E se fosse o Fluminense pedindo a anulação da partida?




Facundo Bernal (FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)

E se fosse o Fluminense pedindo a anulação da partida? (por Lindinor Larangeira)

Um dos assuntos mais chatos e, ao mesmo tempo, recorrentes da pauta do noticiário esportivo tem sido o natimorto pedido de anulação da partida Fluminense X São Paulo. Embora o clube paulista tenha todo o direito de protestar nas devidas instâncias, buscar a defesa institucional da entidade, a atitude tem o cheiro mofado da demagogia. Isso porque o próprio mandatário sampaulino, Julio Casares, já afirmou que:“Vai ser muito difícil anular o jogo”.

A alegação de “erro de direito” é bastante plausível. De acordo com a reclamação dos dirigentes paulistas, houve “descumprimento à regra do jogo”.  Mesmo com boa parte dos especialistas em arbitragem apontando irregularidade no lance, no meu ponto de vista, o árbitro acolheu a marcação do auxiliar e confirmou a infração. Portanto, sob o ponto de vista da regra não escrita, a do bom senso, que já vi ser aplicada em inúmeras situações de jogo, a infração foi consignada.

Não estou convencido de que a gesticulação do árbitro, apontando para o local da falta, tenha sido para dar vantagem. Os especialistas citados dizem que: “A letra fria da Lei manda o árbitro parar o jogo apenas com o apito”. Vá lá que seja. Mas a letra fria da Lei também manda o reclamante entrar com o pedido em até 48 horas depois da divulgação da súmula da partida. Documento que, aliás, não relatou qualquer irregularidade. Portanto, se é para usar o rigor da Lei, a ação do São Paulo não tem qualquer amparo legal para prosperar. Simples assim.

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O que não é simples é a cobertura da mídia. Seja a mainstream, ou a dos blogs, influencers, ou youtubers. Tentando traduzir o foco das abordagens em uma frase, talvez seja: “O São Paulo tem razão”. A pergunta é: se fosse ao contrário, o Fluminense teria razão?

Creio que a linha das abordagens seria: “Fluminense tenta ganhar, novamente, no Tapetão”. Ou alguém tem alguma dúvida disso?

É por essas e outras que a grande imprensa também tem a sua cota de responsabilidade na crise do futebol brasileiro. Trocou o jornalismo por um entretenimento, sem contexto, informação relevante e que valoriza mais a versão do que o fato.

Sobre a turma da internet, o meu clique e o meu dinheiro, não terão. Não vão esvaziar o meu bolso, mas já encheram o meu saco.

PS1: Domingo é mais uma decisão. Os títulos das matérias são na linha: “Fluminense tenta quebrar escrita”… É um misto de inveja, raiva e despeito. Jornalismo é o que não é.

PS2: Não duvido nada, que em breve, a imprensa esportiva trate Agner como “mais uma joia da base do Palmeiras”.

PS3: E sobre a nossa reclamação contra o Daronco? Ninguém fala mais nada? Ou será que não houve uma “infração à regra do jogo”?