Quanto às críticas que o nosso time vem recebendo, acho que tem algumas bem justas, outras às vezes não tão justas. Tem muita coisa que a vitória mascara, mas tem muita coisa também que a derrota acaba aumentando uma coisa, acaba trazendo uma onda muito ruim que não é. Se quem está fazendo futebol, cair nessa onda. Se a comissão técnica olhar e falar “aqui não tem peça”, se nós jogadores olharmos para a comissão técnica e falar “não está dando certo o esquema”, a gente vai acabar indo para um buraco. Aqui a gente tem uma ideia, de ser um time competitivo, um time que se entrega e tenta, na medida do possível, ter a posse de bola, jogar. E o Odair pede muito isso, pede para gente não recuar. Sei que a maioria das críticas tem caído nele. Isso é muito devido a nossa postura, nós jogadores. O que eu falo pros jogadores: tem coisa que o treinador vai passar para gente fazer aqui, que nós vamos mudar aqui dentro também. Se ele pedir para pegar muito alto e o adversário está saindo, jogando e causando problema, nós podemos pegar embaixo. É muita responsabilidade nossa. A gente tem que entender qual é a situação.

Nós perdemos nesses três jogos, nós perdemos 14 jogadores por causa da Covid por 10 dias. Nós tínhamos meninos que nunca jogaram no profissional, entraram e foram bem: o Christian, o Daniel foi bem para caramba. O Caio foi bem. Nós precisamos fazer o que? O que você precisa? Vamos juntos, pega e faça o seu melhor. E graças a Deus deu certo. A gente tem que confiar, acreditar, sabendo que temos que melhorar muita coisa. Mas não é fácil, nós perdemos o Evanilson, que para mim era o atacante de mais qualidade do futebol brasileiro. Jogava de um jeito, Evanilson com muita força, velocidade, eu tenho que entrar de centroavante. Muda muita coisa. E o treinador está passando por esse processo todo. Não é culpa de ninguém. Não tinha como segurar o moleque.

O futebol tem várias coisas que acontecem no dia a dia e, às vezes, vocês nem ficam sabendo. Nós vamos nessa batida firme. A única coisa que eu converso com os jogadores é o seguinte: se a gente conseguir demonstrar para nossa torcida que mesmo se a gente não estiver bem tecnicamente, o time não estiver criando, que a gente está dando a vida, os caras vão ter paciência com a gente e não vão encher o nosso saco, não vão cornetar. Eles vão sentir que a gente está dando a alma. Esse é o caminho.”

O gol contra o Botafogo entrou na lista de “fatos verídicos”?

“O gol do Botafogo, depois eu vi, fiquei pensando… Eu conversei com o Daronco, por que eu não contei um fato verídico para ele para convencê-lo? Mas infelizmente deu ruim (risos).”

Momentos marcantes com a camisa tricolor 

“Tem vários, mas se for falar rápido… Três é pouco, mas vamos lá: a arrancada de 2009, 2011 foi bem especial, tem um jogo da Libertadores contra o Argentino Juniors, que o vestiário virou um Carnaval, título de 2012 e, agora, a minha volta. São os momentos que mais marcaram aqui dentro do Fluminense.”

Objetivo de se tornar o segundo maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro

“Eu tenho objetivo sim de pelo menos chegar a essa segunda colocação. Acho que passar o Dinamite é bem difícil pelo plano que eu tenho de carreira. Não sabemos o que vai acontecer lá na frente, eu estou bem determinado com a minha pausa como jogador, mas eu acho difícil bater o Dinamite. Já chegar na segunda colocação é bem possível, passar o Edmundo e Romário. Não vai ser fácil, mas eu tenho esse objetivo sim.”

Clique aqui e veja a lista com as últimas notícias do Fluzão!



Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte

E-mail para contato: explosao.tricolor@gmail.com