Candidatos à presidência do Fluminense sinalizam risco da próxima eleição parar na justiça




Contas de 2015 aprovadas (Foto: Fluminense FC)
Eleição promete ser agitada (Foto: Fluminense FC)

A eleição presidencial do Fluminense ocorrerá somente na segunda quinzena de novembro, mas nos bastidores, a política já anda agitada. Pedro Abad, Pedro Trengrouse e Cacá Cardoso, os únicos três que já confirmaram que serão candidatos, sinalizam a possibilidade da eleição parar na justiça. O motivo de uma possível ação nos tribunais é a real possibilidade de alteração do estatuto para beneficiar Pedro Antônio, vice-presidente de Projetos Especiais, que não é sócio do tricolor há cinco anos, mínimo exigido para que qualquer candidato seja elegível.

No mês de setembro, Pedro Antônio completará três anos como sócio do Fluminense. Até 2012, a exigência era de apenas 12 meses de sociedade com pagamentos em dia. Naquele ano, o estatuto foi alterado em Assembleia Geral para criar e dar poder de voto ao sócio-futebol, categoria nova de associação. E o período de elegibilidade para sócios aumentou para cinco anos. Ficou estabelecido, ainda, que o sócio-futebol teria que respeitar um prazo de dois anos para ter direito a voto, para não interferisse na eleição de 2013.

Confira abaixo as opiniões dos candidatos à presidência do Fluminense:

CACÁ CARDOSO

“Há o risco de judicializar a eleição, de levar a discussão de dentro do clube para os tribunais. Nem precisa esperar pelo resultado da eleição. A partir do momento que seja convocada a votação da alteração em Assembleia Geral, qualquer um pode ajuizar ação”.

PEDRO TRENGROUSE

“Qualquer caminho que se tome pode acaber em uma controvérsia jurídica. O clube não pode ser personalista e casuísta. Pedro Antônio é candidato e o que torna a mudança de estatuto polêmica é isso. Eu acho que tem que mudar vários pontos estatutários, mas com responsabilidade”.

PEDRO ABAD

“Risco de judicializar o pleito existe, sim. Mudar o estatuto em questões ligadas às eleições de novembro de 2016 não é adequado. Faltam menos de seis meses. Uma alteração só serve para mudar algo de interesse do clube por muito tempo”.

Celso Barros, presidente da penúltima patrocinadora do Fluminense, banca que vai lançar oficialmente sua candidatura no segundo semestre. Ele lembra o trunfo de Pedro Antônio: o centro de treinamento.

— Acho que mudar em cima da eleição não faz sentido. O Pedro Antônio está recebendo para construir o CT. Não é amor. Mudar agora, com três minutos para o acabar o jogo, não é legal, não — disse.

O Fluminense conta atualmente com 25 mil sócios. Estima-se que 15 mil estejam aptos a votar em novembro e a participar da assembleia geral. Nas Laranjeiras, há uma comissão estatutária constituída para adequar as normas do clube ao Profut. O atual vice jurídico, Bruno Curi, é um dos integrantes e minimiza o risco de a eleição parar na Justiça

— Depende do que venha a ser aprovado. O que será votado é a adequação às regras do Código Civil, Lei Pelé e Lei do Profut — declarou Curi.

Por Explosão Tricolor / Fonte: O Globo