Em coletiva, Abel Braga fala sobre o seu futuro, conversa com Pedro Abad, mudanças drásticas para 2018 e muito mais. Confira!




Confira a íntegra da entrevista coletiva do treinador Abel Braga, concedida após o final do treino realizado nesta sexta-feira, no Centro de Treinamento Pedro Antonio. 

Projeção para 2018

Abel Braga: O que passa na minha cabeça é que quero cumprir o contrato. Eu nunca rompi contrato na minha carreira, só quando fui despedido, que, aliás, foram poucas vezes. Entrei em contato com o presidente, vamos conversar. As pessoas têm de entender que não vou fazer nenhum tipo de exigência. Primeiro, estou em clube que gosto, com contrato em vigor. Estou na minha cidade. Isso tem um peso. O que quero saber é o que vai acontecer no ano que vem, entende? Colocarei algumas ideias que tenho e quero escutar o que o presidente vai falar. Não tem exigência para ficar. Eu tenho contrato. Realmente, entrei sabendo como seria. Mas não dava para imaginar a dimensão e a proporção das dificuldades. Isso imperou no ano. Minha relação com o presidente é boa. O torcedor pode ficar tranquilo: estou onde gosto. Eu sei o que o torcedor pensa, o que ele quer. Acho que a gente vai chegar. Aquilo que eu escutar, tomara que agrade. Vou propor duas ou três ideias que poderão nos dar um “plus”. Isso é importante ao próximo ano.

Conversa com o presidente Pedro Abad

Abel Braga: O que eu vou falar é que sou funcionário, tenho contrato em vigor e espero cumpri-lo. No jogo contra o Corinthians, falei ao presidente que precisávamos sentar para conversar. Nunca ficou ventilada a possibilidade de eu sair. O presidente é verdadeiro. Se for como 2017 ou com dificuldades maiores, aí é complicado. Eu tentei fazer de tudo um pouco. Neste ano, a gente teve muita dificuldade e também muita ajuda. De todos. Grupo, comissão, funcionários e jogadores. E terminamos o ano bem. Poderia ser negativo, algo que marcaria a carreira de todos. Por isso não acredito que o que eu vá escutar seja ruim. Eu já pensei em várias coisas. Até na maneira de jogar no ano que vem. Se eu continuar, vamos ter novidade. Bem drástica. Venho pensando, amadurecendo. Para que isso ocorra, é necessário que uma ou duas ideias minhas sejam realizadas. É aquele negócio: não adianta ter canja, se não tem galinha. Meu grupo é bom, mas falta algumas coisas para o que pretendo implantar no ano que vem. Saiu o peso, a preocupação grande e vamos tentar fazer o melhor nessa reta final. Há times concorrendo por coisas no campeonato, então, temos de jogar melhor do que treinamos.

Flamengo, Botafogo e Vasco na frente do Fluminense no Campeonato Brasileiro



Abel Braga: O Botafogo manteve uma base. O Flamengo tem bom time, não precisa nem discutir o plantel. Vasco teve acréscimo com Wagner, Nenê e Anderson Martins. Tudo isso contribuiu. Esse ano fomos o patinho feio. Não reclamo pois ninguém viveu o que a gente viveu. Chegamos a começar jogo com 8 garotos da base, tivemos 7 cururgias.

Quando será a conversa com o presidente?

Abel Braga: A gente vai falar, já conversamos de marcar. Pode ser hoje, amanhã, terça ou em Goiânia. Mas vamos falar. As equipes já estão se movimentando. As que estão no topo contrataram e aquelas que não se movimentaram são as que brigam por rebaixamento. O tempo vai ser curto pois os campeonatos começam antecipados. Aqui no Rio é no dia 18. Nós vamos chegar dos EUA da pré-temporada no dia 16. Domingo tem clássico contra o Botafogo. É uma situação que temos de correr. Vamos ter quatro dias aqui de treino antes de ir aos EUA. Então, tem de ter de 80% a 85% do grupo formado.

Recebeu oferta de outros times?

Abel Braga: Isso não é comigo. É com o Fabio. E ele sabe que eu não converso com nenhum time antes de resolver a minha situação no Fluminense. Se alguém ligou para ele, ele sabe que o meu desejo é ficar onde estou. Tenho objetivo de não só de ganhar título. Até pela gratidão ao clube, quero colocar meu nome na história como segundo treinador com mais jogos. Seria fantástico. E é só a terceira passagem. No Inter, por exemplo, tive seis. Seria incrível. Os caras não brigam pela artilharia, então, eu brigo por esse número.

Quer investimento no elenco?

Abel Braga: Não espero ouvir sobre investimento. Até porque o clube não tem condições. Precisa é vender. Mas se tem outras possibilidades de se conseguir jogador. É isso que vamos conversar. Vou dizer o que penso. Precisamos de uma segurança maior.

Quais são as ideias?

Abel Braga: Se eu falar aqui quais as ideias, não preciso falar com ele, né? Vamos conversar. O presidente tem essa noção. Ele foi muito claro no começo. Falou da dificuldade deste ano. Apesar desta década, o Fluminense tem dois títulos do Brasileiro. O torcedor quer mais, nós queremos também. A gente conseguiu algo legal: meninos que não eram conhecidos são unanimidade na torcida. Tem o Norton, o Calazans, o Matheus Alessandro, o Pedro, o Marlon Freitas… O torcedor sabe que tem coisa muito boa. E a tendência é melhorar. Mas a gente tem de dar uma encorpada. Pois existem situações e jogos diferentes. Neste campeonato, a gente teve quatro vezes para dar o salto. E não conseguimos. Pesou. Foi o mental? Foi o que? Temos de avaliar isso. Ver a escalação e quantos garotos tinham no time. Falhamos, mas tudo tem o motivo. E isso está sendo analisado.

Richarlison

Abel Braga: É quase como se fosse um filho. No jogo contra o Coritiba, ele me trouxe uma camisa autografada. Infelizmente, a necessidade fez o garoto sair. Eu tenho convicção plena é que ele fez um caminho que normalmente ninguém faz. Tem o Gabigol, o Wendel que dizem que vão emprestar. Richarlison chegou no futebol mais competitivo e já jogo. Se ele não passar por essa janela, vai triplicar. Vai a 120 milhões. E, se passar, chega a 150 milhões. Ele é agressivo, se adapta e é jovem. Ele é forte e não se lesiona.

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Por Explosão Tricolor / Fonte: Globo Esporte.com / Foto: Fluminense FC

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